HORIZONTES DE GLÓRIA (1957)
Depois do sucesso brilhante de “Um Roubo no
Hipódromo”, retirado da obra de Lionel White (“Clean Break”), partindo de um
argumento escrito pelo próprio Stanley Kubrick, de colaboração com Jim Thompson
(sobretudo nos diálogos), o cineasta percebe que as portas de Hollywood se
abriam. Será o actor Kirk Douglas a consubstanciar esse interesse, oferecendo a
Kubrick a realização do seu próximo filme, “Paths of Glory”, uma obra sobre a I
Guerra Mundial, cuja temática ferozmente anti-belicista irá provocar
verdadeiros terramotos aquando da sua estreia, sobretudo na Europa. O argumento
é de novo assinado por Stanley Kubrick e Jim Thompson, desta feita com a
colaboração de Calder Willingham, segundo um romance de Humphrey Cobb (“Paths
of Glory”).
I Guerra Mundial, 1916: o quartel-general das
tropas francesas está instalado num castelo junto à frente da batalha. Dois
generais planeiam um ataque suicida a uma colina na posse dos alemães. O
Horminguer não parece ter qualquer valor estratégico e a sua improvável
conquista ceifará a vida a centenas de homens. Mas o general Broulard (Adolphe
Menjou) incita o seu colega Mirbeau (George Macready) a empreender esse ataque
como forma de ser promovido. O coronel Dax (Kirk Douglas) será nomeado para a missão,
que executa, apesar das muitas reticências que levanta. Está em causa a coragem
do soldado francês. É preciso dar o exemplo. E assim se fará, em vagas
sucessivas de soldados que vão caindo uns atrás dos outros, muito embora a
artilharia prepare o terreno. A retirada é obrigatória, mas Mirbeau não está
satisfeito. Manda a artilharia atacar os franceses que se recusam a deixar as
trincheiras e, no final, acusa todos de cobardia e prepara um tribunal militar
para julgar os “traidores”, pedindo que “apenas” três soldados sejam fuzilados
como exemplo. Dax é o oficial que se auto nomeia advogado de defesa, mas não
consegue demover o tribunal. Os três soldados serão mesmo fuzilados.
A muitos anos de outras obras que abordaram
posteriormente a tragédia da guerra, como “Apocalipse Now” ou “O Regresso do
Soldado Ryan”, este “Horizontes de Glória” mostra-se de uma frieza e
contundência sem par a denunciar um caso verídico, passado durante a guerra de
1914-1918, e que é aqui erigido em exemplo de carnificina escusada e de vileza
militar. O filme decorre praticamente entre dois cenários, que prefiguram duas
classes sociais e dois comportamentos perante a guerra: o castelo onde estão os
“Senhores”, os “Oficias Superiores”, e as trincheiras onde morrem os
“Escravos”, os “Soldados”. À vida cortês e despreocupada, apenas interrompida
pela intriga palaciana, por entre boas refeições e bailes de salão, opõe-se o
drama da trincheira enlameada e barulhenta, com os corpos dos feridos
envolvidos por panos nauseabundos. Entre estes dois extractos sociais (neste
aspecto “Paths of Glory” prolonga a inteligente análise de “A Grande Ilusão”,
de Jean Renoir) existe o choque visível numa clara luta de classes que
ultrapassa as fronteiras das nações. Para Kubrick, a guerra é pensada pelos
“Senhores” e executada pelos “Operários” desta grande indústria.
A realização de “Horizontes de Glória” é de uma
exemplaridade total, com os longos travellings por entre as trincheiras com os
soldados a abrirem alas para passarem os oficiais, ou os movimentos de câmara
que acompanham o avanço das tropas em terra de ninguém. Conhecem-se as
cumplicidades facilmente. Não espanta, por isso, que na sequência final os
soldados franceses se “aproximem” mais emocionalmente de uma pobre alemã que
canta um tema musical que acaba em confraternização de vozes, do que dos seus
próprios generais que não hesitam em atirar sobre eles próprios (“Se eles têm
medo das balas alemãs, terão de enfrentar as balas francesas”, grita Mirbeau).
O estudo das relações de poder é um dos temas básicos da filmografia de Stanley
Kubrick. A sua análise iniciada aqui, será prolongada em “Spartacus”, adaptada
ao mundo romano, e posteriormente em “Dr. EstranhoAmor”, “2001”, “Laranja Mecânica”,
“Barry Lyndon” ou “Nascido para Matar”. Como humanista e profundo observador da
condição humana, ao cineasta não interessam tanto as receitas marxistas que
outros adoptaram em obras semelhantes (até no Ocidente, cite-se Joseph Losey,
em “King and Country”), mas sobretudo a dúvida sobre o futuro do Homem e a
bondade possível do seu coração.
HORIZONTES DE GLÓRIA
Título original: Paths of
Glory
Realização: Stanley Kubrick (EUA, RFA,
1957); Argumento: Stanley Kubrick, Jim Thompson, Calder Willingham, segundo
romance de Humphrey Cobb (“Paths of Glory”); Música: Gerald Fried; Fotografia
(p/b): Georg Krause; Montagem: Eva Kroll; Direcção artística: Ludwig Reiber;
Guarda Roupa: Ilse Dubois; Maquilhagem: Arthur Schramm; Direcção de produção:
John Pommer, Helmut Ringelmann, George von Block; Assistentes de realização:
Dixie Sensburg, Franz-Josef Spieker, Hans Stumpf; Som: Martin Müller; Efeitos Especiais: Erwin
Lange; Produção: James B. Harris; Intérpretes:
Kirk Douglas (Coronel Dax), Ralph Meeker (Cabo Phillip Paris), Adolphe Menjou
(General George Broulard), George Macready (General Paul Mireau), Wayne Morris
(Tenente Roget/Homem que canta), Richard Anderson (Major Saint-Auban), Joe
Turkel (soldado Pierre Arnaud; Christiane Kubrick (cantora alemã), Jerry
Hausner (dono de café), Emile Meyer (Padre Dupree), Bert Freed, Kem Dibbs,
Timothy Carey, Fred Bell, John Stein, Harold Benedict, Leon Briggs, Paul Bös,
Peter Capell, Wally Friedrichs, Halder Hanson, James B. Harris, Rolf Kralovitz,
Ira Moore, Marshall Rainer, Roger Vagnoid, etc. Duração: 86 minutos; Distribuição em Portugal: MGM; Classificação
etária: M/ 16 anos.
STANLEY KUBRICK (1928-1999)
Stanley Kubrick nasceu em Nova lorque, a 26 de Julho de 1928, de uma família de origem judaica. Cresceu no Bronx, tendo-se interessado inicialmente pelo jazz, pelo xadrez e pela fotografia quando o pai, um médico, lhe ofereceu a primeira máquina fotográfica, aos treze anos. Um ano bastou para que Kubrick ficasse senhor dos conhecimentos básicos na matéria. Entretanto, estudou na High School de William Taft, onde dirigia uma banda e o jornal escolar. Não conseguiu entrar na Universidade, porque por aquela altura o regresso dos veteranos da II Guerra Mundial tornava raras as vagas. Mas ingressou na universidade de Colombia como estudante não matriculado e assistiu às aulas de Lionel Trilling e Moses Hadas. Era frequentador assíduo de sessões de cinema do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, preferindo sobretudo realizadores europeus, como Serghei Eisenstein, Max Ophuls, Ingmar Bergman, Michelangelo Antonioni ou Federico Fellini, e alguns norte-americanos com quem se identificava, casos confessos de Orson Welles, John Huston, William Wellman, Charles Chaplin ou Elia Kazan. Por essa altura ia jogando xadrez nos jardins de Manhattan para ganhar algum dinheiro. Aos dezassete anos, o director gráfico da revista “Look” emprega-o como fotógrafo estagiário, depois de publicar uma foto sua que entusiasmou a América - precisamente um velho jornaleiro emocionado, vendendo o jornal onde se anuncia a morte de Roosevelt.
Em 1951, com 23 anos de idade, Kubrick financiou a sua primeira curta-metragem, com capital seu e generosas dádivas familiares. Em 35 milímetros, “Day of the Fight” é um minucioso documentário sobre o “boxeur” Walter Cartier, que tinha sido tema de uma das suas reportagens fotográficas para a “Look”. Sem grande experiência de cinema, Kubrick foi todavia realizador, fotógrafo, montador e sonorizador. A RKO comprou os direitos deste pequeno filme e estreou-o numa sala da Paramount, integrado na série “This is America”. Resolve então interromper a sua colaboração com a “Look” para se dedicar por inteiro ao cinema. A RKO avança algum capital para permitir ao jovem cineasta filmar um novo documentário de curta-metragem, desta feita para a série “Pathe Screenliner”. “Flying Padre” retrata a vida e a obra do padre Fred Stadtmueller, que se deslocava de avião, num Piper Cub, para visitar os seus paroquianos no Novo México. A primeira longa-metragem de ficção de Stanley Kubrick foi “Fear and Desire”, de 1953, que produziu com dez mil dólares emprestados pela família e três mil dele próprio, filme de que não gostava nada de falar, e muito menos que o mesmo fosse mostrado, sendo por isso uma das suas obras mais difíceis de visionar presentemente. Veio a seguir “Killer's Kiss”, que já orçou em 40.000 dólares, e “The Killing”, dois marcantes “filmes negros”, que anunciaram desde logo um estilo visual muito particular e pessoal. Este último contou com a colaboração do amigo James B. Harris, funcionando este como produtor, o que lhe abre as portas de Hollywood, conseguindo um orçamento de 320.000 dólares e um elenco de actores dignos de um filme de género. Contudo, só em 1957 é que Kubrick fundou propriamente o seu estúdio. Depois de um projecto falhado sobre uma história de Stefan Zweig, “Segredo Ardente”, Kubrick e Calder Willingham, em colaboração com Jim Thompson, escreveram outra adaptação de um romance, desta feita “Paths of Glory”, de Humphrey Cobb. Kirk Douglas concordou em protagonizar o filme e este tornar-se-ia rapidamente num clássico e uma das melhores películas sobre guerra jamais feita. O seu anti-militarismo militante causar-lhe-ia fartos problemas, sobretudo na Europa, nomeadamente em França.
E começaram as incertezas à boa maneira de
Hollywood: Kubrick gasta anos a desenvolver projectos que não concretiza: um
para Kirk Douglas, sobre o ladrão e arrombador de cofres Herbert Emmerson
Wilson, e um outro sobre um grupo de guerrilha do Sul dos EUA, os “rangers de
Mosby”, ambientado durante a guerra civil americana. Perdeu mais seis meses na
pré-produção de “One Eyed Jack”, para Marlon Brando, que seria finalmente
dirigido pelo próprio actor, depois de alguns desacordos nascidos entre Brando
e Kubrick.
Em 1959, Kirk Douglas produziu “Spartacus”. O
realizador que iniciara as filmagens foi Anthony Mann, mas, poucas semanas
depois de principiadas a produção e a realização, surgem igualmente
desencontros entre actor-produtor e realizador, acabando Anthony Mann por ser
dispensado e substituído por Stanley Kubrick. Apesar disso, nunca considerou
“Spartacus” um filme integralmente “seu”.
Em seguida, a dupla Kubrick/Harris produz e realiza
“Lolita”, baseado no polémico romance de Vladimir Nabokov. Após a acidentada
estreia de “Lolita”, James B. Harris e Kubrick terminam a colaboração directa.
Ambos vão assumir, cada um no seu campo, a área ocupada anteriormente pelo
amigo. James B. Harris passa a realizador (irá mesmo dirigir, em 1965, um
filme, “The Bedford Incident”, que se assemelha muito a “Dr. Strangelove”, de
1964), enquanto Kubrick resolve assumir de novo o compromisso de produzir as
suas próprias obras. A loucura e o absurdo da guerra-fria e a ameaça de um
conflito nuclear, estarão na base do filme seguinte: “Dr. Strangelove or: How I
Learned to Stop Worrying and Love the Bomb”. Kubrick encontra-se então com o
cientista e escritor de ficção científica Arthur C. Clarke a quem encomenda um
argumento, partindo da sua novela “The Sentinel”, sobre o encontro do homem com
a inteligência extraterrestre. Nasce assim “2OOl: A Space Odyssey”, um marco na
história do cinema e também uma referência de maturidade na filmografia da
ficção científica. A seguir, em “A Clockwork Orange”, ele estigmatiza a
violência e o erotismo mais terríficos, adaptando o romance de Anthony Burgess.
Depois de duas películas que imaginavam o futuro, partindo do presente, Kubrick
volta-se para o passado, adaptando um romance ambientado no século XIX, um
original de William Makepeace Thackery. “Barry Lyndon” é outro sucesso, com um guarda-roupa
e cenários deslumbrantes, uma reconstituição de época notável, um cuidado
técnico esmerado. Em 1980, após uma pausa de cinco anos desde “Barry Lyndon”,
Kubrick aproxima-se do universo do filme de terror, adaptando o romance de
Stephen King, “The Shining”. Um dos temas preferidos do cineasta encontra neste
filme expressão máxima: o labirinto e a exploração do cérebro humano. Novo
interregno, este de sete anos, antes de Kubrick estrear nova película,
adaptando outra vez uma obra literária, desta feita um romance de guerra,
ambientado no Vietname, escrito por Gustav Hasford (“The Short Timers”).
Kubrick aproveita por essa altura a explosão do “home video” para supervisionar
a passagem da quase totalidade das suas obras de cinema para vídeo, com a
minúcia e o cuidado habituais nele. Restaura o negativo de “Dr. Strangelove”,
entretanto desaparecido, e recupera-o através de cópias disponíveis. Em meados
da década de 80, interessa-se por vários projectos, um dos quais as viagens de
Fernão Mendes Pinto e também as descobertas marítimas dos portugueses. Chega a
estabelecer contactos em Portugal, para concretizar rodagens no nosso País. Em
Maio de 1990, Stanley Kubrick junta-se a outros realizadores, Martin Scorsese,
Allen Woody, Francis Ford Coppola, Steven Spielberg, Robert Redford, Sydney
Pollack e George Lucas, para criar uma Fundação cuja principal intenção era
promover o restauro e a preservação das películas. A derradeira obra de Kubrick
seria “Eyes Wide Shut”, segundo Arthur Schnitzler (romance “Traumnovelle”). Em
Março de 1997, num sábado, dia 8,
a Directors Guild of America concedeu a Stanley Kubrick
o seu mais elevado e prestigiado galardão, o D.W. Griffith Award for Lifetime
Achievement. Com 68 anos, Kubrick não compareceu, mas enviou um discurso
gravado em vídeo, e o actor Jack Nicholson aceitou o prémio em nome do
cineasta. Em Setembro desse mesmo ano, Kubrick foi igualmente homenageado no
54º Festival de Veneza com um Leão de Ouro que sublinhava a grandeza da sua
obra e a sua importante contribuição para a História do Cinema Mundial.
No início do mês de Março de 1999, Kubrick
organizou uma sessão especial para apresentar a cópia final, na sua montagem
definitiva, de “De Olhos Bem Fechados”. Estiveram presentes os responsáveis
máximos da Warner Brothers, os actores Nicole Kidman e Tom Cruise e alguns
convidados. A reacção foi excelente e Kubrick mostrou-se satisfeito, chegando
mesmo a dizer que este era o seu melhor filme. Pouco depois, no dia 7 de Março
de 1999, o realizador morre durante o sono, vítima de um ataque cardíaco.
Contava 70 anos de idade e deixava a sua marca pessoal bem presente e
imperecível nos ecrãs de todo mundo. Casado em 28 de Maio de 1948, com Toba
Metz, de quem de divorciara em 1951, voltou a casar com Ruth Sobotka (1954 -
1957) e finalmente com Christiane Kubrick (de 1958 até à data da sua morte), de
quem tinha três filhas.
Com uma carreira das mais brilhantes na história do
cinema, Kubrick, ironicamente, só recebeu um Oscar para um filme seu. Em 1969,
ganha o Oscar de Melhores Efeitos Especiais Visuais, com “2001: Odisseia no Espaço”.
Mas foi nomeado por diversas vezes: 1965: Nomeado para Melhor Realizador,
Melhor Argumento Adaptado e Melhor Filme, em “Doutor Estranhoamor”; 1969: Nomeado
para Melhor Realizador e Melhor Filme, em “2001: Odisseia no Espaço”; 1972:
Nomeado para Melhor Realizador, Melhor Argumento Adaptado e Melhor Filme, em “Laranja
Mecânica”; 1976: Nomeado para Realizador, Melhor Argumento Adaptado e Melhor
Filme, em “Barry Lyndon” e, finalmente, 1988: Nomeado para Melhor Argumento Adaptado,
em “Full Metal Jacket - Nascido Para Matar”.
Filmografia
como
realizador:
1951:
Day of the Fight (curta-metragem documental)
1951: Flying Padre (curta-metragem documental)
1953: The Seafarers (curta-metragem)
1953:
Fear and Desire
1955: Killer's Kiss (O
Beijo Assassino)
1956: The Killing (Um Roubo no Hipódromo)
1957: Paths of Glory (Horizontes de Glória)
1960: Spartacus (Spartacus)
1962: Lolita (Lolita)
1964:
Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb (Doutor
Estranhoamor)
1968: 2001: A Space Odyssey (2001: Odisseia no
Espaço)
1971: A Clockwork Orange (Laranja Mecânica)
1975: Barry Lyndon (Barry Lyndon)
1980: The Shining (Shining)
1987: Full Metal Jacket (Nascido para Matar)
1999: Eyes Wide Shut (De Olhos Bem Fechados)
KIRK DOUGLAS (1916- ?)
Kirk Douglas, de nome de baptismo Issur
Danielovitch Demsky, nasceu a 9 de Dezembro de 1916, em Amsterdam, no estado de
Nova Iorque, EUA.
Filho de Herschel Danielovitch e Bryna Sanglel,
judeus pobres da Bielorrússia que emigraram para os EUA. Estudou na St. Lawrance
University, entrando numa liga de boxe, para conseguir pagar os estudos. Ganhou
a bolsa, juntamente com Lauren Bacall. Entrou para a Marinha Norte-Americana no
início da II Guerra Mundial. Terminada a guerra, voltou para Nova Iorque e
começou uma carreira na rádio e em spots publicitários de televisão. Foi Lauren
Bacall quem o indicou para um papel no seu primeiro filme, “The Strange Love of
Martha Ivers” (1946), iniciando assim uma excelente carreira no cinema, onde
actuou sob a direcção dos mais prestigiantes cineastas, como actor, tendo sido
ainda produtor e realizador e “um modelo moral e criativo para a comunidade
cinematográfica" (segundo a Academia de Hollywood, quando lhe concedeu um
Oscar honorifico em 1996, pela sua carreira). Foi nomeado três vezes para o
Oscar de Melhor Actor, em “Champion” (1949), “The Bad and the Beautiful” (1952)
e “Lust for Life” (1956). Não ganhou nenhum, mas bem o teria merecido. Foi ele
quem ajudou Stanley Kubrick no início da sua carreira, e esteve sempre disponível
para auxiliar outros, nomeadamente alguns “black listed”. Na sua extensa
filmografia, há obras inesquecíveis, como “O Grande Ídolo”, “O Grande
Carnaval”, “História de um Detective”, “Céu Aberto”, “Homem Sem Rumo”, “A Vida
Apaixonada de Van Gogh”, “Duelo de Fogo”, “Horizontes de Glória”, “Os Vikings”,
“O Último Comboio de Gun Hill”, “Um Estranho na Minha Vida”, “Spartacus”,
“Duelo ao Pôr-do-sol”, “Fuga Sem Rumo”, “Duas Semanas Noutra Cidade”, “As Cinco
Caras do Assassino”, “Sete Dias em Maio”, “O Compromisso” ou “O Réptil”, entre
muitos outras.
Casado com Diana Dill (1943 - 1951), com quem teve
dois filhos, o actor Michael Douglas e o produtor Joel Douglas, e com Anne
Boydens (1954 até hoje) com quem teve outros dois filhos, o produtor Peter
Vincent Douglas e o actor Eric Douglas. Kirk Douglas tem uma estrela no Passeio
da Fama no número 6263, Hollywood Blvd.
Filmografia:
1946: The Strange Love of Martha Ivers (O Estranho
Amor de Martha Ivers), de Lewis Milestone
1947: Out of the Past (O Arrependido), de Jacques
Tourneur
1947: Mourning becomes Electra (Electra), de Dudley
Nichols
1948: I Walk Alone (Lábios Que Sangram), de Byron
Haskin
1948: The Walls of Jericho (Muralhas Humanas), de John
M. Stahl
1949: My Dear Secretary (Prefiro a Secretária), de
Charles Martin
1949: A Letter to Three Wives (Carta a Três Mulheres),
de Joseph L. Mankiewicz
1949:
Champion (O Grande Ídolo), de Mark Robson
1950:
Young Man with a Horn (Duas Mulheres e Dois Destinos), de Michael Curtiz
1950: The Glass Menagerie (Algemas de Cristal), de
Irving Rapper
1951: Along the Great Divide (A Caminho da Forca), de
Raoul Walsh
1951: Ace in the Hole (O Grande Carnaval), de Billy
Wilder
1951:
Detective Story (História de um Detective), de William Wyler
1952:
The Big Trees (Os Gigantes da Floresta), de Felix Feist
1952: The Big Sky (Céu Aberto), de Howard Hawks
1952: The Bad and the Beautiful (Cativos do Mal), de
Vincente Minnelli
1953: The Story of Three Loves (A História de Três
Amores), episódio “Equilibrium”, de Gottfried Reinhardt
1953: The Juggler (O Malabarista), de Edward Dmytryk
1953: Act of Love (Um Gesto de Amor), de Anatole
Litvak
1954: 20,000 Leagues Under the Sea (Vinte Mil Léguas
Submarinas), de Richard Fleischer
1954: Ulysses (Ulisses) de Mario Camerini
1954 The Jack Benny Program (série de TV) – episódio
The Jam Session Show
1955: The Racers (Estes Homens São Perigosos), de
Henry Hathaway
1955:
Man without a Star (Homem Sem Rumo), de King Vidor
1955:
The Indian Fighter (O Caçador de Índios), de Andre de Toth
1955:
Van Gogh: Darkness Into Light
1956:
Lust for Life (A Vida Apaixonada de Van Gogh), de Vincente Minnelli
1957:
Top Secret Affair (Escândalo na Primeira Página), de H.C. Potter
1957: Gunfight at the O.K. Corral (Duelo de Fogo), de
John Sturges
1957: Paths of Glory (Horizontes de Glória), de
Stanley Kubrick
1958: The Vikings (Os Vikings), de Richard Fleischer
1959: Last Train from Gun Hill (O Último Comboio de
Gun Hill), de John Sturges
1959: The Devil's Disciple, de Guy Hamilton
1959: Premier Khrushchev in the USA (documentário)
1960:
Strangers when we meet (Um Estranho na Minha Vida), de Richard Quine
1960:
Spartacus (Spartacus), de Stanley Kubrick
1961:
Town Without Pity (Gente sem Compaixão), de Gottfried Reinhardt
1961:
The Last Sunset (Duelo ao Pôr do Sol), de Robert Aldrich
1962: Lonely are the Brave (Fuga Sem Rumo), David
Miller
1962: Two Weeks in Another Town (Duas Semanas Noutra
Cidade), de Vincente Minnelli
1963: The Hook (Um Homem Deve Morrer), George Seaton
1963: The List of Adrian Messenger (As Cinco Caras do Assassino),
de John Hustron
1963:
For Love or Money (Por Amor ou Por Dinheiro), de Gordon Douglas
1964: Seven Days in May (Sete Dias em Maio), de John
Frankenheimer
1965: The Heroes of Telemark (Os Heróis de Telemark),
de Anthony Mann
1965:
In Harm's Way (A Primeira Vitória), de Otto Preminger
1966:
Cast a Giant Shadow (A Sombra de um Gigante), de Melville Shavelson
1966: Paris brûle-t-il ? ou Is Paris Burning? (Paris Já Está a Arder?),
de René Clément
1967: The Way West (A Caminho do Oregon), de Andrew V. McLaglen
1967:
The War Wagon (Assalto ao Carro Blindado), de Burt Kennedy
1968: Rowan & Martin at the Movies (curta-metragem)
1968: Once Upon a Wheel (documentário)
1968: A
Lovely Way to Die (Que Importa Morrer), de David
Lowell Rich
1968:
The Brotherhood (Dois Irmãos Sicilianos), de Martin Ritt
1968: The Legend of Silent Night (TV) (narrador)
1969:
The Arrangement (O Compromisso), de Elia Kazan
1970: There Was a Crooked Man ... (O Réptil), de Joseph L.
Mankiewicz
1971:
To Catch a Spy (Meu Marido, Esse Desconhecido), de Dick Clement
1971: The Light at the Edge of the World (Os Piratas
do Arquipélago), de Kevin Billington
1971:
A Gunfight (Um de Nós Tem de Morrer), de Lamont Johnson
1972 The Special
London Bridge
Special (TV)
1972:
Un Uomo da Rispettare ou The Master Touch (Um Homem de Respeito), de Michele
Lupo
1973:
Scalawag (Scalawag), de Kirk Douglas
1973:
O Médico e o Monstro (TV)
1974: Mousey (TV)
1975: Once Is Not Enough, de Guy Green
1975:
Posse (Cavalgada dos Destemidos), de Kirk Douglas
1976: Arthur Hailey's the Moneychangers (mini série de
TV)
1976:
Vitória em Entebbe (TV)
1977:
Holocaust 2000 (Holocausto 2000), de Alberto De Martino
1978:
The Fury (A Fúria), de Brian de Palma
1979:
Home Movies, de Brian De Palma
1979:
The Villain (Cactus Jack, o Vilão), de Hal Needham
1980:
Saturn 3 (Saturno 3, o Robot Assassino), de Stanley Donen
1980:
The Final Countdown (A Contagem Final), de Don Taylor
1982:
The Man from Snowy River (O Homem de Rio Nevado), de George Miller
1982:
Separação Forçada (TV)
1983:
Eddie Macon's Run, de Jeff Kanew
1984:
Duelo de Amigos (TV)
1985:
Amos (TV)
1986:
Tough Guys (Os Duros), de Jeff Kanew
1987: Queenie (TV)
1988: Inherit the Wind (TV)
1992:
The Secret (TV)
1991:
Contos de Arrepiar (série de TV) – episódio Yellow
1991:
Oscar (Oscar - A Mala das Trapalhadas), de John Landis
1991:
Welcome to Veraz, de Xavier Castaño
1994:
A Century of Cinema (documentaire)
1994: Greedy, de Jonathan Lynn
1994: Take Me Home Again (TV)
1996: Os Simpsons (série de TV) – episódio The Day the
Violence Died
1999: Diamonds, de John Asher
2000: Scene by Scene (série de TV)
2000: Touched by an Angel (série de TV) – episódio Bar
Mitzvah
2003: It Runs in the Family (Corre no Sangue), de Fred
Schepisi
2004: Illusion, de Michael A. Goorjian
2008: Meurtres à l'Empire State Building (TV)
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