UM ELÉCTRICO CHAMADO DESEJO (1951)
Uma das coroas de glória de
Kazan como homem de teatro havia sido a encenação, em Dezembro de 1947, de “A
Streetcar Named Desire”, de Tennessee Williams, numa produção de Irene Selznick,
no Barrymore Theatre, contando com um elenco de luxo, MarIon Brando, Kim
Hunter, Jessica Tandy, Karl Malden, nos principais papéis, ao lado ainda de
Edna Thomas, Nick Dennis, Vito Christi, Ann Dere, Gee Gee James, Peg Hillias,
Richard Garrick e Rudy Bond. O duplo para MarIon Brando era Jack PaIance. O
espectáculo teve um êxito retumbante, com 855 representações, impondo uma reposição
em 1950.
A famosa peça teatral de
Tennesse Williams, foi depois adaptada ao cinema pelo próprio, num filme com a
assinatura de Elia Kazan, conservando quase todo o elenco da versão teatral –
entre os principais papéis, apenas Jessica Tandy foi substituída por Vivien
Leigh, mantendo, ou acrescentando, se possível, uma qualidade invulgar,
reconhecida por todos (Vivien Leigh, Kim Hunter e Karl Malden ganharam mesmo os
"Oscars” dos melhores do ano de 1951 nas respectivas categorias) e Marlon
Brando impunha-se em plena apoteose do “método”, apesar de nesta altura ter
passado ao lado do Óscar.
Numa Nova Orleães brumosa e
nocturna, com o jazz e a música negra a ecoar pelas ruas, Blanche (Vivien
Leigh) chega à estação de caminhos-de-ferro e pretende apanhar um eléctrico
para “Desejo”. Um marinheiro indica-lhe qual o eléctrico que se dirige a
“Desejo”, passa por “Cemitério” e vai dar aos “Campos Eliseus”. Um bairro pobre
e degradado onde vive a irmã Stella (Kim Hunter) com o marido, um polaco de
nome Stanley Kowalski (Marlon Brando). Blanche é uma mulher frágil e sensível,
arruinada por um passado cruel, assistiu às mortes do pai, da mãe, de
Margareth, e provocara o suicídio de um jovem que a amava e ela desiludira (No
Moon Lake Casino: “Um tiro! Enfiou o revólver na boca e disparou. Um tiro!”).
Professora, explica que lhe
concederam uma licença especial para visitar a irmã, mas o seu passado encobre
algo de misterioso. Não quer estar só, tem horror à luz, procura esconder os
anos que passaram por ela, mente ou fantasia apenas. Desligada da realidade,
Blanche move-se em silêncio e segredo, procurando esquecer a Dame Blanche que
todos conhecem na sua terra natal. Perdeu a terra e a casa (“Belle Rêve”),
Kowalski desconfia desta mulher que o acha brutal, vulgar, um animal. Pergunta
à irmã se está casada com um louco, se já esquecera a educação que ambas
tiveram e essa marcha constante em busca da elevação, da música, da arte. Blanche
ronda docemente a loucura, cria fantasia e magia em lugar de encarar a
realidade, mas esta irá surgir um dia, quando Kowalski, farto da sua presença,
resolve investigar o seu passado, os homens que levava para as camas de quartos
que a expulsavam, até saber que afinal fora afastada da escola depois de o pai
de um rapaz de 17 anos ter feito queixa dela por sedução do rapaz. Blanche é
uma fugitiva de si própria, perdida em fantasmas e recordações amargas.
Encontra em Mitch (Kal
Malden), um amigo, colega de trabalho e companheiro de pocker de Kowalski, um
pretendente que lhe propõe casamento. Ela chama-o o seu “Cavaleiros das Rosas”.
Ele procura reunir solidões: “Preciso de alguém, precisas de alguém, não
poderíamos ficar juntos?” E Blanche sente que tudo é possível: “Às vezes, Deus
existe!” Mas Deus está longe desta tragédia de desejos reprimidos, de
frustrações, de fantasias e de solidão total. Mitch descobre o passado de
Blanche e abandona-a, Kowalski abusa dela na ausência da irmã que passa a noite
na maternidade, uma negra vende “flores para os mortos”, o eléctrico depois de
passar por “Desejo”, está prestes a parar em “Cemitério”.
Um acesso de realismo (ela
que “não quer realismo, quer magia!”), leva-a a gritar bem alto que o hotel não
se chamava Flamingo, mas “Braços de Tarântula” e que ela fora para a cama com
muitas companhias desconhecidas. Um colete-de-forças, o braço de um príncipe
encantado conduzirão Blanche para fora dos “Campos Eliseus”.
Um ambiente opressivo, um
conflito na linha das obsessões de Tennesse Williams, com personagens frágeis e
puras, asfixiadas pela presença dominante e agressiva de uma moralidade
restritiva, aqui de certa forma personificada pela figura interpretada por
Marlon Brando. Um cenário estilizado, a que alguns apontam uma nítida
influência de Sternberg, e uma notável fotografia a preto e branco, de Harry
Stadling, associam-se para lograr uma atmosfera de um claro-escuro viciado e
inquietante. Um filme doloroso, mas fascinante, que marca uma época do cinema
norte-americano. Kazan transportara do palco para o ecrã uma obra-prima que se
serve magistralmente de uma simbologia simples e inocente, para mergulhar numa
angustiante análise freudiana, tão cara a Tennesse Williams e ao próprio
realizador. Entre a psicanálise e o marxismo, Kazan opta pela primeira, não
esquecendo, porém, o retrato social que nunca renegou.
UM ELÉCTRICO CHAMADO DESEJO
Título original: A Streetcar Named Desire
Realização: Elia Kazan (EUA, 1951); Argumento: Oscar Saul, Tennessee
Williams, segundo peça teatral de Tennessee Williams (“A Streetcar Named
Desire”); Música: Alex North; Fotografia (p/b): Harry Stradling Sr.; Montagem:
David Weisbart; Direcção artística: Richard Day; Decoração: George James
Hopkins; Guarda-roupaa: Lucinda Ballard; Maquilhagem: Gordon Baú; Asistente de
realização: Joseph Don Page; Som: C.A. Riggs,Nathan Levinson; Produção: Charles
K. Feldman; Intérpretes: Vivien
Leigh (Blanche DuBois), Marlon Brando (Stanley Kowalski), Kim Hunter (Stella
Kowalski), Karl Malden (Harold 'Mitch' Mitchell), Rudy Bond (Steve), Nick
Dennis (Pablo Gonzales), Peg Hillias (Eunice), Wright King, Richard Garrick,
Ann Dere, Edna Thomas, Mickey Kuhn, Mel Archer, Marietta Canty, John George,
Chester Jones, Lyle Latell, Maxie Thrower, Charles Wagenheim, etc. Duração: 122 minutos; Distribuição em
Portugal: Sif (cinema); Warner Bros. (DVD); Classificação Etária: M/12 anos.
ELIA KAZAN (1909-2003)
Elia Kazan (Elias
Kazanjoglou era o nome de baptismo) nasceu em Constantinopla, cidade então do
Império Otomano (hoje Istambul, na Turquia), a 7 de Setembro de 1909. Mas foi
grego o registo da sua nacionalidade, dado que os pais tinham essa origem. Aos
quatro anos de idade, a família emigrou para Nova Iorque e leva-o consigo,
perseguindo sonhos e quimeras que a América, terra das oportunidades, não
deixava de criar nos pobres europeus do velho continente. Estabeleceram-se com
um negócio de tapetes, e Elia começou os seus estudos em Nova Iorque, passando
depois para a Mayfair School de New Rochelle, para onde os pais se mudaram,
vindo a terminar o curso no Williams College, em 1930, prosseguindo depois uma
especialização no Drama Department of Yale, dando assim vazão à sua paixão pelo
teatro.
Em 1932, é actor e
assistente de encenação no Group Theatre, uma companhia teatral formada há
muito pouco por Lee Strasberg e Harold Clurman. Por essa altura, na cena nova-iorquina,
este grupo e o Federal Theatre, de Orson Welles e John Houseman, eram as
companhias de vanguarda, destacando-se quer pelas suas ideias progressistas,
radicadas nos ideais do “New Deal”, de Roosevelt, mas também nas ideologias
socialistas e comunistas, muito em voga nessa época nos meios intelectuais
norte-americanos, quer pelo arrojo formal da sua concepção cénica.
Como actor, Kazan
interpreta personagens proletárias de obras de Clifford Odets, dedica-se a
acções de empenhamento social, distribui propaganda e filia-se no Partido
Comunista, onde permanece pouco tempo. Desse período de actor retém-se as suas
participações em “Chryssalis”, de Rose Albert Porter (1932); “Men in White”, de
Sidney Kingsley (1933); “Gold
Eagle Guy”, de Melvin Levy (1934); “Waiting For Lefty”, de Clifford Odets (1935), “Till The Day I Die”, de Clifford Odets
(1935), “Paradise Lost”, de
ClIfford Odets (1935); “Johnny Johnson”,
de Paul Green (1936); “Golden Boy”,
de Clifford Odets(1937); “The Gentle
People”, de Irwin Shaw (1939); “Night
Music”, de Clifford Odets (1940), “Liliom”, de Ferenc Mólnar (1940) e ainda “Five Alarm Waltz”, de Lucille S.
Prumbs (1941). Durante este período de aprendizagem, foi decisivo o seu
trabalho com encenadores como Lee Straberg, Clifford Odets ou Harold Clurman.
Pouco depois de se estrear
como actor, e de passar por algumas outras tarefas, como director de cena e
produtor, encena já algumas das peças que irão figurar no seu registo mítico e
que o transformaram numa lenda viva, ao criar uma das mais vertiginosas e
retumbantes carreiras teatrais de todos os tempos.
Em
1934, “Dimitroff”, de EIia Kazan
e Art Smith, com encenação de ambos os autores, apresentado pela League of
Workers Theatres no Old Civic Repertory Theatre, assinala a passagem a encenador.
Em 1935, “The Young Go First”,
de Peter Martin, Charles Scudder e
Charles Friedman, com encenação de Alfred Saxe e Elia Kazan, apresentado pelo
Theatre of Action no Park Theatre, prolonga a experiência que irá continuar
ainda no Theatre of Action , em 1936, com “The Crime”, de Michael Blankfort.
Em
1938, “Casey Jones”, de Robert
Ardrey, produzido pelo Group Theatre no Fulton Theatre, assinala a encenação a
solo de Elia Kazan neste grupo, continuada em 1939, com “Quiet City”, de Irwin Shaw e “Thunder
Rock”, de Robert Ardrey. Em 1942, agora no Cort Theatre, Kazan
encena “Cafecrown”, de Hy S.
Kraft, e, no mesmo ano, no Royale Theatre, “The Strings, My Lord, Are False”, de Paul Vincent Carroll, e “The Skin of Our Teeth”, de Thornton
Wilder, no Plymouth Theatre.
A
carreira de Kazan no teatro prossegue com diversas encenações largamente
referenciadas pela crítica, aplaudidas pelo público e premiadas: em 1943, “Harriet”, de Florence Ryerson e Colin
Clements, no Henry Miller Theatre, e “One
Touch of Vénus”, de S. J. Perelman e Ogden Nash, inspirada na história
“The Tinted Vénus”, de F. Anstey, no Imperial Theatre; Encenação: Elia Kazan.
Em 1944, “Jacobowsky And The Colonel”,
de S. N. Behrman, segundo peça de Franz Werfel, produção do Theatre Guild e
John H. SkirbaIl no Martin Beck Theatre, e “Sing Out, Sweet Land”, de Jean e Walter Kerr, no lnternational
Theatre. Em 1945, “Deep Are the Roots”, de Amaud D'
Usseau e James Gow, no Fulton Theatre, “Dunnigan's
Daughter”, de S. N. Behrman, uma produção de The Theatre Guild,
novamente no Golden Theatre.
Em
1947, cria o “Actor’s Studio” juntamente com Lee Strasberg, e com “All My Sons”, de Arthur MiIIer, uma
produção Harold CIurman, EIia Kazan, WaIter Fried e Herbert H. Harris, no
Coronet Theatre, inicia a sua época de ouro como encenador, continuada com “A Streetcar Named Desire”, de Tennessee
Williams, uma produção Irene Selznick, no Barrymore Theatre, que representa o
triunfo do “Método”, criado pelo “Actor’s Studio”. 1948 fica marcado por “Sundown Beach”, de Bessie Breuer, uma
produção Louis J. Singer para o Actors' Studio, no BeIasco Theatre, e “Love Life”, de Alan Jay Lerner, com
produção de Cheryl Crawford, no 46th St. Theatre. 1949 é o ano de “Death of a Salesman”, de Arthur
Miller, com produção de Kermit Bloomgarden e Walter Fried, no Morosco Theatre.
“Flight Into Egypt”, de George Tabori, no Music Box Theatre (1952),
“Camino Real”, de Tennessee
Williams, no National Theatre (1953), “Tea
and Sympathy”, de Robert Anderson, no Ethel Barrymore Theatre, “Cat on a Hot Tin Roof”, de Tennessee
Williams, uma produção da Playwright's Company, no Morosco Theatre (1955), “The Dark at the Top of the Stars”, de
William Inge, no Music Box Theatre (1957), “J. R.”, de Archibald MacLeish, no ANTA Theatre (1958) e “Sweet Bird of Youth”, de Tennessee
Williams, no Martin Beck Theatre (1959)
são outros espectáculos memoráveis.
Em
1964, depois de um curto período de ausência dos palcos, Kazan regressa com as
encenações de “After the Fall”, de
Arthur Miller, “But For Whom Charlie”, de
S. N. Behrmano e “The Changeling”,
de Thomas Middleton e William Rowley, todas com produção do Repertory Theater
of Lincoln Center no ANTA Washington Square Theatre.
Durante grande parte desta
carreira teatral, Kazan combinou este trabalho no palco com o de realizador de
cinema. A sua derradeira colaboração com o teatro foi a co-direcção do
Repertory Theatre of Lincoln Center for the Performing Arts, que teve a seu
cargo entre 1963 e 1964, abandonando definitivamente os palcos depois disso. A
sua actividade teatral permitiu-lhe dirigir directamente alguns dos maiores
actores do teatro e do cinema norte-americanos, tais como Van
Heflin, Charles Bickford, Lee J. Cobb, Frances Farmer, Will Lee, Ruth Gordon,
Art Smith, Tallulah Bankhead, E. G. Marshall, Montgomery Clift, Fredric March,
Louis Calhern, Burl Ives, Barbara Bel Geddes, Jan SterIing, Ed BegIey, Arthur
Kennedy, Karl Malden. MarIon Brando, Kim Hunter, Jessica Tandy, Martin Balsam,
Julie Harris, Cloris Leachman, Cameron Mitchell, Arthur Kennedy, Zero Mostel,
Paul Lukas, Jo Van Fleet, Frank Silvera, Eli Wallach, Deborah Kerr, Richard
Franchot, Ben Gazzara, Madeleine Sherwood, Pat Hingle, Teresa Wright, Chritopher
Plummer, Raymond Massey, Paul Newman, Geraldine Page, Jason Robards, Faye
Dunaway, Ralph Meeker, Hall Holbrook, John Phillip Law, Barry Primus, ou mesmo
alguns cineastas que atravessaram períodos de carreira como actores, casos de
Martin Ritt, Nicholas Ray, Lou Antonio, entre outros.
A partir de 1945, Kazan
passa ao cinema, convidado pela 20th Century Fox para integrar a sua equipa de
realizadores, numa altura em que os estúdios norte-americanos procuram
avidamente novos talentos.
Elia Kazan fora para Hollywood
depois do Group Theatre fechar as portas. Em Hollywood, intervém como actor em
duas películas de Anatole Litvak: “City for Conquest” (1940) e “Blues in the
Night” (1941). Antes, porém, ainda bastante jovem, já havia colaborado numa
comédia, ainda na década de 30, “Pie in the Sky” (1934) e tentado a realização
com dois documentários institucionais,
“The People of the Cumberlands” (1937), uma produção Frontier Films, e
“It's Up To You” (1941), uma produção do Ministério da Agricultura.
Mas a estreia no filme de
ficção dá-se precisamente em 1954, com “A Tree Grows in Brooklyn”, história de
uma família de emigrantes irlandeses, aliás um dos temas que mais fortemente
irá impregnar toda a filmografia deste autor, profundamente preocupado com a
inserção social das suas personagens. Isso mesmo se irá confirmar nas suas
realizações seguintes, “Boomerang” (1947), que aborda a justiça, os seus
mecanismos e a possibilidades do erro judiciário, ou “Gentleman's Agreement”
(1947), denunciando o racismo, neste caso o anti-semitismo. Será, todavia, em
“Panic in the Streets” (1950), um “filme negro” invulgar que se irá impor como
um nome incontornável na cinematografia norte americana dessa época.
Posteriormente, em 1951, dirige Marlon Brando em “Um Eléctrico Chamado Desejo”
(sua primeira adaptação teatral ao cinema) e “Viva Zapata!” e, posteriormente,
em “Há Lodo no Cais”(1954). Por esta altura, numa época em que o Maccarthismo
ameaçava a sociedade norte-americana, Kazan protagoniza um episódio chave da
sua vida, denunciando companheiros de trabalho que pertenceram, como ele, ao
Partido Comunista, publicando um anúncio onde confessava essas actividades, e
depondo perante a Comissão das actividades anti-americanas. Esta sua atitude
iria marcar todo o seu futuro, em particular a sua obra, que irá procurar
justificar o seu comportamento. “Há Lodo no Cais” e “Viva Zapata!” são algumas
dessas etapas.
Em “On the Waterfront”,
escrito por Budd Schulberg, Kazan, através da personagem interpretada por
Marlon Brando, tenta fazer perceber aos outros a lógica da sua denúncia,
servindo-se de um caso de corrupção no ambiente do sindicalismo. O delator
confronta-se com a sua consciência, mas um imperativo moral leva-o a denunciar
(falsos) amigos e a por a claro a podridão que campeia numa organização
mafiosa.
Em 1955, roda “A Leste do
Paraiso” com um novo actor em quem deposita toda a confiança, voltando a
acertar em cheio: James Dean brilhará para sempre como o retrato do jovem
revoltado “sem causa”, que ainda sobrevive presentemente na mitologia mundial.
O cineasta estreia-se também na cor e no Cinemascope, com resultados
brilhantes.
“Esplendor na Relva”
(1961), segundo John Steinbeck, é outra das suas obras assumidamente
autobiográficas, até se chegar a “America, América” (1963), que fala
directamente de si, da sua chegada à América e da sua família. Os seus últimos
filmes são “O Compromisso” (1969), uma adaptação de um romance seu que é
outro momento confessional, “Os Visitantes” (1972), uma obra experimental, com
poucos recursos, percorrendo os caminhos imaginados pelo escritor Chris Kazan,
seu filho, anunciando então a sua retirada também do cinema. Mas regressa com
“O Último Magnate” (1979), dirigindo outro monstro sagrado, Robert De Niro, e
onde empreende uma meditação sobre Hollywood e o cinema.
Elia Kazan casou pela
primeira vez com Molly Day Thatcher (5 de Dezembro de 1932 até Dezembro de
1963) e depois com a actriz Barbara Loden (1967 a 5 de Setembro de 1980),
enviuvando de ambas. Em 1982 casou pela terceira vez, com Frances Rudge, que o
acompanhou até à data da sua morte, a 28 de Setembro de 2003, na sua casa em
Manhattan, Nova Iorque.
Filmografia:
1937: The People of The Cumberland
(curta-metragem)
1941: It's Up to You
(documentário)
1945: A Tree Grows in Brooklyn (Laços Humanos)
1945: Watchtower over
Tomorrow (curta-metragem)
1947: Boomerang! (Crime sem Castigo)
1947: The Sea of Grass (Terra das Ambições)
1947: Gentleman's Agreement (A Luz é para Todos)
1949: Pinky (Herança Cruel)
1950: Panic in the Streets (Pânico nas Ruas)
1951: A Streetcar Named Desire (Um Eléctrico Chamado Desejo)
1952: Viva Zapata! (Viva
Zapata!)
1953: Man on a
Tightrope (Salto Mortal)
1954: On the Waterfront (Há
Lodo no Cais)
1955: East of Eden (A Leste do Paraiso)
1956: Baby Doll (A Voz do Desejo)
1857: A Face in the Crowd (Um Rosto na Multidão)
1960: Wild River (Quando o Rio se Enfurece)
1961: Splendor in the Grass (Esplendor na Relva)
1962: America, America (América, América)
1969: The Arrangement (O Compromisso)
1972: The Visitors (Os Visitantes)
1976: The Last Tycoon (O Grande Magnate)
Principais Prémios:
Oscars da Academia de
Hollywood: 1947: Melhor Realizador: Gentleman's Agreement; 1951: Melhor
Realizador (nomeado): A Streetcar Named Desire; 1954: Melhor Realizador: On the
Waterfront; 1955: Melhor Realizador (nomeado): East of Eden; 1963: Melhor
Realizador (nomeado): America, América; 1963: Melhor Argumento Original
(nomeado): America, América; 1998: Prémio D.W. Griffith pela sua contribuição
ao cinema; 1999: Prémio Honorário de Carreira.
New York Film Critics Circle:
Melhor Realização: 1947: Boomerang!; 1947: Gentleman's Agreement; 1949: Pinky;
1951: A Streetcar Named Desire; 1954: On the Waterfront; 1956: Baby Doll;
Melhor Filme: 1947: Boomerang!; 1947: Gentleman's Agreement; 1951: A Streetcar
Named Desire; 1954: On the Waterfront.
Directors Guild of America:
Melhor Realizador 1954: On the Waterfront; nomeado: 1952: Viva Zapata!; 1955:
East of Eden; 1957: A Face in the Crowd; 1961: Splendor in the Grass; 1963: America, America.
Golden Globe: 1947: Melhor Realizador: Gentleman's Agreement; 1954: On
the Waterfront; 1956: Baby Doll; 1963: America,
America
Festival de Cannes: 1947: Em
Competição: Boomerang!; 1952: Viva Zapata!; 1972: The Visitors 1955: Melhor
Filme Dramático: East of Éden.
Festival de Veneza: 1954:
Leão de Ouro: On the Waterfront; 1951: Prémio Especial do Júri: A Streetcar
Named Desire; 1950: Prémio Internacional: Panic in the Streets; Em Competição: 1948:
Gentleman's Agreement.
British Academy Awards: 1952:
Melhor Filme: Viva Zapata!; 1954: Melhor Filme em inglês: On the Waterfront; 1955:
Melhor Filme: East of Éden; 1956: Melhor Filme em inglês: Baby Doll.
Festival de Berlin: 1953: Melhor
Filme na votação do público e Prémio do Júri Internacional: Man on a Tightrope;
Em Competição: 1953: Man on a Tightrope; 1960: Wild River.
MARLON BRANDO
(1924 - 2004)
Considerado
por muitos como “o melhor actor de cinema de todos os tempos”, Marlon Brando,
que revolucionou decididamente as artes dramáticas nos Estados Unidos com suas
actuações em “Um Eléctrico Chamado Desejo”, em 1951, e “Há Lodo no Cais”, em
1954, e que, depois, em 1972, criaria a mítica personagem de Don Vito Corleone
em “O Padrinho”, morreu aos 80 anos, num hospital de Los Angeles. Foi o seu
advogado, David J. Seeley quem fez a participação à imprensa, não querendo
revelar o nome do hospital, nem a causa da morte. "Era um homem muito
reservado", disse Seeley. Mais tarde, porém, Roxanne Moster, a porta-voz
do centro médico da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, onde Brando
estava internado, declarou que ele morreu na noite de 1 de Julho (de 2004),
devido a uma insuficiência pulmonar. O funeral foi uma cerimónia íntima. Marlon
Brando tinha deixado várias cassetes onde preparara a encenação do seu enterro,
explicando quem deveria ou não ser convidado para a cerimónia fúnebre e dando
indicações precisas quanto ao testamento. O seu desejo era ser cremado e que as
suas cinzas fossem espalhadas pelas palmeiras da ilha no Tahiti da qual ele
chegou a ser proprietário. Aquele que fora o homem mais sedutor da terra
durante a década de 50, e ganhara depois disso fama de ser o melhor actor do
mundo, morria sozinho num hospital, depois de ter passado os últimos anos de
vida num pequeno apartamento, “de um único quarto”, em Mulholland Drive, Los
Angeles, sobrevivendo unicamente com a pensão estatal de actor, e rodeado por
dívidas que ascendiam a mais de 20 milhões dólares, muitas das quais devidas ao
apoio jurídico que concedeu ao seu filho mais velho, Christian, que matara a
tiro Dag Drollet, de 26 anos, amante tahitiano de sua meia-irmã Cheyenne. Este
drama fatídico tivera lugar na mansão da família em Beverly Hills, em Maio de
1990. Christian, de 31 anos, assumiu a culpa e foi condenado a dez anos de
prisão. Mas a tragédia não abandonou a família e atingiu a intensidade máxima
quando Cheyenne, deprimida com a morte de Drollet, se suicidou aos 25 anos de
idade. Marlon Brando nunca mais voltou a ser o mesmo.
A
boa estrela do actor já o havia abandonado há muito. Em 2002, Brando sofrera uma
pneumonia, que o tinha deixado preso numa cadeira de rodas, respirando com a
ajuda de uma máscara de oxigénio. Padecia também com o descomunal excesso de
peso, causado por desregulamentos de todo o género: uma vida sedentária,
alimentação desaconselhável, bebida sem limite, um gosto desmedido por
guloseimas. Afirmam as manchetes dos jornais que, não muito tempo antes da
morte, fora visto a comprar enormes copos de gelado, num supermercado perto de
casa, dado que a enfermeira lhe havia fechado o frigorífico a cadeado.
Mas
continuava activo: uma semana antes de morrer, Marlon Brando encontrara-se com
o cineasta franco-tunisiano Ridha Behi para alterarem partes do guião de um
novo filme, “Brando e Brando”, em que ele iria interpretar o seu próprio papel
e cujas filmagens se anunciavam para breve. Ridha Behi garantiu que iria continuar
a produção em homenagem ao actor.
Foi,
desde o início da carreira no cinema, no princípio da década de 50, um actor
que deu corpo e alma a um tipo de herói americano por excelência. Na América
individualista, há vários géneros de heróis, do “self made man” vencedor, que
faz a imagem dos Estados Unidos triunfalistas, ao anti-herói amargurado por
dúvidas, com ou sem causas a defender, sacrificado e mortificado por uma
sociedade desapiedada, onde só os mais fortes sem escrúpulos triunfam. Antes de
Marlon Brando, tinha havido já ensaios tímidos desta personagem, com actores
como John Garfield, depois dele alguns outros surgiram a dar corpo a essa
imagem, como James Dean, Montgomery Clift, Paul Newman ou Steve McQueen. Mais
recentemente, Sean Penn ou Leonardo di Caprio podem ser dados como sucessores
da dinastia. São sedutores inatos, personagens românticas, almas transviadas,
perdidas, incapazes de segurar momentos de perfeição ou plenitude. Que
atravessam, para se perderem no momento seguinte, num ímpeto de rebeldia, num
acesso de independência gratuita, que apenas procura marcar uma atitude.
Marlon
Brando teve uma infância infeliz. Mas onde é que já se leu esta frase adaptada
a actores norte-americanos, daqueles que para sempre marcaram a história do
teatro e do cinema mundiais? Nasceu em Omaha, no Estado do Nebraska, a 3 de
Abril de 1924, numa família que mesclava nas suas origens irlandesas, com
antepassados franceses e ingleses. Chamavam-se originalmente Brandeau.
O
pai, de nome Marlon Brando, era um vendedor de carbonato de cálcio e a mãe,
cujo nome de solteira era Dorothy Pennebaker, trabalhava no Teatro Comunitário
de Omaha, onde ocasionalmente era actriz. Foi ela quem levou Marlon Brando ao
teatro pela primeira vez. Tinha duas irmãs mais velhas, Frances e Jocelyn. A
família mudou-se para Evanston, Illinois. Quando a mãe se separa do pai, em
1935, ela parte para Santa Ana, Orange County, Califórnia, levando consigo os
filhos; reagrupada a família novamente, em 1937, voltam finalmente a Illinois,
mas instalam-se Libertyville, no norte de Chicago, perto do lago Michigan.
Na
autobiografia que escreveu de colaboração com o jornalista Robert Lindsey,
“Canções Que Minha Mãe Me Ensinou”, Brando relembrou a infância, como época
difícil e triste da sua vida, que moldaria o adulto e o marcaria
psicologicamente para sempre. Tanto o pai como a mãe eram bêbados sem resgate.
À mãe, que progressivamente caminhava para um estado de loucura, Marlon Brando
perdoou tudo, apesar de ser evidente que foi ela a complicar as suas relações
futuras com as mulheres. O pai, ébrio e violento, mulherengo que saía de casa
para frequentar bordeis de prostitutas sem eira nem beira, batia no filho e
acusava-o de que “nunca seria nada na vida”.
Brando
era efectivamente um rapaz rebelde e o pai mandou-o para uma escola militar, a
Shattuck Military Academy, em Fairbult, Minnesota, para o disciplinar, mas foi
rapidamente expulso. Voltou a casa, por uns tempos, mas aos 19 anos mudou-se
para Nova Iorque, dividindo um apartamento com sua irmã Frances. Era a
independência. O gosto da liberdade, que não mais deixou de perseguir. Na
academia militar, apenas um professor de inglês que também encenava peças de
teatro, manifestara optimismo na carreira futura de Brando. Quando saiu da
escola, despediu-se dele com um reconfortante “o mundo ainda há-de ouvir falar
de ti!” Como só o tinham elogiado no teatro, pensou: “Vou ser actor!”
Em
1943, Brando inscreve-se num curso de teatro dirigido pelo emigrante alemão
Erwin Piscator. Frequentou o Dramatic Workshop da New School for Social
Research, tendo como professora Stella Adler, que vivera em Moscovo na década
de 30 e estudara e trabalhara com Konstantin Stanislavsky no Teatro das Artes
de Moscovo. Na América, animou o Group Theatre que usava o “método” de
Stanislavsky, segundo o qual cada actor tinha de alimentar as personagens que
criava com as emoções da sua própria personalidade. Marlon Brando sempre esteve
mais próximo de Stella Adler, do que do outro seguidor do método, Lee
Strasberg, de quem, aliás, se distanciou tempos mais tarde, acusando-o de
oportunismo e muito mais.
Sobre
o trabalho de Stella, não se cansa de o elogiar: “Deixou um legado espantoso. Praticamente
toda a representação nos filmes de hoje tem origem nela e teve um efeito
extraordinário na cultura do seu tempo. (…) As técnicas que trouxe para este
país e ensinou aos outros transformaram grandemente a arte de representar.
Primeiro, transmitiu-as aos outros membros do Groupo Theatre e, depois, actores
como eu, que foram seus alunos. Exercemos o nosso ofício de acordo com a forma
e o estilo que nos ensinou e, dado que os filmes norte-americanos dominam o
mercado mundial, os ensinamentos de Stella influenciaram actores em todo o
mundo.” Mais adiante: “Representação metódica” foi um termo popularizado,
abastardado e mal utilizado por Lee Strasberg, um homem por quem tinha pouco
respeito e, por isso, hesito em usá-lo. O que Stella ensinava aos seus alunos
era a descobrirem a natureza da sua própria mecânica emocional e, portanto, a
de outros. Ensinou-me a ser verdadeiro e a não tentar representar uma emoção
que não sentisse pessoalmente durante a representação.”
Em
1944, Brando estreia-se no teatro na companhia da Dramatic Workshops no papel
de Jesus na peça de Gerhart Hauptmann, “Hannele”. Durante o verão, apresenta
“Twelfth Night” num festival em Long Island. Fazia o papel de Sebastian, mas
foi afastado da companhia por ter sido descoberto enrolado com uma rapariga.
Piscator não perdoou, mas Marlon Brando afirma que mais tarde foi o próprio
Piscator surpreendido com uma das actrizes da companhia.
No
mesmo ano, aparece na Broadway, na obra – não musical - de Rodgers and
Hammerstein "I Remember Mama", que esteve dois anos em cena. Estreou
a 19 de Outubro de 1944. Por essa altura inventava biografias exóticas para si.
No “Playbill” dessa época tão depressa nascera na China como em Banguecoque, e
o pai era geólogo ou zoófilo. No camarim tinha “A Crítica da Razão Pura”, de
Kant, “Os Discursos”, de Eicteto, ou obras de Thoreau, Gibbon ou Rousseau.
Em
1946, Brando interpreta o drama de Maxwell Anderson “Truckline Café”, dirigido
por Elia Kazan, o mesmo encenador que lhe daria o papel de Kowalski em “Um Eléctrico
Chamado Desejo”, em 1947. Interpreta ainda “A Águia das Duas Cabeças”, de Jean
Cocteau, ao lado de Tallulah Bankhead, uma “vamp” célebre por essa década, que
muitos consideravam lésbica, mas que Marlon Brando nunca viu nessa condição,
mas de que se lamenta do assédio constante. A peça estreou em New England e o
actor não aguentou durante muito tempo os beijos devoradores da voluptuosa
Tallulah. Foi despedido seis semanas depois, e depois também de bochechar com
tudo o que tinha à mão para afastar a língua invasora da sua amante de palco,
que o não poupava a novas arremetidas. Chegou a Nova Iorque sem dinheiro,
roubado durante a viagem, e sem trabalho. Mas a sorte não o abandonou e
Tennessee Williams, que andava à procura de um protagonista para a sua nova
peça, escolhe-o, após uma audição histórica. É o próprio dramaturgo quem
explica a “descoberta”, em carta enviada à sua agente Audrey Wood: “Não me
tinha ocorrido antes como a peça ficaria enriquecida se contratasse um jovem
actor para interpretar este papel. Humaniza o carácter de Stanley tornando-o
mais produto da brutalidade e insensibilidade da juventude do que de um velho
maldoso. Não quero focar a culpa ou o remorso numa personagem determinada, mas
mostrar a tragédia da incompreensão e da insensibilidade relativamente aos
outros. “
Ou
ainda: “A leitura de Brando veio acrescentar um novo valor à peça e foi de
longe a melhor que ouvi. Ele parecia ter já criado uma personagem dimensional,
do género que a guerra produziu entre os jovens veteranos. Este é um valor que
vai muito além de tudo aquilo com que Garfield podia ter contribuído e, para
além dos dotes de actor, possui ainda uma extraordinária atracão física e
sensualidade, pelo menos tão grande como a de Burt Lancaster.”
A
personagem do brutal marido de Stella na obra-prima de Tennessee Williams, que
interpretou durante dois anos na Broadway, lança-o definitivamente no sucesso.
Entretanto ainda apareceu em “Candida”, de George Bernard e “A Flag Is Born”,
uma peça de Ben Hecht, sobre a fundação do estado de Israel.
Por
esta altura, impressionado pelas imagens que vai vendo e as notícias que lhe
chegavam dos campos de concentração nazis, junta-se à “The American League for
a Free Palestine” (Liga Americana para uma Palestina Livre) e recolhe fundos para
o movimento judeu clandestino. Havia dois movimentos que actuavam por forma
diferenciada, um mais legalista, dirigido pelo leader histórico David
Ben-Gurion, outro mais radical, roçando o terrorismo, que tinham como
dirigentes mais conhecidos Stern Gang e Irgun Zvai Leumi. Marlon Brando aderiu
a estes últimos, embora sentindo alguma simpatia por Ben-Gurion. Data desta
época o início da sua actividade política em prol dos direitos humanos, contra
o racismo de qualquer espécie e a favor especificamente dos índios americanos.
Entretanto,
estreia-se no cinema em 1950, em “The Men”, de Fred Zinnemann, ao lado de
Teresa Wright, num papel que à partida não se imaginaria entregue ao
recém-criado “sex symbol” que apaixonara Nova Iorque no teatro. Mas a verdade é
que Brando é um paraplégico, preso a uma cama ou a uma cadeira de rodas.
Ken
Wilocek, um jovem tenente do exército, é um entre vários inválidos que se
encontra num hospital de veteranos na Califórnia. O filme tinha um argumento
forte e dramático de Carl Foreman e era uma produção de Stanley Kramer. Marlon
Brando, para adquirir alguma experiência como paraplégico fez-se admitir no
Birmingham Vererans Hospital, no sul da Califórnia, onde passou três semanas
ambientando-se ao tipo de vida e hábitos dos doentes, sem que tanto pessoal
como enfermos tenham sido informados. Apenas alguns sabiam que se tratava de um
actor. Foi o início de uma carreira brilhante, com algumas dezenas de filmes
inesquecíveis.
Filmografia
1. Como Actor
1950: The Men
ou “Battle Stripe” (O Desesperado),
de Fred Zinnemann
1951: A Streetcar Named Desire (Um
Eléctrico Chamado Desejo), de Elia Kazan
1952: Viva Zapata! (Viva Zapata!),
de Elia Kazan
1953: Julius Caesar
ou “William Shakespeare's Julius Caesar” (Júlio
César), de Joseph L. Mankiewicz
1953:
The Wild One (O Selvagem),
de László Benedek
1954: On the Waterfront (Há Lodo No
Cais), de Elia Kazan
1954: Desirée (Desirée, O Primeiro
Amor de Napoleão), de Henry Koster
1955: Guys and Dolls (Eles e Elas),
de Joseph L. Mankiewicz
1956: The Teahouse of the August
Moon (A Casa de Chá do Luar de Agosto), de Daniel Mann
1957: Sayonara (Sayonara), de Joshua
Logan
1958: The Young Lions (Os Jovens
Leões), de Edward Dmytryk
1959: The Fugitive Kind (O Homem na
Pele da Serpente), de Sidney Lumet
1961:
One-Eyed Jacks (Cinco Anos Depois), de Marlon
Brando
1962: Mutiny
on the Bounty (Revolta na Bounty), de Lewis Milestone, Carol Reed (não
creditado)
1963:
The Ugly American (Sua Excelência, o
Embaixador), de George Englund
1964:
Bedtime Story (Os Sedutores), de
Ralph Levy
1965:
Morituri ou “The Saboteur, Code Name
Morituri” (Morituri), de Bernhard
Wicki
1966:
The Chase (Perseguição Impiedosa), de Arthur Penn
1966:
The Appaloosa ou “Southwest to
Sonora” (Um Homem sem Medo), de
Sidney J. Furie
1967:
A Countess from Hong Kong (A Condessa de Hong Kong), de Charles
Chaplin
1967:
Reflections in a Golden Eye (Reflexos num Olho Dourado), de John
Huston
1968: Candy ou
“Candy e il suo pazzo mondo” (Candy), de
Christian Marquand
1968: The
Night of the Following Day (A Noite do Último Dia), de Hubert Cornfield
1969:
Queimada (Queimada), de Gillo
Pontecorvo
1972: The Nightcomers (Os Perversos), de Michael Winner
1972: The Godfather (O Padrinho), de
Francis Ford Coppola
1972: Ultimo Tango a Parigi ou “Last Tango
in Paris” ou “Le Dernier Tango à Paris” (O
Último Tango em Paris), de Bernardo Bertolucci
1976: The
Missouri Breaks (Duelo no Missouri), de Arthur Penn
1978:
Superman ou “Superman: The Movie” (Super-Homem,
o Filme), de Richard Donner
1979: Apocalypse Now (1979) Apocalypse Now Redux
(2001) (Apocalipse Now e Apocalipse Now Redux), de Francis Ford Coppola
1979:
Roots: The Next Generations (Raizes: A Próxima Geração), de Lloyd Richards,
John Erman, Charles S. Dubin, Georg Stanford Brown (mini-série para TV)
1980: The
Formula (A Fórmula), de de John G. Avildsen
1989: A
Dry White Season, de Euzhan Palcy
1990: The
Freshman (O Caloiro da Máfia), de Andrew Bergman
1992:
Christopher Columbus: The Discovery (Cristovão Colombo: A Descoberta), de John
Glen
1992: The
Godfather Trilogy (O Padrinho – A Trilogia), de Francis Ford Coppola
1995: Don
Juan DeMarco (Don Juan de Marco), de Jeremy Leven
1996: The Island of Dr. Moreau (A Ilha do Dr.
Moreau), de John Frankenheimer, Richard Stanley (não creditado, despedido e
substituido por John Frankenheimer)
1997: The
Brave (O Bravo), de Johnny Depp
1998:
Free Money, de Yves Simoneau
2001: The Score (Sem Saída), de
Frank Oz, Robert De Niro (não creditado)
2006:
Big Bug Man, de Bob
Bendetson, Peter Shin
2. Como Realizador
1961: One-Eyed Jacks (Cinco Anos
Depois), de Marlon Brando
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