O
COMBOIO APITOU TRÊS VEZES (1952)
“High Noon”é um filme
magnífico, um western particularmente inspirado, mas é mais do que tudo isso. É
uma obra que se vê hoje em dia com uma determinada intenção, mas que terá de se
enquadrar no seu tempo histórico para se perceber na sua integralidade.
Comecemos pelo mais
simples. Que nunca será muito simples, pois na década de 50 do século XX o
western perdera já a simplicidade maniqueísta dos conflitos a branco e preto
dos filmes de cowboys de outrora e deixara-se contaminar por uma complexidade
que fora importar à sociologia, à psicanálise, à história, aos movimentos
políticos e respectivas ideologias, etc. Pelo western passava o mundo, e o
mundo por essa altura, nesse convulsivo pós-guerra, era um frenético caos de ideias
e propostas muito diversificadas, contraditórias mesmo.
Mas, olhando “O Comboio
Apitou Três Vezes” com olhos limpos de quaisquer outros significados temporais
e locais, vendo-o na sua abstração, o que vemos?
Esta é a história de Will
Kane (Gary Cooper), xerife de Hadleyville, que se acaba de casar com Amy (Grace
Kelly), uma “quaker” adepta do pacifismo, preparando-se ambos para deixarem a
cidade, um dia antes da chegada do futuro xerife que virá substituir Kane. Mas,
mal acaba a cerimónia, corre a notícia de que Frank Miller, um assassino que o
actual xerife prendera e enviara para a prisão, fora absolvido, e se prepara
para regressar a Hadleuville, chegando no comboio do meio-dia. Na estação, três
bandoleiros já o aguardam e todos percebem qual o propósito desta visita:
Miller regressa para se vingar de Will Kane, que, por isso mesmo, é aconselhado
a partir da cidade o mais rapidamente possível, dado que falta apenas uma hora
e vinte minutos para o comboio anunciar a sua paragem na estação, apitando três
vezes.
Kane e Amy seguem as
indicações dos seus concidadãos, aprestam-se a partir para longe, mas mal saem
dos limites da cidade, Kane percebe que se está a comportar como um cobarde e
resolve regressar e enfrentar a ameaça. Afinal ele ajudou a tornar Hadleyville
uma terra pacífica e ordeira, onde se pode viver sem medo, e não quer fugir
deixando tudo como dantes. Amy não aprova a decisão, pretende seguir viagem
sozinha no comboio e para tanto irá esperar pelo meio-dia no hall do hotel local.
Will Kane, entretanto,
começa a organizar a resistência, chama os seus delegados, procura distribuir
armas, mas descobre-se afinal sozinho nos seus propósitos. Ninguém o irá
acompanhar, não terá nenhum apoio a seu lado, senão um velho estropiado a cair
de bêbado e um miúdo mais destemido. Toda a restante cidade ou se associa
estrategicamente à chegada do proscrito Miller ou se encolhe com medo diante
desse perigo eminente. Um ou outro mais temerário é chamado à razão
rapidamente. O juiz que condenara Miller emala os trapinhos e muda de ares
cautelosamente. A cidade fica tolhida pelo pânico de enfrentar o gang que se
apresta a recuperar o controle da situação nas suas ruas desertas. Decidido,
Kane irá enfrentar os inimigos apenas com as armas de que dispõe. Quando a
comunidade se aterroriza e acobarda, alguém tem de manter a dignidade, mesmo
que tal se assemelhe a um suicídio. Escreve o seu testamento e sai para as ruas
quando ouve os três apitos que assinalam a chegada do comboio. Este é um apelo
a haver “alguém que resista” contra a brutalidade institucionalizada. Contra o
terror imposto. Contra os fora-da-lei que conquistam o poder.
Narrado em tempo real (o
filme dura os 85 minutos, os mesmos que dura a acção), “High Noon” é exemplar
neste aspecto, conseguindo manter o equilíbrio entre o “tempo” da situação e o
suspense que a mesma provoca, jogando com acções paralelas que se vão
desenrolando em simultâneo, ora na estação, ora no hotel, no
gabinete do xerife, no “saloon”, na igreja, nas ruas, um pouco por todo o lado.
Alguns relógios vão pautando a escrita, criando a ansiedade e mantendo-a a um
bom nível. A descrição das diferentes personagens é magnífica, servidas todas
elas por actores brilhantes, mesmo nos mais pequenos papéis. Desde os vilões
aos cidadãos amedrontados, do casal protagonista à proprietária do hotel,
ex-paixão de Kane, Helen Ramírez (Katy Jurado), todos conseguem imprimir uma
personalidade sólida a cada figura. Lloyd Bridges (Harvey Pell), Ian MacDonald
(Frank Miller), Thomas Mitchell (Jonas Henderson), Otto Kruger (juiz Percy
Mettrick), Lon Chaney Jr (Martin Howe), Harry Morgan (Sam Fuller), Morgan
Farley (padre Mahin), Harry Shannon (Cooper), Lee Van Cleef (Jack Colby),
Robert J. Wilke (Pierce) ou Sheb Wooley (Ben Miller) estão neste caso.
Para a criação deste clima
obsessivo e inquietante, que quase cruza o western com o policial, muito
contribuíram ainda a fabulosa fotografia a preto e branco de Floyd Crosby, a
partitura musical de Dimitri Tiomkin, que criou um tema inolvidável e que
acompanha como “leit motiv” todo o desenrolar da acção, e a montagem de Elmo
Williams.
Percebe-se, pois, a
intenção primordial de Fred Zinnemann e dos seus argumentistas, Carl Foreman e
Stanley Kramer, este igualmente produtor. Uma comunidade não pode estar à mercê
de bandoleiros que controlam pela força o poder, alguém tem de intervir, e nem
sempre o pacifismo é a melhor das atitudes. Sobretudo o acomodar a este tipo de
situações não é de todo em todo aconselhável.
Mas se esta leitura é a mais corrente entre
espectadores que desconhecem o contexto em que a obra foi criada, outra, bem
mais intrincada, surge quando se integra a obra no seu tempo histórico e no
país de origem. Nos EUA, desde finais dos anos 40 até quase final da década seguinte,
a Comissão das Actividades Anti-Americanas perseguia todos quantos assumiam
ideologias que se aproximassem do comunismo ou do socialismo. Era a vaga de
fundo do anti-New Deal, o programa de recuperação económica e social instituído
pelo presidente Roosevelt. Atacando em todas as frentes da sociedade
norte-americana, o senador McCarthy e a sua equipa (de que fazia parte Richard
Nixon), que dirigiam a operação, perseguiram todos os que pertenciam a
organizações comunistas, eram meros simpatizantes ou julgados enquanto tais.
Nos sindicatos, no governo, na comunicação social, nas forças armadas, nos
meios do espectáculo, mas sobretudo no cinema, que foi escolhido como alvo
preferencial, dada a sua notoriedade e fácil publicidade nos media, muitos foram
intimados a depor perante a comissão formada para o efeito, mas de forma muito
agressiva e com repercussões drásticas. Não se tratava apenas de saber se
fulano tal era ou não comunista, mas de o obrigar a denunciar todos quantos
conhecia que professassem ideias julgadas subversivas. Esta imposição da
delação ficou tristemente conhecida como “mcchartismo”,
"Caça às Bruxas" ou "Terror vermelho”. O clima era de cortar à
faca nos meios cinematográficos de Hollywood, tanto mais que quem se recusou a
denunciar ou indicar nomes foi sumariamente colocado na “lista negra”, impedido
de trabalhar na indústria e ostracizado. Ou seja, o terror instalara-se em
Hollywood, muitos emigraram, outros suicidaram-se, alguns ficaram conhecidos
como “os 10 de Hollywood”, uma lista de dignos cidadãos que unicamente se
recusaram a passarem a delatores. Foram eles, Alvah Bessie, argumentista,
Herbert Biberman, argumentista e realizador, Lester Cole, argumentista, Edward
Dmytryk, realizador e argumentista, Ring Lardner, Jr, jornalista e
argumentista, John Howard Lawson, escritor, Albert Maltz, escritor e
argumentista, Samuel Ornitz, argumentista, Adrian Scott, argumentista e
produtor, e Dalton Trumbo, argumentista e escritor.
Nove dos "Dez de Hollywood"
A lista de actores, realizadores, argumentistas
colocados na lista negra é infindável, mas aqui se podem conhecer alguns: Gale
Sondergaard, Rosaura Revueltas, Allen Adler, Larry Adler, Orson Bean, Herschel
Bernardi, Walter Bernstein, John Berry, Marc Blitzstein, Sebastian Miles, Allen
Boretz, Phoebe Brand, Bertolt Brecht, J. Edward Bromberg, Sidney Buchman, Hugo
Butler, Morris Carnovsky, Jerome Chodorov, Aaron Copland, Jeff Corey, John
Cromwell, Jules Dassin, Roger De Koven, Paul Draper, Frank Capra, Cy Endfield,
John Henry Faulk, Jerry Fielding, Carl Foreman, John Garfield, Betty Garett,
Will Geer, Jack Gilford, Bernard Gordon, Lloyd Gough, Lee Grant, Dashiell
Hammett, Sterling Hayden, Lillian Hellman, Marsha Hunt, Sidney Kingsley, Sam
Jaffe, Paul Jarrico, Gordon Kahn, Victor Kilian, Howard Koch, Charles Chaplin
ou Howard Fast. Claro que entre estes havia comunistas, socialistas,
simpatizantes e muitos que nada tinham a ver com esse tipo de ideologia.
A sessão da Comissão com Gary Cooper a depor
Para apoiar as individualidades perseguidas,
criou-se o “Committee for the First Amendment”, em Setembro de 1947, fundado
pelo argumentista Philip Dunne, a actriz Myrna Loy, e os realizadores John
Huston e William Wyler, grupo a que aderiram muitos nomes grandes da sétima
arte: Humphrey Bogart, Lauren Bacall, Henry Fonda, Gene Kelly, John Garfiel,
Edward G. Robinson, Judy Garland, Katharine Hepburn, Paul Henreid, Dorothy
Dandridge, Jane Wyatt, Ira Gershwin, Billy Wilder, Sterling Hayden, Evelyn
Keyes, Marsha Hunt, Groucho Marx, Lucille Ball, Danny Kaye, Lena Horne, Robert
Ryan, Frank Sinatra, entre outros.
Anúncio a exortar os americanos a boicotarem os "vermelhos" no cinema e na televisão
Do outro lado da barricada,
também se criou uma liga para a preservação dos valores americanos. Chamava-se
“Motion Picture Alliance for the Preservation of American Ideals”, era
presidida por Lela E. Rogers, mãe de Ginger Rogers, e contava igualmente com
nomes sonantes como Robert Taylor, Adolphe Menjou, Sam Wood, Norman Taurog,
Clarence Brown, Walt Disney. Clark Gable e Gary Cooper estiveram igualmente
ligados a esta “Aliança”, mas a sua acção nunca ficou claramente definida,
sendo vista por muitos como ingenuidade de impreparados politicamente. Gary
Cooper, por exemplo, apesar das suas simpatias, recusou-se a nomear fosse quem
fosse no seu depoimento perante a comissão. Outros houve, claramente
conservadores, como John Ford, que criticaram asperamente toda esta situação.
Sobre este tema existem vários filmes posteriores, como “Na Lista Negra”, de Irwin
Winkler, com Robert De Niro, “O Testa de Ferro”, de Martin Ritt, com Wood Allen
e Zero Mostel, e, mais recentemente, “Boa Noite, e Boa Sorte”, de George
Clooney.
O certo é que se instalou
em Hollywood e Nova Iorque um clima de terror que terá levado alguns
argumentistas e cineastas, politicamente fora de toda a suspeita de subversão,
mas defensores dos valores da legalidade e da democracia, a lutarem contra este
ambiente opressivo, propondo obras onde esse terror era violentamente
condenado. Entre essas obras inscreve-se claramente “O Comboio Apitou Três
Vezes”, curiosamente interpretado por Gary Cooper, realizado pelo insuspeito
Fred Zinnemann, mas escrito pelo muito “suspeito” Carl Foreman (pouco depois
exilado dos EUA), ao lado de um argumentista, produtor e realizador liberal
como Stanley Kramer.
O filme adquiriu assim um
estatuto de libelo anti-mccarthismo que, se agradou a muitos, terá provocado a
ira de alguns falcões de Hollywood, como John Wayne e Ward Bond, que se
aprestaram a condenar publicamente a película.
A verdade é que,
ultrapassando ventos e marés, esta é uma das obras-primas do cinema
norte-americano da década de 50 e um dos exemplos mais flagrantes da sua
corrente liberal e progressista.
O COMBOIO APITOU TRÊS VEZES
Título original: High Noon
Realização: Fred Zinnemann (EUA, 1952); Produção: Carl Foreman, Stanley
Kramer; Música: Dimitri Tiomkin; Fotografia (p/b): Floyd Crosby ; Montagem:
Elmo Williams; Casting: Jack Murton; Design de produção: Rudolph Sternad;
Direcção artística: Ben Hayne; Decoração: Murray Waite; Maquilhagem: Louise
Miehle, Gustaf Norin; Direcção de produção: Clem Beauchamp, Percy Ikerd;
Assistentes de realização: Emmett Emerson; Som:Jean L. Speak, John Speak;
Efeitos especiais: Willis Cook; Companhias de produção: Stanley Kramer
Productions; Intérpretes: Gary
Cooper (Marshal Will Kane), Thomas Mitchell (Mayor Jonas Henderson), Lloyd
Bridges (Deputy Marshal Harvey Pell), Katy Jurado (Helen Ramírez), Grace Kelly
(Amy Fowler Kane), Otto Kruger (Juiz Percy Mettrick), Lon Chaney Jr.(Martin
Howe), Harry Morgan (Sam Fuller), Ian MacDonald, Eve McVeagh, Morgan Farley,
Harry Shannon, Lee Van Cleef, Robert J. Wilke, Sheb Wooley, Jack Elam, etc. Duração: 85 minutos; Distribuição em
Portugal: Costa do Castelo (DVD); Classificação etária: M/ 12 anos Estreia em
Portugal: 8 de Junho de 1953.
FRED ZINNEMANN (1907-1997)
Alfred
Zinnemann nasceu a 29 de Abril de 1907, em Viena, na altura integrada no
império Austro-húngaro, agora Áustria. Morreu a 14 de Março de 1997, em
Londres, Inglaterra, de ataque cardíaco. Filho de um médico judeu, inicialmente
parecia destinado a uma carreira de violinista, depois estudou Direito na
Universidade de Viena. Mas apaixonou-se pelo cinema, particularmente o
americano, mas também por Sergei Eisenstein e Erich von Stroheim, e decidiu que
era essa a carreira a seguir. Primeiro na Europa (na “École Technique de
Photographie”, de Paris, em 1927,
a seguir em Berlim, onde trabalhou como assistente de
realização de Robert Sidmark e de Billy Wilder, nos estúdios UFO, depois na
América, onde estudou cinema, foi operador de câmara e figurante. Uma das suas
grandes inspirações foi Robert J. Flaherty, de quem se tornou assistente
pessoal. Conseguiu o apoio do produtor Paul Strand para filmar no México um
documentário, “Redes” (1935), que impressionou pelo seu realismo narrativo. A
sua primeira longa-metragem de ficção foi também filmada no México e com um
naipe de atores amadores: “The Wave” (1937). Entre 1938 e 1942, filma quinze
curtas-metragens, entre as quais “That Mothers Might Live” (1938), que lhe
valeu um Óscar na já extinta categoria de Curta-Metragem de uma bobina.
Naturalizou-se cidadão americano em 1936. Casado com Renee Bartlett (1936 -
1997). Realizou também alguns filmes de pequeno orçamento, mas a sua primeira
longa-metragem de sucesso foi “The Seventh Cross” (1944). “The Search” (1948)
vale-lhe a primeira nomeação para o Óscar de Melhor Realizador. Em 1951, venceu
o primeiro Óscar da sua carreira como produtor do documentário de curta-metragem
“Benjy” (1951). “High Noon” (1952) e “From Here to Eternity” (1953) são as suas
obras mais célebres, a última das quais lhe conferiu o Óscar de Melhor
Realizador. Em 1966, com “A Man For All Seasons” ganha seis Óscares, entre os
quais outra vez o de Melhor Realizador. Foi sob a sua direcção que se estrearam
no cinema Montgomery Clift, Marlon Brando e Meryl Streep. Excelente director de
actores, 18 foram nomeados em filmes seus para Óscars de melhor actor: Hume
Cronyn, Montgomery Clift, Gary Cooper, Julie Harris, Frank Sinatra, Donna Reed,
Burt Lancaster, Deborah Kerr, Anthony Franciosa, Audrey Hepburn, Glynis Johns,
Paul Scofield, Robert Shaw, Wendy Hiller, Jason Robards, Vanessa Redgrave, Jane
Fonda e Maximilian Schell. Cooper, Redgrave, Robards, Sinatra, Reed, Scofield,
além de Ivan Jandl (este para um Oscar juvenil).
Fred
Zinnemann, que foi um dos mais talentosos cineastas da época de ouro do cinema
norte-americano, definiu excelentemente o que é o cinema norte-americano,
sobretudo o do seu tempo, ao dizer: “Sempre me pensei um realizador de
Hollywood, não porque tenha nascido na indústria americana, mas porque gosto de
fazer filmes que agradem a grandes audiências, e não somente para expressar a
minha personalidade e as minhas opiniões. Tentei sempre oferecer ao público
algo de positivo ao mesmo tempo que o entretinha”. Conta-se que depois de ter
ganho um Oscar, compareceu numa reunião com um jovem executivo que lhe
perguntou o que é que Zinnemann tinha feito até aí. Ao que o cineasta
respondeu: “Claro, mas primeiro conte você”.
Em 1967,
radica-se na Inglaterra, onde rodaria alguns filmes bem sucedidos, e onde vem a
falecer.
Filmografia:
Como realizador
1930: Menschen am Sonntag
(argumentista e assistente de realização)
1936:
Redes
1938:
Tracking the Sleeping Death (curta-metragem)
1938:
They Live Again (curta-metragem)
1938:
That Mothers Might Live (curta-metragem)
1938:
A Friend in Need (curta-metragem)
1938:
The Story of Doctor Carver (curta-metragem)
1939:
Weather Wizards (curta-metragem)
1939:
While America
Sleeps (curta-metragem)
1939:
Help Wanted (curta-metragem)
1939:
One Against the World (curta-metragem)
1939:
The Ash Can Fleet (curta-metragem)
1939:
Forgotten Victory (curta-metragem)
1940:
Stuffie (curta-metragem)
1940:
The Old South (curta-metragem)
1940:
The Great Meddler (curta-metragem)
1940:
A Way
in the Wilderness (curta-metragem)
1941:
A Crime Does Not Pay Subject: Forbidden Passage (curta-metragem)
1941:
Your Last Act
1942:
The Lady or the Tiger? (curta-metragem)
1942:
Kid Glove Killer
1942:
The Greenie (curta-metragem)
1942:
Eyes in the Night (Olhos na Escuridão)
1944:
The Seventh Cross (A Sétima Cruz)
1945: A Hora da Saudade
(não creditado)
1946:
Little Mister Jim
1947:
My Brother Talks to Horses (À Rédea Solta)
1948: The Search (Anjos
Marcados)
1948: Act of Violence (Acto
de Violência)
1950: The Men (O
Desesperado)
1951: Benjy
(curta-metragem)
1951:
Teresa (Teresa)
1952:
High Noon (Oklahoma!)
1952:
The Member of the Wedding
1953:
From Here to Eternity (Até à Eternidade)
1955:
Oklahoma! (Oklahoma)
1956:
Screen Directors Playhouse (TV series) – Markheim
1957:
A Hatful of Rain (Cárcere Sem Grades)
1958: O Velho e o Mar (não
creditado)
1959: The Nun's Story (A
História de Uma Freira)
1960:
The Sundowners (Três Vidas Errantes)
1964:
Behold a Pale Horse
1966:
A Man for All Seasons (Um Homem para a Eternidade)
1973:
The Day of the Jackal (Chacal)
1977: Julia (Júlia)
1982: Five Days One Summer
(Cinco Dias um Verão)
GARY COOPER (1901-1961)
Frank James Cooper nasceu a 7 de Maio de 1901, em
Helena, Montana, EUA, e viria a falecer a 13 de Maio de 1961, em Beverly Hills,
Los Angeles, Califórnia, EUA, com 60 anos, vítima de um cancro na próstata.
Casado com uma única mulher, Sandra Shaw (1933-1961), contam-se, no entanto, várias
ligações extra matrimoniais, com actrizes e personalidades muito conhecidas.
Era filho de Charles Henry Cooper, inglês,
advogado, que deixou a Inglaterra aos 19 anos e se tornou juiz do Supremo
Tribunal do estado de Montana, antes de comprar um rancho e se dedicar
inteiramente à agricultura (“o meu pai era um verdadeiro Westerner”, conta Gary
Cooper). Em 1910, o jovem Cooper viaja com a mãe até Inglaterra e, na volta,
apaixona-se igualmente pela vida de rancheiro. Foi guia no Yellowstone Park. Na
universidade teve os primeiros contactos com a arte de representar e deixou-se
sucumbir aos encantos de Hollywood, para onde partiu, inicialmente para se
ocupar em pequenos papéis de figuração. O seu primeiro trabalho “visível” terá
sido em 1926, em “The Winning of Barbara Worth” (A Flor do Deserto), de Henry
King. A partir daí interveio em mais de uma centena de obras, muitas das quais
como protagonista, sendo um dos mais requisitados actores de Hollywood,
sobretudo no campo do western. Ícone de várias gerações, que viam nos seus
olhos claros o reflexo de um herói sem mácula, Gary Cooper possuiu uma carreira
marcada por grandes sucessos que se podem consultar na sua filmografia. Ernest
Hemingway, por exemplo, achou que Gary Cooper tinha sido o actor ideal para
interpretar as adaptações de dois dos seus romances mais célebres: “O Adeus às
Armas” (1932) e “For Whom the Bell Tolls” (1943).
Politicamente era conservador, foi chamado à
Comissão de Actividades Anti-Americanas e não revelou qualquer nome, defendeu
Carl Foreman, enquanto argumentista de “High Noon” e pediu a John Wayne, que
acusara o filme de “anti-americano”, para receber o Oscar de Melhor Actor em
seu nome.
Ganhou
dois Oscars, com “Sergeant York” (1941) e “High Noon” (1952) e foi nomeado mais
três vezes, com “Mr. Deeds Goes to Town” (1936), “The Pride of the Yankees”
(1942) e “For Whom the Bell Tolls” (1943). Recebeu ainda, em 1961, um Óscar Honorário pelo
conjunto da obra. Em 1999, na lista organizada pelo American Film Institute,
Gary Cooper era considerado o 11º melhor actor de todos os tempos.
Em 1960, foi operado por duas vezes para retirar um
cancro na próstata e no cólon. Julgado curado, no ano seguinte foi acometido de
fortes dores no pescoço e no ombro, quando rodava em Inglaterra, e descobriu
que a doença se havia se espalhado para os pulmões e os ossos. Não fez qualquer
tratamento específico e faleceu pouco depois, aos 60 anos de idade. Encontra-se
sepultado em Sacred Hearts of Jesus & Mary R.C. Cemetery, no Condado de
Suffolk, Nova Iorque EUA.
Filmografia:
Figuração
(quase sempre
não creditado)
1923: The Last Hour, de Edward Sloman
1925: Dick Turpin, de John G. Blystone
1925: The Trail Rider, de W.S. Van Dyke
1925: The Drug Store Cowboy, de Park Frame
1925: Riders of the Purple Sage, de Lynn Reynolds
1925: North Star, de Paul Powell
1925: Warrior Gap, de Alan James
1925: The
Vanishing American (Declínio de Uma Raça), de George B. Seitz
1925: The Lucky Horsehoe (OTio Paciência), de John G.
Blystone
1925: The Thundering Herd, de William K. Howard
1925: Wild Horse Mesa,
de George B. Steitz
1925: The Eagle (A Águia Negra), de Clarence Brown
1925: Tricks (curta-metragem)
1925: Three pals (curta-metragem)
1926: The Enchanted Hill, de Irwin Willat
1926: Watch your Wife, de Sven Gade
1926: Bad Man's Bluff, de Alan James
1926: Old Ironsides
(Fragata Invicta) de James Cruze
1926: Watch Your Wife, de Svend Gade
1926: A Six Shootin' Romance), de Alan James e
Clifford Smith
1926: The Johnstown
Flood (A Represa da Morte), de Irving
Cummings
Longas-metragens
1925: Ben-Hur: A Tale of the Christ, de Fred Niblo
1926: Lightnin' Wins, de Alan James (curta-metragem)
1926: The Winning of Barbara Worth (A Flor do
Deserto), de Henry King
1927: It
(Aquilo), de Clarence G. Badger (não creditado)
1927: Arizona
Bound, de John Waters
1927: Children of Divorce (Filhos do Divórcio), de
Frank Lloyd
1927: The Last Outlaw (A Última Prisioneira), de
Arthur Rosson
1927: Wings (Asas), de William A. Wellman
1927: Nevada
(Nevada), de John Waters
1928: Half a
Bride (A Excêntrica), de Gregory La Cava
1928: Beau Sabreur (Beau Sabreur), de John Waters
1928: Doomsday (Escrava por Amor), de Rowland V. Lee
1928: The Legion of the Condemned (A Legião dos
Condenados) de William A. Wellman
1928: Red
Hair (Cabelos de Fogo), de Clarence G. Badger
1928: Lilac
Time (Céu de Glória), de George Fitzmaurice
1928: The First Kiss (O Primeiro Beijo), de Rowland V.
Lee
1928: The Shopworn Angel (O Anjo Pecador), de Richard
Wallace
1929: The Wolf Song, de Victor Fleming
1929: Betrayal (Traição), de Lewis Milestone
1929: The Virginian, de Victor Fleming
1930: Seven Days' Leave (Sete Dias de Licença), de
Richard Wallace
1930: Only the Brave, de Frank Tuttle
1930: Paramount on Parade (Paramount em Gala), de
Ernst Lubitsch, Edmund Goulding, Frank Tuttle, D. Arzner, O. Brower, V. Heerman,
E.H.Knopf, L. Mendes, V. Schertzinger, A. E. Sutherland
1930: The Texan, de John Cromwell
1930: A Man from Wyoming, de Rowland V. Lee
1930: The Spoilers (Inferno Doirado), de Edward Carewe
1930: Morocco
(Marrocos), de Josef von Sternberg
1931: Fighting
Caravans (Os Civilizadores), de Otto Brower e David Burton
1931: The Slippery Pearls, de William C. McGann
(curta-metragem)
1931: City
Streets (Ruas da Cidade), de Rouben Mamoulian
1931: I Take
This Woman (A Mulher que Deus Me Deu), de Marion Gering
1931: His
Woman (Sua Esposa Perante Deus), de Edward Sloman
1931: The Stolen Jools (curta-metragem)
1932: Devil
and the deep (Entre Duas Águas), de Marion Gering
1932: If I
Had a Million (Se Eu Tivesse Um Milhão), de Ernst Lubitsch e Norman Z. McLeod
1932: A
Farewell to Arms (O Adeus às Armas), de Frank Borzage
1933: Today
We Live (A Vida é o Dia de Hoje), de Howard Hawks
1933: One Sunday Afternoon, de Stephen Roberts
1933: Alice
in Wonderland (Alice no País das Fadas), de Norman Z. McLeod
1933: Design for
Living (Uma Mulher para Dois), de Ernst Lubitsch
1934:
Operator 13 (Espia nº 13), de Richard Boleslawski
1934: Now and
Forever (Sou Tua para Sempre), de Henry Hathaway
1935: The
Lives of a Bengal Lancer (Lanceiros da Índia), de Henry Hathaway
1935: The
Wedding Night (Noite de Pecado), de King Vidor
1935: Peter
Ibbetson (Sou Tua para Sempre), de Henry Hathaway
1935: La
Fiesta de Santa Barbara, de Louis Lewyn (curta-metragem)
1936: Desire
(Desejo), de Frank Borzage
1936:
Hollywood Boulevard (não creditado)
1936: Mr.
Deeds Goes To Town (Doido com Juízo), de Frank Capra
1936: The
General Died at Dawn (O General Morreu ao Amanhecer), de Lewis Milestone
1936: The
Plainsman (Uma Aventura de Buffalo Bill), de Cecil B. DeMille
1937: Souls
At Sea (Almas em Perigo), de Henry Hathaway
1937: Lest we forget (curta-metragem)
1938: Blue Beard's Eighth Wife (A Oitava Mulher do
Barba Azul), de Ernst Lubitsch
1938: The Adventures of Marco Polo (As Aventuras de
Marco Polo), de Archie Mayo
1938: The Cow-boy and the Lady (Escândalos na
Sociedade), de Henry C. Potter
1939: Beau Geste (Beau Geste), de William A. Wellman
1939: The
Real Glory (A Verdadeira Glória), de Henry Hathaway
1940: The
Westerner (A Última Fronteira), de William Wyler
1940: North
West Mounted Police (Os Sete Cavaleiros da Vitória), de Cecil B. DeMille
1941: Meet
John Doe (Um João Ninguém), de Frank Capra
1941: Sergeant York (Sargento York), de Howard Hawks
1941: Ball of Fire (Bola de Fogo), de Howard Hawks
1942: The Pride of the Yankees (O Ídolo), de Sam Wood
1943: For
Whom The Bell Tolls (Por Quem os Sinos Dobram), de Sam Wood
1944: The
Story of Dr. Wassell (Pelo Vale das Sombras), de Cecil B. DeMille.
1944:
Casanova Brown (O Moderno Casanova), de Sam Wood
1944: Memo
for Joe (curta-metragem)
1945: Along
Came Jones (Aí Vem Ele), de Stuart Heisler
1945:
Saratoga Trunk (Saratoga), de Sam Wood
1946: Cloak
and Dagger (O Grande Segredo), de Fritz Lang
1947:
Unconquered (Inconquistáveis), de Cecil B. DeMille
1948: Good
Sam (O Bom Samaritano), de Leo McCarey
1949: The
Fountainhead (Vontade Indómita), de King Vidor
1949: Task
Force (A Última Batalha), de Delmer Daves
1950: Bright
Leaf (Fumos da Ambição), de Michael Curtiz
1950: Dallas
(A Paz voltou à Cidade), de Stuart Heisler
1951: You're in the Navy now (Marinheiros de Água
Doce), de Henry Hathaway
1951: It's a Big Country, de Clarence Brown, Don
Hartman, John Sturges, Richard Thorpe, Charles Vidor, Don Weis e William A.
Wellman
1951: Distant
Drums (As Aventuras do Capitão Wyatt), de Raoul Walsh
1951:
Starlift (O Teu Amor e uma Cabana), de Roy Del Ruth (cameo)
1952: High
Noon (O Comboio Apitou Três Vezes), de Fred Zinnemann
1952:
Springfield Rifle (Missão Secreta), de André De Toth
1953: Return to Paradise (Samoa),
de Mark Robson
1953: Blowing Wild (Vento Selvagem), de Hugo Fregonese
1954: Garden
of Evil (O Jardim do Diabo), de Henry Hathaway
1954: Vera
Cruz (Vera Cruz), de Robert Aldrich
1955: The Court Martial of Billy Mitchell (Conselho de
Guerra), de Otto Preminger
1956: Friendly Persuasion (Sublime Tentação), de
William Wyler ´
1957: Love in the Afternoon (Ariane), de Billy Wilder
1958: Ten
North Frederick (O Homem que Queria ser Amado), de Philip Dunne
1958: Man of the West (O Homem do Oeste), de Anthony
Mann
1958: The
Hanging Tree (Raízes de Ouro), de Delmer Daves
1959: Alias
Jesse James (Valentão é Apelido), de Norman Z. McLeod (não creditado)
1959: They
Came To Cordura (Os Heróis de Cordura), de Robert Rossen
1959: The
Wreck of the Mary Deare (O Mistério do Navio Abandonado), de Michael Anderson
1960: The
Nacked Edge (O Gume da Navalha), de Michael Anderson
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