ANATOMIA
DE UM CRIME (1959)
“Anatomia de um Crime”
(Anatomy of a Murder), de Otto Preminger, baseia-se num romance de Robert
Traver, pseudónimo de John D. Voelker More que, sendo juiz na época em que
escreveu a obra, a assinou com um nome suposto para assim não comprometer a sua
carreira profissional, tanto mais que tinha sido ele o advogado de defesa do
caso verídico sobre o qual se baseava a suposta ficção. Parece que o grosso
volume de “Anatomy of a Murder” andou de mão em mão entre secretárias de diversos
editores, até que um se aventurou a publicá-lo, ganhando com isso um “best
seller” de reputação incomparável. Este não foi o único policial tendo como
cenário um tribunal. John Donaldson Voelker, algumas vezes sob o pseudónimo de
Robert Traver, foi um fecundo escritor, entre início da década de 50 e a de 80:
"Danny and the Boys" (1951), "Small Town D.A." (contos,
1954), "Anatomy of a Murder" (1958), "Trout Madness"
(contos, 1960), "Hornstein's Boy" (1962), "Anatomy of a
Fisherman" (uma não ficção, 1964), "Laughing Whitefish" (1965),
"The Jealous Mistress" (1967), "Trout Magic" (contos, 1974)
e, finalmente, "People Versus Kirk" (1981).
Nascido a 29 de Junho de
1903, em Ishpeming, no Michigan, EUA, viria a falecer de ataque cardíaco, aos
87 anos, no dia 18 de Março de 1991, em Marquette, no Michigan, onde foi juiz
no Supremo Tribunal Estatal, entre 1956 e 1960.
Como já dissemos, o texto
baseava-se num caso verídico, ocorrido numa pequena cidade, Big Bay, no
Michigan. Relata-se em poucas palavras: no dia 31 de Julho de 1952, o tenente
Coleman Peterson, recentemente regressado da Coreia, matara a tiro Mike
Chenoweth, dono de um bar, alegadamente por este ter violado a sua mulher,
Charlotte. O advogado de defesa, John D. Voelker, alegou insanidade temporária do
militar, o que acabaria por o libertar, dado ainda um psiquiatra testemunhar
que se tinha curado e não apresentava ameaça de perigo. Parece que, depois de
bem defendido por Voelker, e livre de apertos jurídicos, o tenente Coleman
Peterson deixou a cidade sem sequer pagar os honorários devidos ao seu
advogado.
Neste aspecto, o filme de
Otto Preminger, que contratou John D. Voelker como consultor técnico, foi o
mais fiel possível, não só ao romance como ao ambiente onde decorreu e às
personagens que viveram o drama. Todo o filme foi rodado no Estado do Michigan,
na zona de Ishpeming-Marquette, o que permitiu ao realizador uma liberdade de
movimentos invulgar, sem a presença de controleiros da produtora. O hotel local
serviu de base de apoio, onde havia camarins, salas para a fotografia, a
montagem, a maquilhagem, etc. O tribunal e a prisão serviram de cenários
naturais, o gabinete do advogado de defesa tinha sido o do próprio Voelker e
muitos dos jurados do filme tinham ocupado as mesmas cadeiras no tribunal no
desenrolar do julgamento verídico (excepto os que já tinham falecido).
Preminger pretendia o máximo de autenticidade e conseguia-o. Tudo isto aparece
descrito na obra de Richard Griffith, director do New York Museum of Modern Art
Film Library, que escreveu um ensaio chamado precisamente “Anatomy of a Motion
Picture”, onde estuda todos estes aspectos da rodagem desta obra no Michigan.
Mas os direitos de
adaptação da obra vieram parar às mãos de Otto Preminger somente depois de um
complexo processo. Em Outubro de 1957, Voelker estabeleceu um acordo com o
dramaturgo John Van Druten, pelo qual este último se encarregaria de escrever
uma versão teatral para ser levada à cena na Broadway. Van Druten embolsaria
60% dos lucros e Voelker 40%, e ambos poderiam vender os direitos para uma
versão cinematográfica. O que fizeram, a Ray Stark da Seven Arts Productions,
acordando numa verba de 100,000 dólares, mais percentagem nos lucros. Van
Druten morre em Dezembro desse ano, a peça nunca chega a subir a cena e os
direitos de cinema, depois de muitas peripécias, acabam nas mãos de Otto
Preminger, em Maio de 1958, um pouco inflacionados, 150,000 dólares. A
transacção meteu tribunal e uma sentença favorável a Preminger, que se
empenhara totalmente na realização desta obra que se transformaria rapidamente
num dos mais invulgares êxitos dos chamados “filmes de tribunal”
Muitos foram os prémios que
o filme alcançou (entre eles oito nomeações para os Oscars), mas basta referir
uma lista, organizada pelo American Film Institute (AFI), em 2008, depois de
consultados 1.500 depoentes da área do cinema, sobre os 10 melhores filmes de
todos os tempos, na categoria de “Courtroom Drama” (dramas de tribunal) para se
perceber a importância histórica desta obra. A
lista é a seguinte: 1. “To Kill a Mockingbird”; 2. “12 Angry Men”, 3. “Kramer
vs. Kramer”; 4. “The Verdict”; 5. “A Few Good Men”; 6. “Witness for the
Prosecution”; 7. “Anatomy of a Murder”; 8. “In Cold Blood”; 9. “A Cry in the
Dark” e 10. “Judgment
at Nuremberg”. Pessoalmente, colocá-lo-ia nos três primeiros lugares, e Michael
Asimow, professor de Direito da UCLA, afirma mesmo que este é “provavelmente o
melhor filme de sempre realizado sobre tribunais” ("probably the finest
pure trial movie ever made"). Na classificação da “Internet Movie
Database” figura em 19º lugar, entre 807 filmes passados em tribunais.
Contam as crónicas da época
que Otto Preminger pensou em vários actores antes de acertar o elenco
definitivo. Lana Turner seria inicialmente “Laura Manion”, Richard Widmark
esteve previsto para a figura do tenente, mas o mais surpreendente terá sido a
escolha do juiz. Inicialmente, fora previsto Spencer Tracy, e depois Burl Ives,
para o papel de “Juiz Weaver.” Por impossibilidade de ambos, Preminger virou-se
para Joseph N. Welch, um advogado de Boston que tinha representado o governo
dos EUA no Exército, no quente período da caça às bruxas levado a cabo pelo
senador McCarthy. Joseph N. Welch enfrentou-o destemidamente, chegando a
acusá-lo de “não ter um mínimo de decência”, marcando assim o início da queda
do temível senador e do macarthismo. A escolha terá sido igualmente uma
homenagem a um homem impoluto, que, aliás, conduz de forma magnífica todas as
sessões do julgamento. Outra figura carismática que surge no filme, não só como
autor de uma envolvente partitura musical, onde o jazz é uma constante, é Duke
Ellington, que aparece na qualidade de Pie-Eye, um pianista de bar, tocando
lado a lado com James Stewart.
O filme aborda um caso de
violação, onde, apesar de toda a discrição com que o tema é sugerido, acabou
por criar alguns engulhos junto do “Production Code Administration”, o tão
conhecido Código Hays. Depois de várias negociações, durante as quais algumas
palavras foram banidas dos diálogos (esperma, penetração, clímax sexual, por
exemplo), o filme foi rodado, mas não viu a sua aprovação final facilitada.
Coisa que era comum nas obras de Otto Preminger, que foi um dos maiores
sabotadores do Código (juntamente com Billy Wilder). A “The National Catholic
Legion of Decency” levantou problemas e houve mesmo um estado, Chicago, onde o
filme foi inicialmente proibido de exibir pelo “Police Film Censor”, e mais
tarde autorizado depois de uma querela jurídica, com o juiz federal Julius
Miner a aprová-lo, depois de não o ter considerado “obsceno.” Mas todos
perceberam que “Anatomia de um Crime” continha linguagem “nunca ouvida num
filme americano”.
A intriga resume-se no
essencial ao seguinte: numa pequena cidade da chamada “Upper Peninsula”, de
Michigan, o modesto advogado Paul Biegler (James Stewart), parece quase
retirado de julgamentos, entretendo-se com a pesca, o piano e a companhia de um
velho colega, Parnell McCarthy (Arthur O'Connell), que gosta imoderadamente de
whisky. A secretária de Paul Biegler, Maida Rutledge (Eve Arden), vai tomando
conta dos recados, sobretudo divórcios e outras irrelevâncias, quando recebe um
telefonema inesperado. Laura Manion (Lee Remick), casada com o tenente
Frederick "Manny" Manion (Ben Gazzara), recentemente regressado da
Coreia, quer ser recebida. Laura é notícia nacional, todos sabem do caso que
protagonizou: ao regressar à roulotte onde vive com Frederick, depois de uma
noite passada num bar, é agredida e violada por Barney Quill. O marido, sabedor
do ocorrido, agarra numa arma dirige-se ao bar e desfere alguns tiros certeiros
em Barney, matando-o. Preso, não nega o assassinato, apenas pretende atenuantes
para o acto. Laura quer que Paul Biegler o defenda em tribunal. Com um caso
mediático entre mãos, este procura a colaboração de Parnell McCarthy, que tenta
libertar-se da bebida para recompor as capacidades, e ambos partem para o
processo, reunindo elementos.
A única forma de tentar
atenuar a sentença, ou mesmo libertar o réu, é invocar insanidade temporária.
Um psiquiatra militar está disposto a testemunhar. Mas pela frente vão ter o
promotor de justiça local, D.A. (Brooks West), assistido por uma sumidade vinda
da grande cidade, Claude Dancer (George C. Scott). Este é um daqueles chamados
“dramas de tribunal”, como já foi referido e, portanto, tudo será dirimido com
argumentos de ambas as partes, perante um júri de pessoas locais, escolhidas
aleatoriamente, e um juiz particularmente cordato, Weaver (Joseph N. Welch),
que procura sobretudo fazer ressaltar a verdade.
Acontece que Laura Manion
não é santa de colocar no altar, tudo nela faz ressaltar a sensualidade e mesmo
a provocação. E os jogos de bastidores intensificam-se. A defesa tenta tornar
Laura uma dona de casa que procura divertir-se sem maldade com a pin box do
bar, a acusação ataca-a pelo seu lado leviano. Esgrimem-se testemunhos
contraditórios e todo o filme prende o espectador com o suspense desta troca de
acusações, de inquirições de testemunhas, de revelações surpresa, de
testemunhos inesperados. A estrutura do argumento é sólida e magnificamente
conduzida, jogando com a investigação da defesa, esclarecendo factos ou
obscurecendo outros, em proveito próprio.
Uma realização clássica,
superiormente dirigida pelo austríaco Otto Perminger, faz de “Anatomia de um
Crime” uma obra impar dentro do género, sendo que a fotografia de Sam Leavitt,
num fulgurante preto e branco, é magnifica, bem como a banda sonora, onde
sobressai a música de jazz de Duke Ellington. A descrição da pequena cidade é
primorosa de rigor e autenticidade. Mas, num filme de tribunal, é perfeitamente
compreensível que o elenco tenha de ser de altíssima qualidade para impor
personagens e prender os espectadores. James Stewart é admirável na composição
do discreto mas eficiente Paul Biegler, Lee Remick consegue inebriar na figura
da provocadora Laura Manion, Ben Gazzara é secreto e misterioso como convém,
Arthur O'Connell dá uma lição de bonomia e controlada truculência, George C.
Scott é o impassível e incisivo promotor de justiça sem piedade nos interrogatórios
e nas armas que utiliza. Os restantes mantêm o nível, o resultado é brilhante.
Como se sabe, os mecanismos
da justiça norte-americana são muito diferentes dos da Europa ocidental. Nesse
aspecto, o filme é a lição para quem quiser perceber essas nuances e descobrir
igualmente algumas das regras de ouro por que se rege uma democracia que
acredita que pode abeirar-se o mais possível da verdade. É obvio que a
realidade nem sempre é como nos é narrada nos romances e nos filmes, mas é
sempre bom ver defender as liberdades e os direitos dos cidadãos, mesmo num
caso tão tortuoso como este que nos é apresentado, onde um estado de espírito
alterado pela cólera e a sede de vingança pode ser considerado uma atenuante
para um crime. Será lícito moral e juridicamente? Também nesse aspecto,
“Anatomia de um Crime” continua muito actual, ainda que, 50 anos depois,
dificilmente o resultado fosse o mesmo.
ANATOMIA DE UM CRIME
Título original: Anatomy of a Murder
Realização: Otto Preminger (EUA, 1959); Argumento: Wendell Mayes, segundo
romance de John D. Voelker; Produção: Otto Preminger; Música: Duke Ellington;
Fotografia (p/b): Sam Leavitt; Montagem: Louis R. Loeffler; Design de produção:
Boris Leven; Maquilhagem: Del Armstrong, Harry Ray, Myrl Stoltz; Direcção de
produção: Henry Weinberger; Assistentes de realização: David Silver, Hal W.
Polaire, Ray Taylor Jr.; Departamento de arte: Howard Bristol; Genérico: Saul
Bass; Som: Jack Solomon; Efeitos especiais: George Harris; Companhias de
produção: Carlyle Productions; Intérpretes:
James Stewart (Paul Biegler), Lee Remick (Laura Manion), Ben Gazzara (Lt.
Frederick Manion), Arthur O'Connell (Parnell Emmett McCarthy), Eve Arden (Maida
Rutledge), Kathryn Grant (Mary Pilant), George C. Scott (Claude Dancer), Duke
Ellington, Orson Bean, Russ Brown, Murray Hamilton, Brooks West, Ken Lynch,
Howard McNear, Alexander Campbell, Ned Wever, Jimmy Conlin, Lloyd Le Vasseur,
James Waters, Joseph N. Welch, etc. Duração:
160 minutos; Distribuição em Portugal: Columbia /Tristar (DVD); Classificação
etária: M/12 anos;
A nota sobre Otto Preminger apareceu na folha referente a "Laura"
BEN
GAZZARA (1930-2012)
Ben Gazzara, com o nome de
baptismo de Biagio Anthony Gazzara, nasceu em Nova Iorque, a 28 de Agosto de
1930, e viria a falecer em Nova Iorque, a 3 de Fevereiro de 2012, com 81 anos.
Filho de imigrantes italianos, Ben nasceu e cresceu em Nova Iorque, tendo
frequentado a conhecida Stuyvesant High School, enveredando decididamente pela
carreira de actor. Chegou a estudar engenharia eléctrica na City College of New
York, mas desistiu, para se matricular no Actor's Studio. Na década de 50,
apareceu em vários espectáculos na Broadway, entre os quais “Gata em Telhado de
Zinco Quente”, de Tennessee Williams, com encenação de Elia Kazan. Em 1957,
estreia-se no cinema, em “The Strange One”.
Com uma carreira intensa,
no cinema, na televisão e no teatro, Ben Gazzara também dirigiu alguns
episódios de séries de TV e um filme de cinema. Muitos foram os seus papéis
memoráveis, como “Anatomy of a Murder” (1959), “A Rage to Live” (1965),
“Capone” (1975), “Voyage of the Damned” (1976), mas sobretudo os que
interpretou sob as ordens do seu amigo John Cassavetes nos anos 70, “Husbands”
(1970), “The Killing of a Chinese Bookie” (1976) ou “Opening Night” (1977). Nos
anos 80, refiram-se “Saint Jack” e “They All Laughed”, ambos de Peter
Bogdanovich.
Trabalhou imenso na
televisão, começando por “Arrest and Trial” (1963—1964), na rede ABC e
culminando em “Run for Your Life” (1965—1968), na NBC. Foi nomeado por três
vezes para o Tony de melhor actor de teatro “A Hatful of Rain” (1956), “Hughie
& Duet” (1975) e “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?” (1977). Em 2003, ganhou
o Emmy de Melhor Actor Secundário, no telefilme “Hysterical Blindness”. Três
vezes nomeado para o Globo de Ouro de Melhor Actor de televisão, na série “Run
for Your Life”.
Durante alguns anos viveu
em Itália, tendo uma casa na Umbria. Casado com Louise
Erickson (1951 – 1957), Janice Rule (1961 - 1982) e Elke Stuckmann (1982 -
2012). Faleceu
em consequência de um cancro no pâncreas, em Fevereiro de 2012.
Filmografia
Cinéma
1957: The Strange One (Joko
de Paris), de Jack Garfein
1959: Anatomy of a Murder
(Anatomia de um Crime), de Otto Preminger
1960: Risate di gioia (O
Ladrão Apaixonado), de Mario Monicelli
1961: The Young Doctors
(Jovens Médicos), de Phil Karlson
1962: La Città Prigioniera
(A Cidade Prisioneira), de Joseph Anthony
1962: Convicts 4 (Inferno
Na Terra), de Millard Kaufman
1965: A Rage to Live, de
Walter Grauman
1969: If It's Tuesday, This Must Be Belgium (Estes Turistas Americanos),
de Mel Stuart
1969: The Bridge at Remagen (A Ponte de Remagem), de John Guillermin
1970: King: A filmed record... Montgomery to Memphis, de Joseph L. Mankiewicz e
Sidney Lumet (documentário)
1970: Husbands (Maridos),
de John Cassavetes
1972: Afyon Oppio, de
Ferdinando Baldi
1973: The Neptune Factor
(Uma Odisseia Submarina), de Donald Petrie
1975: Capone (Al Capone), de Steve Carver
1976: The Killing of a Chinese Bookie (A Morte de Um Apostador Chinês), de
John Cassavetes
1976: High Velocity, de Remi Kramer
1976: Voyage of the Damned (A Viagem dos Malditos), de Stuart Rosenberg
1978: Opening Night (Noite
de Estreia), de John Cassavetes
1979: Bloodline (Laços de
Sangue), de Terence Young
1979: Saint Jack (Noites de
Singapura), de Peter Bogdanovich
1981: Inchon, de Terence
Young
1981: They All Laughed
(Romance em Nova Iorque), de Peter Bogdanovich
1981: Storie di ordinaria follia (Contos da Loucura Normal), de Marco
Ferreri
1983: La Ragazza di Trieste (A Rapariga de Trieste), de Pasquale Festa
Campanile
1984: Uno Scandalo perbene, de Pasquale Festa Campanile
1985: La Donna delle meraviglie, de Alberto Bevilacqua
1985: Il Camorrista (O Professor), de Giuseppe Tornatore
1986: La Mémoire tatouée, de Ridha Behi et Henri Vart
1987: Figlio mio infinitamente caro, de Valentino Orsini
1987: Il Giorno prima, de Giuliano Montaldo
1988: Don Bosco, de Leandro Castellani
1989: Quicker Than the Eye, de Nicolas Gessner
1989: Road House (Profissão: Duro) de Rowdy Herrington
1990: Beyond the Ocean, de Ben Gazzara
1991: Per Sempre, de Walter
Hugo Khouri
1992: Los de Enfrente, de
Jesús Garay
1993: Anything for John, de
Dominique Cazenave e Doug Headline (documentário)
1994: Sherwood's Travels, de Ron Coswell e Steve Miner
1994: Nefertiti, figlia del sole, de Guy Gilles
1994: Les hirondelles ne meurent pas à Jérusalem, de Ridha Behi
1995: Banditi, de Stefano
Mignucci
1996: Ladykiller (Na Cena
do Crime), de Terence H. Winkless
1996: Una Donna in fuga, de Roberto Rocco
1996: The Zone, de Barry Zetlin
1996: John Cassavetes: To risk everything to express it all, de Rudolf
Mestdagh (documentário)
1997: Vicious Circles, de Sandy Whitelaw
1997: Farmer & Chase, de Michael Seitzman
1997: Shadow Conspiracy, de George Pan Cosmatos
1997: Stag, de Gavin Widling
1997: The Spanish Prisoner
(O Prisioneiro Espanhol), de David Mamet
1998: Shark in a Bottle, de Mark Anthony Little
1998: Poor Liza, de Slava Tsukerman
1998: Too Tired to Die, de Wonsuk Chin
1998: Buffalo '66 (Buffalo '66), de Vincent Gallo
1998: The Big Lebowski (O Grande Lebowski), de Joel Coen
1998: Happiness (Felicidade), de
Todd Solondz
1998: Illuminata, de John Turturro
1999: Paradise Cove, de Robert
Clapsadle
1999: Summer of Sam (Verão Escaldante), de Spike Lee
1999: The Thomas Crown Affair (O Caso Thomas Crown), de John McTiernan
2000: Home Sweet Hobokenk de Yoshifumi Hosoya
2000: Blue Moonk de John A. Gallagher
2000: Believe, de Robert Tinnell
2000: Very Mean Men, de Tony Vitale
2000: Undertaker's Paradise, de
Matthias X. Oberg
2000: Jack of Hearts, de Serge Rodnunsky
2000: The List, de Sylvain Guy
2000: A constant forge, de Charles Kiselyak (documentário)
2001: Nella terra di nessuno, de Gianfranco Giagni
2001: Broadway: The golden age, by the legends who were there, de Rick
McKay (documentário)
2002: Schubert, de Jorge Castillo
2003: L'Ospite segreto, de Paolo Modugno
2003: Dogville (Dogville), de Lars von Trier
2003: Dogville confessions, de Sami Saif (documentário)
2004: Quiet Flows the Don, de Serge Bondartchouk
2005: The shore, de Dionysius Zervos
2005: Bonjour Michel, de Arcangelo Bonaccorso
2005: Paris
je t'aime - episódio "Quartier latin", de Gérard Depardieu e Frédéric
Auburtin
2008: Looking for Palladin, de Andrzej Krakowski
2008: Eve, de Natalie Portman (curta-metragem)
2008: Beyond wiseguys: Italian americans & the movies, de Steven
Fischler (documentário)
2009: Holy Money, de Maxime Alexandre
2010: 13, de Gela Babluani
2010: Christopher Roth, de Maxime Alexandre
2011: Chez Gino, de Samuel Benchetrit
2011: Ristabbanna, de
2012: Max Rose, de
Televisão
1961: Cry Vengeance!
1963: Arrest and Trial (série de TV) (1963-1964)
1964: Carol for Another Christmas
1965: Run for Your Life (série de TV)
1972: When Michael Calls
1972: Fireball Forward
1972: The Family Rico
1972: Pursuit
1973: You'll Never See Me Again
1973: Maneater
1974: QB VII (série de TV)
1977: The Death of Richie
1977: The Trial of Lee Harvey Oswald
1982: A Question of Honor
1985: An Early Frost)
1985: A Letter to Three Wives
1987: Police Story: The Freeway Killings
1987: Downpayment on Murder
1990: People Like Us
1991: Lies Before Kisses
1993: Blindsided
1993: Love, Honor & Obey: The Last Mafia Marriage
1994: Les Gens d'en face
1994: Parallel Lives
1994: Fatal Vows: The Alexandra O'Hara Story
1995: Convict Cowboy
1997: The Notorious 7
1998: Valentine's Day
1998: Angelo nero
1998: Il Tesoro di Damasco (série de TV)
1999: Un Bacio nel
1999: Tre stelle (série de TV)
2000: Piovuto dal cielo
2001: Brian's Song
2002: Hysterical Blindness
2008: Meurtres à l'Empire
State Building
Como realizador
1968: The Name of the Game" - (série de TV)
1974: Columbo – episódio “A Friend in Deed” (série de TV)
1975: Columbo – “Troubled Waters” (série de TV)
1990: Beyond the Ocean
LEE
REMICK (1935–1991)
Lee Ann Remick nasceu a 14
de Dezembro de 1935, em Quincy, Massachusetts, EUA, e viria a falecer, de
cancro, com 55 anos, a 2 de Julho de 1991, em Los Angeles, Califórnia, EUA. Filha
de um comerciante e da actriz Patricia Remick, estuda dança com Ruth Swoboda e
bailado moderno com Charles Weidman. Em 1952, estreia-se como bailarina, e no
ano seguinte surge na Broadway e na televisão. Elia Kazan descobre-a e lança-a
no cinema em “Um Rosto na Multidão” (1957). Um dos seus grandes papéis é em “Anatomia
de Um Crime” (1959), a que se segue “Escravos do Vício” (1962), ao lado de Jack
Lemmon, que lhe oferece uma nomeação para Oscar de Melhor Actriz. Foi nomeada
igualmente para o Tony de Melhor Actriz Dramática de teatro, da Broadway, em
"Wait Until Dark”. Em 1962, Lee Remick tinha sido indicada para substituir
Marilyn Monroe no seu filme “Something's Got to Give”, da 20th Century Fox.
Dean Martin, parceiro de Marilyn, recusou-se a trabalhar com mais alguém a não
ser Marilyn. O filme nunca se terminou. Em 1970, deixa os EUA e passa a viver
em Inglaterra, com o seu segundo marido, Kip Gowans (1970 - 1991). Casada anteriormente
com Bill Colleran (1957 - 1968). A 29 de Abril de 1991, fez a sua última
aparição pública, já muito debilitada, para receber a sua estrela, no Passeio
da Fama em Hollywood. Morreria dois meses depois. Foi cremada no Westwood
Memorial Park.
Filmografia:
No cinema
1957: A Face
in the Crowd (Um Rosto na Multidão), de Elia Kazan
1958: The Long, Hot Summer (Paixões Que Escaldam), de
Martin Ritt
1959: These Thousand Hills (Duelo na Lama), de Richard
Fleischer
1959: Anatomy
of a Murder (Anatomia de Um Crime), de Otto Preminger
1960: Wild
River (Quando o Rio Se Enfurece), de Elia Kazan
1961:
Sanctuary (Requiem para uma Freira), de Tony Richardson
1962:
Experiment in Terror (Uma Voz na Escuridão), de Blake Edwards
1962: Days of Wine and Roses (Escravos do Vício), de
Blake Edwards
1963: The Running Man (Um Homem em Fuga), de Carol
Reed
1963: The Wheeler Dealers, de Arthur Hiller
1965: Baby the Rain Must Fall (Errando pelo Caminho),
de Robert Mulligan
1965: The Hallelujah Trail (A Batalha da Colina de
Whisky), de John Sturges
1968: No Way
to Treat a Lady (Não Se Trata Assim uma Senhora), de Jack Smight
1968: The
Detective (O Detective), de Gordon Douglas
1969: Hard
Contract (Estranho Contacto), de S. L. Pogostin
1970: Loot,
de Silvio Narizzano
1970:
Sometimes a Great Notion (Os Indomáveis), de Paul Newman
1970: A
Severed Head (Ligações Cruzadas), de Dick Clement
1973: A
Delicate Balance (Equilíbrio Instável), de Tony Richardson
1974: Touch Me Not, de Douglas Fithian
1975: Hennessy (Hennessy), de Don Sharp
1976: The Omen (O Génio do Mal), de Richard Donner
1977: Telefon (Telefone), de Don Siegel
1978: The Medusa Touch (O Toque da Medusa), de Jack
Gold
1979: The
Europeans (Os Europeus), de James Ivory
1980: The
Competition (Um Amor em Competição), de Joel Oliansky
1980: Tribute
(A Homenagem), de Bob Clark
1986: Emma's
War, de Clytie Jessop
Na televisão:
Tudo
teledramáticos, com as excepções assinaladas
1953: Judy and the Brain
1953: Double in Ivory
1953: The Picket Fence
1954: The Death and Life of Larry Benson
1955: One Hill, One River
1955: The Diamond as Big as the Ritz
1955: It Depends on You
1955: Man Lost
1956: The Landlady's Daughter
1956: Three Men from Tomorrow
1956: All Expenses Paid
1956: The Young and the Beautiful
1957: Circle of Fear
1957: The Last Tycoon
1958: The Last Clear Chance
1960: The Tempest
1962: The Farmer's Daughter
1967: Damn Yankees!
1972: The Man Who Came to Dinner
1972: Summer and Smoke
1973: And No One Could Save Her
1973: The Blue Knight
1974: QB VII (série de TV)
1975:
Hustling
1975: A Girl
Named Sooner
1977: The Ambassadors
1978: Breaking Up
1978: Wheels (série de TV)
1979: Torn Between Two Lovers
1980: Ike
1980: Haywire
1980: The Women's Room
1982: I Do! I Do!
1982: The Letter
1983: The Gift of Love: A Christmas Story
1984: A Good Sport
1984: Mistral's Daughter (série de TV)
1984: Rearview Mirror
1984: American Pioneers
1985: The Snow Queen
1985: Toughlove
1986: Eleanor: In Her Own Words
1986: Of Pure Blood
1987: The Vision
1987: Nutcracker: Money, Madness & Murder (série
de TV)
1988: Jesse
1989: Bridge to Silence
1989: Around the World in
80 Days (mini-série)
1989: Dark Holiday
No teatro, interpretou “Be
Your Age” (1953), “Anyone Can Whistle” (1964), “Wait Until Dark” (1966), “A
Little Night Music”, “Annie Get Your Gun”, “Brigadoon” ou “The Seven Year
Itch”.
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