segunda-feira, 30 de junho de 2014

SESSÃO 46: 29 DE SETEMBRO DE 2014


ANATOMIA DE UM CRIME (1959)
“Anatomia de um Crime” (Anatomy of a Murder), de Otto Preminger, baseia-se num romance de Robert Traver, pseudónimo de John D. Voelker More que, sendo juiz na época em que escreveu a obra, a assinou com um nome suposto para assim não comprometer a sua carreira profissional, tanto mais que tinha sido ele o advogado de defesa do caso verídico sobre o qual se baseava a suposta ficção. Parece que o grosso volume de “Anatomy of a Murder” andou de mão em mão entre secretárias de diversos editores, até que um se aventurou a publicá-lo, ganhando com isso um “best seller” de reputação incomparável. Este não foi o único policial tendo como cenário um tribunal. John Donaldson Voelker, algumas vezes sob o pseudónimo de Robert Traver, foi um fecundo escritor, entre início da década de 50 e a de 80: "Danny and the Boys" (1951), "Small Town D.A." (contos, 1954), "Anatomy of a Murder" (1958), "Trout Madness" (contos, 1960), "Hornstein's Boy" (1962), "Anatomy of a Fisherman" (uma não ficção, 1964), "Laughing Whitefish" (1965), "The Jealous Mistress" (1967), "Trout Magic" (contos, 1974) e, finalmente, "People Versus Kirk" (1981).
Nascido a 29 de Junho de 1903, em Ishpeming, no Michigan, EUA, viria a falecer de ataque cardíaco, aos 87 anos, no dia 18 de Março de 1991, em Marquette, no Michigan, onde foi juiz no Supremo Tribunal Estatal, entre 1956 e 1960. 
Como já dissemos, o texto baseava-se num caso verídico, ocorrido numa pequena cidade, Big Bay, no Michigan. Relata-se em poucas palavras: no dia 31 de Julho de 1952, o tenente Coleman Peterson, recentemente regressado da Coreia, matara a tiro Mike Chenoweth, dono de um bar, alegadamente por este ter violado a sua mulher, Charlotte. O advogado de defesa, John D. Voelker, alegou insanidade temporária do militar, o que acabaria por o libertar, dado ainda um psiquiatra testemunhar que se tinha curado e não apresentava ameaça de perigo. Parece que, depois de bem defendido por Voelker, e livre de apertos jurídicos, o tenente Coleman Peterson deixou a cidade sem sequer pagar os honorários devidos ao seu advogado.
Neste aspecto, o filme de Otto Preminger, que contratou John D. Voelker como consultor técnico, foi o mais fiel possível, não só ao romance como ao ambiente onde decorreu e às personagens que viveram o drama. Todo o filme foi rodado no Estado do Michigan, na zona de Ishpeming-Marquette, o que permitiu ao realizador uma liberdade de movimentos invulgar, sem a presença de controleiros da produtora. O hotel local serviu de base de apoio, onde havia camarins, salas para a fotografia, a montagem, a maquilhagem, etc. O tribunal e a prisão serviram de cenários naturais, o gabinete do advogado de defesa tinha sido o do próprio Voelker e muitos dos jurados do filme tinham ocupado as mesmas cadeiras no tribunal no desenrolar do julgamento verídico (excepto os que já tinham falecido). Preminger pretendia o máximo de autenticidade e conseguia-o. Tudo isto aparece descrito na obra de Richard Griffith, director do New York Museum of Modern Art Film Library, que escreveu um ensaio chamado precisamente “Anatomy of a Motion Picture”, onde estuda todos estes aspectos da rodagem desta obra no Michigan.
Mas os direitos de adaptação da obra vieram parar às mãos de Otto Preminger somente depois de um complexo processo. Em Outubro de 1957, Voelker estabeleceu um acordo com o dramaturgo John Van Druten, pelo qual este último se encarregaria de escrever uma versão teatral para ser levada à cena na Broadway. Van Druten embolsaria 60% dos lucros e Voelker 40%, e ambos poderiam vender os direitos para uma versão cinematográfica. O que fizeram, a Ray Stark da Seven Arts Productions, acordando numa verba de 100,000 dólares, mais percentagem nos lucros. Van Druten morre em Dezembro desse ano, a peça nunca chega a subir a cena e os direitos de cinema, depois de muitas peripécias, acabam nas mãos de Otto Preminger, em Maio de 1958, um pouco inflacionados, 150,000 dólares. A transacção meteu tribunal e uma sentença favorável a Preminger, que se empenhara totalmente na realização desta obra que se transformaria rapidamente num dos mais invulgares êxitos dos chamados “filmes de tribunal”
Muitos foram os prémios que o filme alcançou (entre eles oito nomeações para os Oscars), mas basta referir uma lista, organizada pelo American Film Institute (AFI), em 2008, depois de consultados 1.500 depoentes da área do cinema, sobre os 10 melhores filmes de todos os tempos, na categoria de “Courtroom Drama” (dramas de tribunal) para se perceber a importância histórica desta obra. A lista é a seguinte: 1. “To Kill a Mockingbird”; 2. “12 Angry Men”, 3. “Kramer vs. Kramer”; 4. “The Verdict”; 5. “A Few Good Men”; 6. “Witness for the Prosecution”; 7. “Anatomy of a Murder”; 8. “In Cold Blood”; 9. “A Cry in the Dark” e 10. “Judgment at Nuremberg”. Pessoalmente, colocá-lo-ia nos três primeiros lugares, e Michael Asimow, professor de Direito da UCLA, afirma mesmo que este é “provavelmente o melhor filme de sempre realizado sobre tribunais” ("probably the finest pure trial movie ever made"). Na classificação da “Internet Movie Database” figura em 19º lugar, entre 807 filmes passados em tribunais.
Contam as crónicas da época que Otto Preminger pensou em vários actores antes de acertar o elenco definitivo. Lana Turner seria inicialmente “Laura Manion”, Richard Widmark esteve previsto para a figura do tenente, mas o mais surpreendente terá sido a escolha do juiz. Inicialmente, fora previsto Spencer Tracy, e depois Burl Ives, para o papel de “Juiz Weaver.” Por impossibilidade de ambos, Preminger virou-se para Joseph N. Welch, um advogado de Boston que tinha representado o governo dos EUA no Exército, no quente período da caça às bruxas levado a cabo pelo senador McCarthy. Joseph N. Welch enfrentou-o destemidamente, chegando a acusá-lo de “não ter um mínimo de decência”, marcando assim o início da queda do temível senador e do macarthismo. A escolha terá sido igualmente uma homenagem a um homem impoluto, que, aliás, conduz de forma magnífica todas as sessões do julgamento. Outra figura carismática que surge no filme, não só como autor de uma envolvente partitura musical, onde o jazz é uma constante, é Duke Ellington, que aparece na qualidade de Pie-Eye, um pianista de bar, tocando lado a lado com James Stewart. 
O filme aborda um caso de violação, onde, apesar de toda a discrição com que o tema é sugerido, acabou por criar alguns engulhos junto do “Production Code Administration”, o tão conhecido Código Hays. Depois de várias negociações, durante as quais algumas palavras foram banidas dos diálogos (esperma, penetração, clímax sexual, por exemplo), o filme foi rodado, mas não viu a sua aprovação final facilitada. Coisa que era comum nas obras de Otto Preminger, que foi um dos maiores sabotadores do Código (juntamente com Billy Wilder). A “The National Catholic Legion of Decency” levantou problemas e houve mesmo um estado, Chicago, onde o filme foi inicialmente proibido de exibir pelo “Police Film Censor”, e mais tarde autorizado depois de uma querela jurídica, com o juiz federal Julius Miner a aprová-lo, depois de não o ter considerado “obsceno.” Mas todos perceberam que “Anatomia de um Crime” continha linguagem “nunca ouvida num filme americano”.
A intriga resume-se no essencial ao seguinte: numa pequena cidade da chamada “Upper Peninsula”, de Michigan, o modesto advogado Paul Biegler (James Stewart), parece quase retirado de julgamentos, entretendo-se com a pesca, o piano e a companhia de um velho colega, Parnell McCarthy (Arthur O'Connell), que gosta imoderadamente de whisky. A secretária de Paul Biegler, Maida Rutledge (Eve Arden), vai tomando conta dos recados, sobretudo divórcios e outras irrelevâncias, quando recebe um telefonema inesperado. Laura Manion (Lee Remick), casada com o tenente Frederick "Manny" Manion (Ben Gazzara), recentemente regressado da Coreia, quer ser recebida. Laura é notícia nacional, todos sabem do caso que protagonizou: ao regressar à roulotte onde vive com Frederick, depois de uma noite passada num bar, é agredida e violada por Barney Quill. O marido, sabedor do ocorrido, agarra numa arma dirige-se ao bar e desfere alguns tiros certeiros em Barney, matando-o. Preso, não nega o assassinato, apenas pretende atenuantes para o acto. Laura quer que Paul Biegler o defenda em tribunal. Com um caso mediático entre mãos, este procura a colaboração de Parnell McCarthy, que tenta libertar-se da bebida para recompor as capacidades, e ambos partem para o processo, reunindo elementos.
A única forma de tentar atenuar a sentença, ou mesmo libertar o réu, é invocar insanidade temporária. Um psiquiatra militar está disposto a testemunhar. Mas pela frente vão ter o promotor de justiça local, D.A. (Brooks West), assistido por uma sumidade vinda da grande cidade, Claude Dancer (George C. Scott). Este é um daqueles chamados “dramas de tribunal”, como já foi referido e, portanto, tudo será dirimido com argumentos de ambas as partes, perante um júri de pessoas locais, escolhidas aleatoriamente, e um juiz particularmente cordato, Weaver (Joseph N. Welch), que procura sobretudo fazer ressaltar a verdade. 
 Acontece que Laura Manion não é santa de colocar no altar, tudo nela faz ressaltar a sensualidade e mesmo a provocação. E os jogos de bastidores intensificam-se. A defesa tenta tornar Laura uma dona de casa que procura divertir-se sem maldade com a pin box do bar, a acusação ataca-a pelo seu lado leviano. Esgrimem-se testemunhos contraditórios e todo o filme prende o espectador com o suspense desta troca de acusações, de inquirições de testemunhas, de revelações surpresa, de testemunhos inesperados. A estrutura do argumento é sólida e magnificamente conduzida, jogando com a investigação da defesa, esclarecendo factos ou obscurecendo outros, em proveito próprio.
Uma realização clássica, superiormente dirigida pelo austríaco Otto Perminger, faz de “Anatomia de um Crime” uma obra impar dentro do género, sendo que a fotografia de Sam Leavitt, num fulgurante preto e branco, é magnifica, bem como a banda sonora, onde sobressai a música de jazz de Duke Ellington. A descrição da pequena cidade é primorosa de rigor e autenticidade. Mas, num filme de tribunal, é perfeitamente compreensível que o elenco tenha de ser de altíssima qualidade para impor personagens e prender os espectadores. James Stewart é admirável na composição do discreto mas eficiente Paul Biegler, Lee Remick consegue inebriar na figura da provocadora Laura Manion, Ben Gazzara é secreto e misterioso como convém, Arthur O'Connell dá uma lição de bonomia e controlada truculência, George C. Scott é o impassível e incisivo promotor de justiça sem piedade nos interrogatórios e nas armas que utiliza. Os restantes mantêm o nível, o resultado é brilhante.
Como se sabe, os mecanismos da justiça norte-americana são muito diferentes dos da Europa ocidental. Nesse aspecto, o filme é a lição para quem quiser perceber essas nuances e descobrir igualmente algumas das regras de ouro por que se rege uma democracia que acredita que pode abeirar-se o mais possível da verdade. É obvio que a realidade nem sempre é como nos é narrada nos romances e nos filmes, mas é sempre bom ver defender as liberdades e os direitos dos cidadãos, mesmo num caso tão tortuoso como este que nos é apresentado, onde um estado de espírito alterado pela cólera e a sede de vingança pode ser considerado uma atenuante para um crime. Será lícito moral e juridicamente? Também nesse aspecto, “Anatomia de um Crime” continua muito actual, ainda que, 50 anos depois, dificilmente o resultado fosse o mesmo.

ANATOMIA DE UM CRIME
Título original: Anatomy of a Murder
Realização: Otto Preminger (EUA, 1959); Argumento: Wendell Mayes, segundo romance de John D. Voelker; Produção: Otto Preminger; Música: Duke Ellington; Fotografia (p/b): Sam Leavitt; Montagem: Louis R. Loeffler; Design de produção: Boris Leven; Maquilhagem: Del Armstrong, Harry Ray, Myrl Stoltz; Direcção de produção: Henry Weinberger; Assistentes de realização: David Silver, Hal W. Polaire, Ray Taylor Jr.; Departamento de arte: Howard Bristol; Genérico: Saul Bass; Som: Jack Solomon; Efeitos especiais: George Harris; Companhias de produção: Carlyle Productions; Intérpretes: James Stewart (Paul Biegler), Lee Remick (Laura Manion), Ben Gazzara (Lt. Frederick Manion), Arthur O'Connell (Parnell Emmett McCarthy), Eve Arden (Maida Rutledge), Kathryn Grant (Mary Pilant), George C. Scott (Claude Dancer), Duke Ellington, Orson Bean, Russ Brown, Murray Hamilton, Brooks West, Ken Lynch, Howard McNear, Alexander Campbell, Ned Wever, Jimmy Conlin, Lloyd Le Vasseur, James Waters, Joseph N. Welch, etc. Duração: 160 minutos; Distribuição em Portugal: Columbia /Tristar (DVD); Classificação etária: M/12 anos; 



A nota sobre Otto Preminger apareceu na folha referente a "Laura" 

BEN GAZZARA (1930-2012)
Ben Gazzara, com o nome de baptismo de Biagio Anthony Gazzara, nasceu em Nova Iorque, a 28 de Agosto de 1930, e viria a falecer em Nova Iorque, a 3 de Fevereiro de 2012, com 81 anos. Filho de imigrantes italianos, Ben nasceu e cresceu em Nova Iorque, tendo frequentado a conhecida Stuyvesant High School, enveredando decididamente pela carreira de actor. Chegou a estudar engenharia eléctrica na City College of New York, mas desistiu, para se matricular no Actor's Studio. Na década de 50, apareceu em vários espectáculos na Broadway, entre os quais “Gata em Telhado de Zinco Quente”, de Tennessee Williams, com encenação de Elia Kazan. Em 1957, estreia-se no cinema, em “The Strange One”.
Com uma carreira intensa, no cinema, na televisão e no teatro, Ben Gazzara também dirigiu alguns episódios de séries de TV e um filme de cinema. Muitos foram os seus papéis memoráveis, como “Anatomy of a Murder” (1959), “A Rage to Live” (1965), “Capone” (1975), “Voyage of the Damned” (1976), mas sobretudo os que interpretou sob as ordens do seu amigo John Cassavetes nos anos 70, “Husbands” (1970), “The Killing of a Chinese Bookie” (1976) ou “Opening Night” (1977). Nos anos 80, refiram-se “Saint Jack” e “They All Laughed”, ambos de Peter Bogdanovich.
Trabalhou imenso na televisão, começando por “Arrest and Trial” (1963—1964), na rede ABC e culminando em “Run for Your Life” (1965—1968), na NBC. Foi nomeado por três vezes para o Tony de melhor actor de teatro “A Hatful of Rain” (1956), “Hughie & Duet” (1975) e “Quem Tem Medo de Virginia Woolf?” (1977). Em 2003, ganhou o Emmy de Melhor Actor Secundário, no telefilme “Hysterical Blindness”. Três vezes nomeado para o Globo de Ouro de Melhor Actor de televisão, na série “Run for Your Life”.
Durante alguns anos viveu em Itália, tendo uma casa na Umbria. Casado com Louise Erickson (1951 – 1957), Janice Rule (1961 - 1982) e Elke Stuckmann (1982 - 2012). Faleceu em consequência de um cancro no pâncreas, em Fevereiro de 2012.

Filmografia
Cinéma
1957: The Strange One (Joko de Paris), de Jack Garfein
1959: Anatomy of a Murder (Anatomia de um Crime), de Otto Preminger
1960: Risate di gioia (O Ladrão Apaixonado), de Mario Monicelli
1961: The Young Doctors (Jovens Médicos), de Phil Karlson
1962: La Città Prigioniera (A Cidade Prisioneira), de Joseph Anthony
1962: Convicts 4 (Inferno Na Terra), de Millard Kaufman
1965: A Rage to Live, de Walter Grauman
1969: If It's Tuesday, This Must Be Belgium (Estes Turistas Americanos), de Mel Stuart
1969: The Bridge at Remagen (A Ponte de Remagem), de John Guillermin
1970: King: A filmed record... Montgomery to Memphis, de Joseph L. Mankiewicz e Sidney Lumet (documentário)
1970: Husbands (Maridos), de John Cassavetes
1972: Afyon Oppio, de Ferdinando Baldi
1973: The Neptune Factor (Uma Odisseia Submarina), de Donald Petrie
1975: Capone (Al Capone), de Steve Carver
1976: The Killing of a Chinese Bookie (A Morte de Um Apostador Chinês), de John Cassavetes
1976: High Velocity, de Remi Kramer
1976: Voyage of the Damned (A Viagem dos Malditos), de Stuart Rosenberg
1978: Opening Night (Noite de Estreia), de John Cassavetes
1979: Bloodline (Laços de Sangue), de Terence Young
1979: Saint Jack (Noites de Singapura), de Peter Bogdanovich
1981: Inchon, de Terence Young
1981: They All Laughed (Romance em Nova Iorque), de Peter Bogdanovich
1981: Storie di ordinaria follia (Contos da Loucura Normal), de Marco Ferreri
1983: La Ragazza di Trieste (A Rapariga de Trieste), de Pasquale Festa Campanile
1984: Uno Scandalo perbene, de Pasquale Festa Campanile
1985: La Donna delle meraviglie, de Alberto Bevilacqua
1985: Il Camorrista (O Professor), de Giuseppe Tornatore
1986: La Mémoire tatouée, de Ridha Behi et Henri Vart
1987: Figlio mio infinitamente caro, de Valentino Orsini
1987: Il Giorno prima, de Giuliano Montaldo
1988: Don Bosco, de Leandro Castellani
1989: Quicker Than the Eye, de Nicolas Gessner
1989: Road House (Profissão: Duro) de Rowdy Herrington
1990: Beyond the Ocean, de Ben Gazzara
1991: Per Sempre, de Walter Hugo Khouri
1992: Los de Enfrente, de Jesús Garay
1993: Anything for John, de Dominique Cazenave e Doug Headline (documentário)
1994: Sherwood's Travels, de Ron Coswell e Steve Miner
1994: Nefertiti, figlia del sole, de Guy Gilles
1994: Les hirondelles ne meurent pas à Jérusalem, de Ridha Behi
1995: Banditi, de Stefano Mignucci
1996: Ladykiller (Na Cena do Crime), de Terence H. Winkless
1996: Una Donna in fuga, de Roberto Rocco
1996: The Zone, de Barry Zetlin
1996: John Cassavetes: To risk everything to express it all, de Rudolf Mestdagh (documentário)
1997: Vicious Circles, de Sandy Whitelaw
1997: Farmer & Chase, de Michael Seitzman
1997: Shadow Conspiracy, de George Pan Cosmatos
1997: Stag, de Gavin Widling
1997: The Spanish Prisoner (O Prisioneiro Espanhol), de David Mamet
1998: Shark in a Bottle, de Mark Anthony Little
1998: Poor Liza, de Slava Tsukerman
1998: Too Tired to Die, de Wonsuk Chin
1998: Buffalo '66 (Buffalo '66), de Vincent Gallo
1998: The Big Lebowski (O Grande Lebowski), de Joel Coen
1998: Happiness (Felicidade),  de Todd Solondz
1998: Illuminata, de John Turturro
1999: Paradise Cove, de Robert Clapsadle
1999: Summer of Sam (Verão Escaldante), de Spike Lee
1999: The Thomas Crown Affair (O Caso Thomas Crown), de John McTiernan
2000: Home Sweet Hobokenk de Yoshifumi Hosoya
2000: Blue Moonk de John A. Gallagher
2000: Believe, de Robert Tinnell
2000: Very Mean Men, de Tony Vitale
2000: Undertaker's Paradise, de Matthias X. Oberg
2000: Jack of Hearts, de Serge Rodnunsky
2000: The List, de Sylvain Guy
2000: A constant forge, de Charles Kiselyak (documentário)
2001: Nella terra di nessuno, de Gianfranco Giagni
2001: Broadway: The golden age, by the legends who were there, de Rick McKay (documentário)
2002: Schubert, de Jorge Castillo
2003: L'Ospite segreto, de Paolo Modugno
2003: Dogville (Dogville), de Lars von Trier
2003: Dogville confessions, de Sami Saif (documentário)
2004: Quiet Flows the Don, de Serge Bondartchouk
2005: The shore, de Dionysius Zervos
2005: Bonjour Michel, de Arcangelo Bonaccorso
2005: Paris je t'aime - episódio "Quartier latin", de Gérard Depardieu e Frédéric Auburtin
2008: Looking for Palladin, de Andrzej Krakowski
2008: Eve, de Natalie Portman (curta-metragem)
2008: Beyond wiseguys: Italian americans & the movies, de Steven Fischler (documentário)
2009: Holy Money, de Maxime Alexandre
2010: 13, de Gela Babluani
2010: Christopher Roth, de Maxime Alexandre
2011: Chez Gino, de Samuel Benchetrit
2011: Ristabbanna, de
2012: Max Rose, de

Televisão
1961: Cry Vengeance!
1963: Arrest and Trial (série de TV) (1963-1964)
1964: Carol for Another Christmas
1965: Run for Your Life (série de TV)
1972: When Michael Calls
1972: Fireball Forward
1972: The Family Rico
1972: Pursuit
1973: You'll Never See Me Again
1973: Maneater
1974: QB VII (série de TV)
1977: The Death of Richie
1977: The Trial of Lee Harvey Oswald
1982: A Question of Honor
1985: An Early Frost)
1985: A Letter to Three Wives
1987: Police Story: The Freeway Killings
1987: Downpayment on Murder
1990: People Like Us
1991: Lies Before Kisses
1993: Blindsided
1993: Love, Honor & Obey: The Last Mafia Marriage
1994: Les Gens d'en face
1994: Parallel Lives
1994: Fatal Vows: The Alexandra O'Hara Story
1995: Convict Cowboy
1997: The Notorious 7
1998: Valentine's Day
1998: Angelo nero
1998: Il Tesoro di Damasco (série de TV)
1999: Un Bacio nel
1999: Tre stelle (série de TV)
2000: Piovuto dal cielo
2001: Brian's Song
2002: Hysterical Blindness
2008: Meurtres à l'Empire State Building

Como realizador
1968: The Name of the Game" - (série de TV)
1974: Columbo – episódio “A Friend in Deed” (série de TV)
1975: Columbo – “Troubled Waters” (série de TV)
1990: Beyond the Ocean

LEE REMICK (1935–1991)
Lee Ann Remick nasceu a 14 de Dezembro de 1935, em Quincy, Massachusetts, EUA, e viria a falecer, de cancro, com 55 anos, a 2 de Julho de 1991, em Los Angeles, Califórnia, EUA. Filha de um comerciante e da actriz Patricia Remick, estuda dança com Ruth Swoboda e bailado moderno com Charles Weidman. Em 1952, estreia-se como bailarina, e no ano seguinte surge na Broadway e na televisão. Elia Kazan descobre-a e lança-a no cinema em “Um Rosto na Multidão” (1957). Um dos seus grandes papéis é em “Anatomia de Um Crime” (1959), a que se segue “Escravos do Vício” (1962), ao lado de Jack Lemmon, que lhe oferece uma nomeação para Oscar de Melhor Actriz. Foi nomeada igualmente para o Tony de Melhor Actriz Dramática de teatro, da Broadway, em "Wait Until Dark”. Em 1962, Lee Remick tinha sido indicada para substituir Marilyn Monroe no seu filme “Something's Got to Give”, da 20th Century Fox. Dean Martin, parceiro de Marilyn, recusou-se a trabalhar com mais alguém a não ser Marilyn. O filme nunca se terminou. Em 1970, deixa os EUA e passa a viver em Inglaterra, com o seu segundo marido, Kip Gowans (1970 - 1991). Casada anteriormente com Bill Colleran (1957 - 1968). A 29 de Abril de 1991, fez a sua última aparição pública, já muito debilitada, para receber a sua estrela, no Passeio da Fama em Hollywood. Morreria dois meses depois. Foi cremada no Westwood Memorial Park.

Filmografia:
No cinema
1957: A Face in the Crowd (Um Rosto na Multidão), de Elia Kazan
1958: The Long, Hot Summer (Paixões Que Escaldam), de Martin Ritt
1959: These Thousand Hills (Duelo na Lama), de Richard Fleischer
1959: Anatomy of a Murder (Anatomia de Um Crime), de Otto Preminger
1960: Wild River (Quando o Rio Se Enfurece), de Elia Kazan
1961: Sanctuary (Requiem para uma Freira), de Tony Richardson
1962: Experiment in Terror (Uma Voz na Escuridão), de Blake Edwards
1962: Days of Wine and Roses (Escravos do Vício), de Blake Edwards
1963: The Running Man (Um Homem em Fuga), de Carol Reed
1963: The Wheeler Dealers, de Arthur Hiller
1965: Baby the Rain Must Fall (Errando pelo Caminho), de Robert Mulligan
1965: The Hallelujah Trail (A Batalha da Colina de Whisky), de John Sturges
1968: No Way to Treat a Lady (Não Se Trata Assim uma Senhora), de Jack Smight
1968: The Detective (O Detective), de Gordon Douglas
1969: Hard Contract (Estranho Contacto), de S. L. Pogostin
1970: Loot, de Silvio Narizzano
1970: Sometimes a Great Notion (Os Indomáveis), de Paul Newman
1970: A Severed Head (Ligações Cruzadas), de Dick Clement
1973: A Delicate Balance (Equilíbrio Instável), de Tony Richardson
1974: Touch Me Not, de Douglas Fithian
1975: Hennessy (Hennessy), de  Don Sharp
1976: The Omen (O Génio do Mal), de Richard Donner
1977: Telefon (Telefone), de Don Siegel
1978: The Medusa Touch (O Toque da Medusa), de Jack Gold
1979: The Europeans (Os Europeus), de James Ivory
1980: The Competition (Um Amor em Competição), de Joel Oliansky
1980: Tribute (A Homenagem), de Bob Clark
1986: Emma's War, de Clytie Jessop

Na televisão:
Tudo teledramáticos, com as excepções assinaladas
1953: Judy and the Brain
1953: Double in Ivory
1953: The Picket Fence
1954: The Death and Life of Larry Benson
1955: One Hill, One River
1955: The Diamond as Big as the Ritz
1955: It Depends on You
1955: Man Lost
1956: The Landlady's Daughter
1956: Three Men from Tomorrow
1956: All Expenses Paid
1956: The Young and the Beautiful
1957: Circle of Fear
1957: The Last Tycoon
1958: The Last Clear Chance
1960: The Tempest
1962: The Farmer's Daughter
1967: Damn Yankees!
1972: The Man Who Came to Dinner
1972: Summer and Smoke
1973: And No One Could Save Her
1973: The Blue Knight
1974: QB VII (série de TV)
1975: Hustling
1975: A Girl Named Sooner
1977: The Ambassadors
1978: Breaking Up
1978: Wheels (série de TV)
1979: Torn Between Two Lovers
1980: Ike
1980: Haywire
1980: The Women's Room  
1982: I Do! I Do!
1982: The Letter
1983: The Gift of Love: A Christmas Story
1984: A Good Sport
1984: Mistral's Daughter (série de TV)
1984: Rearview Mirror
1984: American Pioneers
1985: The Snow Queen
1985: Toughlove
1986: Eleanor: In Her Own Words
1986: Of Pure Blood
1987: The Vision
1987: Nutcracker: Money, Madness & Murder (série de TV)
1988: Jesse
1989: Bridge to Silence
1989: Around the World in 80 Days (mini-série)
1989: Dark Holiday

No teatro, interpretou “Be Your Age” (1953), “Anyone Can Whistle” (1964), “Wait Until Dark” (1966), “A Little Night Music”, “Annie Get Your Gun”, “Brigadoon” ou “The Seven Year Itch”.

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