DOZE
HOMENS EM FÚRIA (1957)
Foi Reginald Rose quem
escreveu o inspirado argumento de “12 Angry Men” que, inicialmente, surgiu como
telefilme, na CBS, em 1954, integrado no prestigiado programa “Westinghouse
Studio One”, com direcção de Franklin J. Schaffner e interpretado por um elenco
de que faziam parte Robert Cummings (jurado 8), Franchot Tone (3), Edward
Arnold (10), Paul Hartman (7), John Beal (2), Walter Abel (4), George Voskovec
(11), Joseph Sweeney (9), Bart Burns (6), Norman Fell (1), Lee Philips (5) e
Larkin Ford (12). No ano seguinte surgiu a primeira adaptação para teatro, a
que se juntaram milhentas, em palcos de todo o mundo. Rose foi reescrevendo a
peça para diferentes encenações e nalguns casos esta obra seria adaptada para
elencos muito diversos daquele, inteiramente masculino, que lhe está na base.
“12 Angry Jurors” permitia que os actores fossem homens e mulheres e há mesmo uma versão inteiramente feminina, “12
Angry Women”.
Mas foi em 1957 que Sidney
Lumet criou a versão cinematográfica que tornaria a obra um clássico dos
chamados “filmes de tribunal”, e que divulgaria a obra internacionalmente,
cotando-se como um dos mais interessantes e inteligentes dramas que discutem o
sistema jurídico norte-americano. Entre as muitas outras versões cinematográficas
e televisivas, há a referir uma, realizada por William Friedkin, em 1997, para
TV, reunindo um elenco igualmente brilhante, George C. Scott, James Gandolfini,
Tony Danza, William Petersen, Ossie Davis, Hume Cronyn, Courtney B. Vance,
Armin Mueller-Stahl, Mykelti Williamson, Edward James Olmos, Dorian Harewood, e
Jack Lemmon no protagonista. Conhecem-se versões alemãs, indianas, e uma russa,
dirigida por Mikhalkov, em 2007, com o título “12”, a que o Júri de Veneza
atribui o seu Prémio Especial.
Também em Portugal “Doze
Homens em Fúria” teve grande sucesso, julgo que em finais dos anos 50, numa
encenação de Ribeirinho, e num telefilme de Artur Ramos, para a RTP, em 1977,
com o título “Doze Homens em Conflito” com um excelente elenco: Luís Alberto,
António Rama, Jorge Brum do Canto, Joaquim Rosa, Manuel Cavaco, Amílcar Botica,
Baptista Fernandes, Armando Cortez, Pedro Lemos, Carlos Santos, Jorge Listopad,
David Silva, Agostinho Alves e Armando Branco Alves.
"Doze Homens em
Fúria" é um filme notável sob diversos pontos de vista. Comecemos pelo seu
entrecho: um jovem hispano-americano é julgado, acusado de ter morto o pai com
uma navalha de ponta e mola, depois de uma violenta discussão. No filme não se
assiste ao julgamento, mas apenas à reunião do Júri que irá decidir da sua inocência
ou culpabilidade. São doze jurados fechados numa sala, donde só sairão quando
tiverem uma decisão por unanimidade, assim dizem as regras da jurisprudência
norte-americana. As provas parecem indiscutíveis para quase todos, aquando de
uma primeira ronda de votação. Onze jurados votam “culpado” e apenas um
“inocente”. Este não sabe bem se o réu está ou não inocente, tem apenas “uma
dúvida razoável” sobre a culpabilidade do réu. Quer discutir as provas. Há
aspectos obscuros na maneira como o julgamento foi conduzido. O advogado de
defesa não terá sido tão convincente e arguto a colocar questões como seria
indispensável num caso que pode acabar na pena de morte.
Os jurados são
identificados apenas por um número, são apenas cidadãos norte-americanos no uso
pleno dos seus direitos sociais. O número 1 (Martin Balsam), que funciona como
presidente de júri e orienta os trabalhos, é professor de educação física e
treinador de futebol escolar, o 2 (John Fiedler) é um anónimo bancário, o 3
(Lee J. Cobb) anuncia que tem um serviço de mensagens, e algum problema
traumatizante com um filho, o 4 (E.G. Marshall) é um circunspecto corretor da
bolsa, do 5 (Jack Klugman) apenas se sabe que é um entusiasta dos Baltimore
Orioles, o 6 (Ed Binns) é pintor de paredes, o 7 (Jack Warden) é vendedor e está
ansioso por resolver rapidamente a questão para assistir a uma partida de
basebol, o 8 (Henry Fonda) é arquitecto e é o único a ter “dúvidas razoáveis”,
o 9 (Joseph Sweeney) é um velho reformado, de um generoso humanismo, o 10 (Ed
Begley) é um preconceituoso garagista de maus fígados, o 11 (George Voskovec) é
um emigrante relojoeiro que ganhou a cidadania americana, e o 12 (Robert
Webber) é publicitário meio estouvado e algo alheado da discussão. Todos
cidadãos não identificados, apenas dois o serão na cena final, quando o jurado
8 se apresenta, à saída do tribunal, como sendo Davis, enquanto o jurado 9 o
cumprimenta identificando-se como McCardle.
Como vemos, uma mescla que
dá bem a ideia do que a democracia norte-americana procura ser por definição:
cada cidadão igual em direitos e deveres, qualquer que seja a sua origem e
condição social, quaisquer que sejam as suas ideias. O desenrolar da obra vai
ainda explicitar melhor este conceito: cada cidadão vale um voto e é da reunião
destes votos, depois de um confronto de ideias elucidativo, que irá sair um
veredicto. Mais importante ainda de um ponto de vista jurídico: todo o
indivíduo é inocente até prova em contrário, será o desenrolar do processo judicial
a encontrar as provas definitivas, não o réu a defender-se até prova em
contrário. Finalmente: na dúvida, num sistema que permite a pena de morte, mais
vale um culpado à solta, desde que não subsistam provas concludentes do seu
crime, do que um inocente castigado por algo que não cometeu. Estamos em meados
dos anos oitenta, esta orientação humanista era defendida pela boa consciência
e pelos liberais norte-americanos. O filme idealiza uma situação, demonstrando
o que deve ser a justiça. Por essa altura, porém, o “machartismo” provava já o
contrário. Talvez o filme também se queira referir a esse desfasamento entre o
que se prega na lei e o que se pratica no dia a dia. Hoje, tudo mudou um pouco,
lá e aqui, julga-se na praça pública antes ainda dos tribunais se pronunciarem
e parece mais valer um julgamento nos mídia e uma sentença rápida, para acalmar
a consciência pública, do que um processo moroso em busca da possível verdade.
O jovem julgado tem à
partida tudo contra si: é pobre, porto-riquenho, já fora condenado por outros
crimes menores, considerado violento e arruaceiro. Tem testemunhas que juram
ter visto e ouvido isto e aquilo. O bastante para os jurados mais impulsivos,
ou os que se sentiam identificados com este tipo de problemas e por eles traumatizados,
procurem tirar desforra de desgostos pessoais e transferirem-nos para o réu. Mas
por imposição do jurado 8 todas as provas são discutidas e o que fica é a
dúvida. Nem o velhote que viu tem a mobilidade suficiente para ter visto, nem a
senhora que tem os olhos de lince que afiança ter. Nem a navalha de ponta e
mola é tão invulgar assim.
O tema é admiravelmente
desenvolvido, segue-se com um cada vez maior interesse o desenrolar do debate,
que se aproxima muito de uma trama policial. As personalidades de cada jurado
são subtilmente expostas, lentamente desvendadas e aprofundadas. Os actores são
magníficos, todos eles, mercê de um casting invulgarmente bem escolhido, cada
rosto, cada físico, cada gesto, cada olhar ajuda a caracterizar uma personagem.
Com excepção do genérico, e
de uma curta cena inicial e outra final (no total, cerca de 3 minutos num filme
com 96), toda a acção decorre no interior de uma sala, o que transforma esta
obra num “tour de force” de realização invulgar. A arte de Sidney Lumet, um dos
grandes cineastas norte-americanos que saíram da televisão para o cinema
durante a década de 50, é de mestre, tanto mais que este é o seu filme de
estreia no cinema (antes passara alguns anos como realizador de televisão, dando
então provas de grande eficácia, sobriedade e sensibilidade). A planificação é
soberba, jogando com planos de conjunto, planos aproximados e grandes planos, a
direcção de actores é soberba, até ao mais ínfimo pormenor, e toda a
envolvência técnica, da fotografia à partitura musical, do cenário ao
guarda-roupa, serve de forma notável os propósitos dos responsáveis.
Um filme admirável, que
conquistou três nomeações aos Oscars de 1957, para Melhor Filme, Melhor Realizador
e Melhor Argumento Adaptado, sendo que não triunfou em nenhuma categoria (seria
derrotado por “A Ponte do Rio Kway”, de David Lean). Já nos Globos de Ouro do
mesmo ano seria nomeado para Melhor Filme - Drama, Melhor Actor - Drama (Henry
Fonda), Melhor Realizador de Cinema e Melhor Actor Secundário (Lee J. Cobb),
sem sorte final diferente da dos Oscars. Nos BAFTA ingleses venceria na
categoria de Melhor Actor Estrangeiro (Henry Fonda), no Festival de Berlim
ganharia o Urso de Ouro e o prémio OCIC. Seria ainda o Melhor Filme do ano para
os Edgar Allan Poe Awards de 1958. Mas transformou-se rapidamente num clássico
de referência obrigatória.
Nota: Nos EUA, o julgamento pelo
Tribunal de Júri é considerado uma das mais importantes salvaguardas
constitucionais, tendo sido consagrado na Sexta e Sétima Emendas
Constitucionais de 1791, na esfera criminal e cível, respectivamente; No filme
a Juíza adverte os doze Jurados:
- “A lei exige
decisão unânime. A condenação implicará pena de morte”.
Diferentemente dos tribunais populares norte-americanos, onde, em geral, são
doze os jurados e os julgamentos criminais são estabelecidos, em regra, por
unanimidade, no Brasil, por exemplo, os júris são compostos por sete cidadãos, que votam por
maioria simples. Em Portugal, as decisões em julgamento em Tribunal de Júri
(composto por quatro cidadãos efectivos – e 4 suplentes - além de três juízes de
direito) são por maioria simples. Não é apenas pedido pela defesa. Segundo o
Código Penal, pode um Assistente ou o Ministério Público formalizarem o pedido.
Habitualmente, os advogados recorrem ao júri para conseguirem penas menos
severas, enquanto o Ministério Público pede a participação da opinião pública
para agravar a sentença.
DOZE HOMENS EM FÚRIA
Título original: 12 Angry Men
Realização: Sidney Lumet (EUA, 1957); Argumento: Reginald Rose; Produção:
Henry Fonda, George Justin, Reginald Rose; Música: Kenyon Hopkins; Fotografia
(p/b): Boris Kaufman; Montagem: Carl Lerner; Direcção artística: Bob Markel;
Maquilhagem: Herman Buchman; Assistentes de realização: Don Kranze; Som: James
A. Gleason, Al Gramaglia; Companhias de produção: Orion-Nova Productions; Intérpretes: Martin Balsam (Jurado 1),
John Fiedler (Jurado 2), Lee J. Cobb (Jurado 3), E.G. Marshall (Jurado 4), Jack
Klugman (Jurado 5), Edward Binns (Jurado 6), Jack Warden (Jurado 7), Henry
Fonda (Jurado 8), Joseph Sweeney (Jurado 9), Ed Begley (Jurado 10), George
Voskovec (Jurado 11), Robert Webber (Jurado 12), Rudy Bond, James Kelly, Billy
Nelson, John Savoca, etc. Duração:
96 minutos; Distribuição em Portugal: MGM(DVD); Classificação etária: M/ 12
anos; Estreia em Portugal: 28 de Outubro de 1959.
SIDNEY LUMET (1924 - 2011)
Sidney Lumet nasceu a 25 de
Junho de 1924, em Filadélfia, Pensilvânia, EUA, e viria a morrer a 9 de Abril
de 2011, em Manhattan, Nova Iorque, EUA, vítima de um linfoma, com 86 anos.
Filho do actor Baruch Lumet e da bailarina Eugenia Wermus Lumet, aos quarto
anos já se estreava no teatro como actor, no Yiddish Art Theater de Nova
Iorque. Interpretou diversos papeis na Broadway na década de 30 e no cinema (em
“One Third of a Nation”, de 1939). In 1947 aparece nos teatros off-Broadway, ao
lado de actors como Yul Brynner ou Eli Wallach, e outros alunos de Lee
Strasberg no Actors Studio. Em 1955 estreia-se na encenação, mas desde 1955 que
já dirigia episódios televisivos na CBS (mais de 150 episódios da série
"Danger"- 1950 - e 26 episódios de "You Are There" - 1953)
até se tornar num dos mais prestigiados realizadores de TV. No cinema
estreia-se com um sucesso brilhante “Doze Homens em Fúria” (1957), a que se
seguem obras muiti interessantes como “Lágrimas da Ribalta” (1958), “Uma Certa
Mulher” (1959), “O Homem na Pele da Serpente” (1959), “Do Alto da Ponte”
(1962), “Longa Viagem para a Noite” (1962), onde ficam definidos os seus
interesses sociais e literários (muitas obras suas são adaptações de peças
teatrais). “Missão Suicida” (1964), “O Agiota” (1964), “Serpico” (1973), “Um
Dia de Cão” (1975), “Escândalo na TV” (1976), “Equus” (1977), “O Príncipe da
Cidade” (1981), “O Veredicto” (1982), “As Chaves do Poder” (1986), “Inquérito
Escaldante” (1990), entre muitos outros, testemunham as preocupações sociais do
realizador, a sua sedução pelos ambientes onde se cruzam o crime e a justiça,
os corredores do poder e da comunicação social ou os meandros da corrupção
política. Igualmente a família teve sempre atenção muito especial, ligando-se a
todos esses temas atrás enunciados, como testemunham obras como “Daniel”
(1983), “A Manhã Seguinte” (1986), “Fuga Sem Fim” (1988) ou “Negócios de
Família” (1989). O cunho realista está sempre presente, com uma excelente direcção
de actores e atmosferas envolventes e por vezes asfixiantes. Nova Iorque é a
sua cidade preferida e o cenário de muitos dos seus filmes. Lumet foi sempre um
intelectual novaiorquino.
Foi casado com Rita Gam
(1949 - 1955), Gloria Vanderbilt (1956 - 1963), Gail Lumet Buckley (1963 -
1978) e Mary Gimbel (1980 - 2011).
Votado o 42º realizador de
sempre na revista “Entertainment Weekly”. Três dos seus filmes, “Doze Homens em
Fúria” (1957) em 42º lugar, “O Veredicto” (1982) em 75º, e “Serpico” (1973) em 84º,
encontram-se na lista dos 100 Melhores Filmes de sempre estabelecida pelo
American Film Institute. Igualmente “Escândalo na TV” (1976) e “Doze Homens em
Fúria” (1957) figuram noutra lista.
Foi nomeado por quatro
vezes para o Oscar de Melhor Realizador: "12 Angry Men" (1957),
"A Dog Day Afternoon" (1975), "Network" (1976) e "The
Veredict" (1982), e recebeu um nomeação para Melhor Argumento Adaptado em
" Prince of the City " (1981). Em 2005, recebeu finalmente da
Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, um Óscar honorário, reconhecendo
o conjunto da sua obra.
Foi nomeado cinco vezes
para o Globo de Ouro de Melhor Realizador: " A Dog Day Afternoon "
(1975), "Network" (1976), "Prince of the City" (1981),
"The Veredict" (1982) e "Running on empty" (1988). Venceu
em 1976. Quatro vezes nomeado para o BAFTA, na categoria de Melhor Realizador,
com "Murder on the Orient Express" (1974), "Serpico"
(1974), " A Dog Day Afternoon " (1975) e "Network" (1976).
Ainda nos BAFTAS, mas na categoria de Melhor Filme Britânico, foi nomeado com
"The Hill" (1965) e "The Deadly Affair" (1967). Recebeu o
Urso de Ouro, no Festival de Berlim, por "12 Angry Men" (1957), que
recebeu igualmente o Prémio OCIC. Vários outros prémios em diversos festivais.
Sepultado no New Mount Carmel
Cemetery em Glendale, Nova Iorque.
Filmografia:
1952: CBS Television
Workshop (série de TV) “Don Quixote”
1952: Crime Photographer
(série de TV) “Blackmail”
1951-1953: Danger (série de
TV) 8 episódios
1953-1955: You Are There (série de TV) – 10 episódios, entre os quais
“The Liberation of Paris”, “The First Command Performance of Romeo and Juliet”,
“The Gettysburg Address”, “The Recognition of Michelangelo” ou “The Dreyfus
Case”
1954-1955 The Best of Broadway (série de TV) – “Stage Door”, “The Show-Off”
e “The Philadelphia Story”
1955: The Elgin Hour (série de TV) - “Mind Over Momma” e “Crime in the
Streets
1955: The United States Steel Hour (série de TV) – “Incident in an Alley”
e “The Meanest Man in the World”
1955: Frontier (série de TV) – “In Nebraska”
1956: Goodyear Television Playhouse (série de TV) – “The Sentry” e
“Career Girl”
1956: The Alcoa Hour (série de TV) – “Finkle's Comet”, “Doll Face”, “Man
on Fire”, “Tragedy in a Temporary Town” e “Long After Summer”
1957: Omnibus (série de TV) – “School for Wives”
1957: The Seven Lively Arts (série de TV) – “The Changing Ways of Love”
1957: Studio One (série de TV) – “The Deaf Heart”
1957: Mr. Broadway (telefilme)
1957: Producers' Showcase (série de TV) – “Mr. Broadway”
1957-1958: The DuPont Show of the Month (série de TV) – “The Count of
Monte Cristo” e “Beyond This Place”
1957: 12 Angry Men (Doze
Homens em Fúria)
1958: Stage Struck (Lágrimas da Ribalta)
1958: Kraft Television Theatre (série de TV) – “All the King's Men: Part
1 e 2”, “Fifty
Grand”, “Three Plays by Tennessee Williams: Moony's Kid Don't Cry”, “Three
Plays by Tennessee Williams: The Last of My Solid Gold Watches”, etc.
1958: All the King's Men (telefilme)
1959: That Kind of Woman (Uma Certa Mulher)
1959: Long Day's Journey Into Night (Longa Viagem para a Noite)
1960: Play of the Week (série de TV) – “Rashomon”, “The Iceman Cometh:
Part 1 e 2”
e “The Dybbuk”
1960: Rashomon (telefilme)
1960: The Iceman Cometh (telefilme)
1960: John Brown's Raid (telefilme)
1960: Sunday Showcase (série de TV) – “The Sacco-Vanzetti Story: Part 1
e 2”, 1
1960: Playhouse 90 (série de TV) – “The Hiding Place” e “John Brown's
Raid”
1964: The Pawnbroker (O
Agiota)
1964: Fail-Safe (Missão
Suicida)
1965: The Hill (A Colina Maldita)
1966: The Group (O Grupo)
1967: The Deadly Affair (Duas Plateias para a Morte)
1968: Bye Bye Braverman (Bye Bye Braverman)
1968: The Sea Gull (A Gaivota)
1969: The Appointment (O Rendez-Vous)
1970: King: A Filmed Record... Montgomery
to Memphis
1970: Last of the Mobile Hot Shots
1971: The Anderson Tapes (O Dossier Anderson)
1972: Child's Play
1972: The Offence (Até os
Deuses Erram)
1973: Serpico (Serpico)
1974: Lovin' Molly
1974: Murder on the Orient
Express (Um Crime no Expresso do Oriente)
1975: Dog Day Afternoon (Um
Dia de Cão)
1976: Network (Escândalo na
TV)
1977: Equus (Equus)
1978: The Wiz (O Feiticeiro)
1980: Just Tell Me What You Want (Queres ou Não Queres?)
1981: Prince of the City (O
Príncipe da Cidade)
1982: Deathtrap (Armadilha
Mortal)
1982: The Verdict (O Veredicto)
1983: Daniel (Daniel,
Passado Sem Resgate)
1984: Garbo Talks
1986: Power (As Chaves do
Poder)
1986: The Morning After (A Manhã Seguinte)
1988. Running on Empty (Fuga sem Fim)
1989: Family Business
(Negócios de Família)
1990: Q & A (Inquérito
Escaldante)
1992: A Stranger Among Us
(O Assassino Está Entre Nós)
1993: Guilty as Sin (Culpa
Formada)
1997: Night Falls on
Manhattan (O Lado Obscuro da Lei)
1997: Critical Care
1999: Gloria (Gloria)
2001-2002: 100 Centre Street (série de TV)
2004: Strip Search (telefilme)
2004: Rachel, quand du seigneur (curta-metragem)
2006: Find Me Guilty (Mafioso Quanto Baste)
2007: Before the Devil Knows You're Dead (Antes que o Diabo Saiba que
Morreste)
LEE
J. COBB (1911–1976)
Leo Joachim Jacoby nasceu a
8 de Dezembro de 1911, em Nova Iorque, EUA, e viria a falecer a 11 de Fevereiro
de 1976, com 64 anos, em Woodland Hills, Los Angeles, Califórnia, EUA. Filho de
um jornalista judeu, muito cedo se interessou por música (violino sobretudo) e
teatro. Aos 17 anos mudou-se para Hollywood e dedica-se ao teatro e ao cinema,
tendo sido actor e encenador de teatro amador, voltando depois a Nova Iorque e ingressando
em 1935 no Manhattan's Group Theater. Trabalhou com Clifford Odets em dramas
políticos e sociais como “Waiting for Lefty” e “Till the Day I Die”, ao lado de
nomes como Elia Kazan, John Garfield ou Martin Ritt. Formou-se em engenharia aeronáutica e esteve
alistado na Força Aérea durante a II Guerra Mundial. Em 1949 teve a sua grande
oportunidade ao ser convidado para interpretar Willy Loman na peça "A
Morte de um Caixeiro-viajante", de Arthur Miller, que foi um enorme
sucesso e lançou a carreira de Lee J. Cobb definitivamente. Durante a década de
50 teve várias dificuldades, ao ser acusado de pertencer ao Partido Comunista,
integrando a lista negra de Hollywood, mas sentiu sempre a solidariedade de
colegas e amigos, como Frank Sinatra e Paul Newman, e alguns cineastas que
continuaram a apostar no seu talento. Interpretou dúzias de obras importantes
de cineastas de prestígio, como “Doze Homens em Fúria”, “Crime Sem Castigo”, “A
Hora Decisiva”, “Há Lodo no Cais”, “O Homem de Fato Cinzento”, “A Rapariga
daquela Noite”, “O Homem do Oeste”, “Os Irmãos Karamazov”, “A Conquista do
Oeste”, “Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse”, “Flint, Agente Secreto”, “A Pele
de Um Malandro”, “Exodus”, “As Três Faces de Eva” ou “O Exorcista”.
Participou em dezenas e
dezenas de telefilmes e séries de TV, sendo a sua personagem mais célebre a de
juiz Garth em “The Virginian”.
Foi nomeado duas vezes para
o Oscar de Melhor Actor Secundário, em 1955, em “Há Lodo no Cais”e em 1959, em
“Os Irmãos Karamazov”. Nomeado por três vezes para os Emmys, na categoria de
Melhor Actor de televisão, sem nunca ter ganho.
Filmografia:
como actor
1934: The
Vanishing Shadow (A Sombra Misteriosa), de Lew Landers
1937: Ali
Baba Goes to Town (O Herói das Arábias), de David Butler
1937: Rustlers' Valley, de Nate Watt
1937: North of the Rio Grande
(Ao Norte do Rio Grande),
de Nate Watt
1938: Danger on the Air, de Otis Garrett
1939: The Phantom Creeps, de Ford Beebe e Saul A.
Goodkind
1939: Golden Boy, de Rouben Mamoulian
1940: This Thing Called Love (Isso a que Chamam
Amor...), de Alexander Hall
1941: Paris
Calling (Os Heróis de Paris), de Edwin L. Marin
1941: Men of
Boys Town (Alarme na Cidade dos Rapazes), de Norman Taurog
1942: Down Rio Grande Way,
de William A. Berke (não creditado)
1943: The Song of
Bernadette (A Canção de Bernadette), de Henry King
1943: Buckskin Frontier
(Fronteiras em Chamas), de Lesley Selander
1943: Tonight We Raid Calais, de John Brahm
1943: The Moon Is Down (Noite sem Lua), de Irving Pichel
1944: Winged Victory (Encontro no Céu), de George Cukor
1946: Anna and the King of Siam (Ana e o Rei do Sião), de John Cromwell
1947: Captain from Castile
(Capitão de Castela), de Henry King
1947: Boomerang! (Crime Sem
Castigo), de Elia Kazan
1947: Johnny O'Clock (A
Hora Decisiva), de Robert Rossen
1948: The Dark Past, de
Rudolph Maté
1948: The Luck of the Irish
(O Amor que Tu me Deste), de Henry Koster
1948: The Miracle of the
Bells (O Milagre dos Sinos), de de Irving Pichel
1948: Call Northside 777 (A
Verdade Vence Sempre), de Henry Hathaway
1949: Thieves' Highway (O
Mercado dos Ladrões), de Jules Dassin
1950: The Man Who Cheated Himself, de Felix E. Feist
1951: Lights Out (série de TV)
1951: Tales of Tomorrow (série de TV)
1951: The Family Secret, de Henry Levin
1951: Sirocco (Vento do
Deserto), de Curtis Bernhardt
1951: Somerset Maugham TV Theatre (série de TV)
1952: The Fighter, de Herbert Kline
1953: The Tall Texan, de Elmo Williams
1954: Day of Triumph, de John T. Coyle e Irving Pichel
1954: On the Waterfront (Há
Lodo no Cais), de Elia Kazan
1954: Gorilla at Large (O
Gorila à Solta), de Harmon Jones
1954: The Ford Television Theatre (série de TV)
1954: Yankee Pasha (Piratas Marroquinos), de Joseph Pevney
1955: The Left Hand of God (A Mão Esquerda de Deus), de Edward Dmytryk
1955: The Road to Denver (O Renegado Cruel), de Joseph Kane
1955: Producers' Showcase
(série de TV)
1955: Medic (série de TV)
1955: Lux Video Theatre
(série de TV)
1955: The Racers (Estes
Homens São Perigosos), de Henry Hathaway
1956: Miami Expose (Escândalos de Miami), de Fred F. Sears
1956: The Man in the Gray Flannel Suit (O Homem de Fato Cinzento), de
Nunnally Johnson
1956: The Alcoa Hour (série
de TV)
1956: Goodyear Television
Playhouse (série de TV)
1956-1958: Zane Grey
Theater (série de TV)
1957: Studio One (série de
TV)
1957: The Three Faces of
Eve (As Três Faces de Eva), de Nunnally Johnson
1957: The Garment Jungle (A
Selva da Alta Costura), de Robert Aldrich e Vincent Sherman
1957: 12 Angry Men (Doze
Homens em Fúria), de Sidney Lumet
1957-1959: Playhouse 90
(série de TV)
1958: Party Girl (A
Rapariga Daquela Noite), de Nicholas Ray
1958: Man of the West (O Homem do Oeste), de Anthony Mann
1958: The Brothers Karamazov (Os Irmãos Karamazov), de Richard Brooks
1959-1960: The DuPont Show of the Month (série de TV)
1959: But Not for Me, de Walter Lang
1959: Green Mansions (A
Flor que não Morreu), de Mel Ferrer
1959: The Trap, de Norman Panama
1959: Westinghouse Desilu Playhouse (série de TV)- Trial at Devil's Canyon
1960: Exodus (Exodus), de
Otto Preminger
1960-1962: General Electric
Theater (série de TV)
1961: Vincent Van Gogh: A Self-Portrait (telefilme)
1961: Naked City (série de TV)– Take Off Your Hat When a Funeral Passes
1961: The DuPont Show with June Allyson (série de TV)– School of the
Soldier
1962: The Final Hour, de Robert Douglas
1962: The Brazen Bell, de James Sheldon
1962: How the West Was Won (A Conquista do Oeste), de George Marshall,
Henry Hathaway, John Ford e Richard Thorpe
1962: Four Horsemen of the
Apocalypse (Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse), de Vincente Minnelli
1962-1966: The Virginian (série de TV)
1963: Bob Hope Presents the Chrysler Theatre (série de TV)– It's Mental
Work
1963: Come Blow Your Horn
(Mulheres é Comigo), de Bud Yorque
1966: Death of a Salesman (telefilme)
1966: Our Man Flint (Flint, Agente Secreto), de Daniel Mann
1967: In Like Flint (Flint, Perigo Supremo), de Gordon Douglas
1968: They Came to Rob Las Vegas, de Antonio Isasi-Isasmendi
1968: Coogan's Bluff (A Pele de Um Malandro), de Don Siegel
1968: A Pistola do Mal
1968: The Day of the Owl (O
Dia da Vergonha), de Damiano Damiani
1969: Mackenna's Gold (O
Ouro de Mackenna), de J. Lee Thompson
1970: Macho Callahan (Macho
Callahan), de Bernard L. Kowalski
1970: The Liberation of
L.B. Jones (O Preço do Silêncio), de William Wyler
1970: The Dean Martin Show (série de TV)
1970: Annie, the Women in the Life of a Man (telefilme)
1970: To Confuse the Angel (telefilme)
1970-1971: The Young Lawyers (TV series)
1971: Lawman (O Homem da
Lei), de Michael Winner
1972: Heat of Anger (telefilme)
1973: Ultimatum,
1973: La polizia sta a guardare ou Ransom! Police
Is Watching, de Roberto Infascelli
1973: Double Indemnity (telefilme)
1973: The Man Who Loved Cat Dancing O Homem que Amou Cat Dancing), de
Richard C. Sarafian
1973: The Exorcist (O Exorcista), de William Friedkin
1973: McCloud (série de TV)– Showdown at the End of the World
1974: Il venditore di palloncini ou The Balloon Vendor, de Mario Gariazzo
1974: Gunsmoke (série de
TV) – The Colonel
1974: The Great Ice Rip-Off (telefilme)
1974: Trapped Beneath the Sea (telefilme)
1974: Dr. Max (telefilme)
1975: Mark il poliziotto spara per primo ou Mark of the Cop, de Stelvio
Massi
1975: That Lucky Touch, de Christopher Miles
1976: Gli amici di Nick Hezard ou Nick the Sting, de Fernando Di Leo
1976: La legge violenta della squadra anticrimine, de Stelvio Massi
1976: Gli origini della Mafia, de Enzo Muzii (mini- série de TV)
Como realizador
1960: Startime (série de
TV)
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