SESSÃO 13: 6 DE JANEIRO DE 2014

AS VINHAS DA IRA (1940)

“As Vinhas da Ira”, de John Ford, rodado em 1940, pode-se afirmar-se, sem muitas dúvidas, é uma das muitas obras-primas indiscutíveis deste mestre do cinema americano.

Produzida para a Fox por Darryl Zanuck, esta é adaptação de um dos mais conhecidos romances de John Steinbeck, havendo mesmo quem considere que é este "o melhor romance escrito até hoje por um norte-americano", o equivalente, por exemplo, a "Os Miseráveis", mas tendo como pano de fundo os conturbados anos em que EUA se afundaram durante a Grande Depressão económica.

John Steinbeck e John Ford mostram-nos uma realidade marcada pelo drama da condição humana, uma trágica realidade social, sulcada por violência física e opressão moral, por miséria e sofrimento.

Esta peregrinação pela América rural acompanha a viagem de uma família que parte de Oklahoma, expulsa das suas terras pela avidez dos bancos e da industrialização, e se dirige para a Califórnia, terra prometida da abastança e do futuro. O romance de John Seinbeck é talvez mais comprometido, de um ponto de vista político e social do que o filme de John Ford. Talvez Steinbeck se encontrasse mais perto do "realismo socialista" e John Ford se aproxime mais da doutrina social da igreja. Mas a adaptação de Nunnally Johnson acompanha com exemplar fidelidade o espírito da obra literária, ainda que para a converter em imagens se tivessem que alterar réplicas, condensar personagens, elidir situações.

Steinbeck mostrou-se satisfeito com o resultado final, e a verdade é que “As Vinhas da Ira” resistem até hoje com a força própria dos grandes clássicos. Mas o crítico e ensaista Andrew Sarris, referindo-se a Steinbeck e Ford, e à sua visão algo distinta da trajectória da família Joad, disse, ao que julgo com inteira justificação, que "o estilo particular de Ford era oposto à concepção biológica que tinha Steinbeck das suas personagens. Enquanto Steinbeck descreve a opressão, desumanizando as suas personagens até as transformar em criaturas de uma indigência abjecta, Ford evoca a nostalgia humanizando os insectos económicos de Steinbeck e convertendo-os em campeões de uma ordem agrária, familiar e comunitária."

É o poderoso humanismo de John Ford a expressar-se, dando forma e sentimento ao espírito do New Deal, de que é um bom exemplo a comunidade estatal que surge nas sequências finais da película e que permite aos deserdados da terra redescobrir a esperança numa vida melhor, lutando por valores como a dignificação humana, a segurança do trabalho, o direito à terra, a capacidade de resistir à humilhação e à opressão, mesmo quando ela parta de forças da ordem que atraiçoaram a sua função, e de que “As Vinhas da Ira” nos dá bons (maus) exemplos, que infelizmente ainda frutificam.

Onde quer que esses valores fossem, e sejam, enxovalhados, aí esteve, e está, na perenidade do seu cinema, John Ford. Na gesta dos pioneiros em demanda de novas fronteiras, ele aí esteve; na luta dos irlandeses por uma Pátria independente, ele aí esteve; acompanhando a diáspora das tribos índias, ele aí esteve; no drama da emigração, na luta dos desalojados da terra, dos mineiros oprimidos, das famílias desmembradas, ele aí esteve, cumprindo a promesa que Tom Joad, pela boca de Henry Fonda, eternizou numa das réplicas finais desta obra. Uma parcela da alma colectiva de um povo que não se deixa vencer.

Diga-se que o lirismo agreste, austero, rigoroso que se solta dos enquadramentos de John Ford deve também muito à fabulosa fotografia de um outro mestre, Greg Toland. Diga-se ainda que todas as cenas rodadas em exteriores foram filmadas unicamente com luz natural, o que acentua os contrastes deste fulgurante preto e branco e oferece ao filme uma gravidade de tom que o som de Alfred Newman completa.

Diga-se ainda que Henry Fonda tem um dos seus trabalhos mais notáveis, atingindo por vezes o sublime. Diga-se que Jane Darwell, John Carradine e todos os outros rostos que atravessam esta obra emocionam pela força da sua presença, pela forma como John Ford os capta, deles recolhendo aqueles instantes de alma que só os mais puros se atrevem a perscrutar.

Diga-se, finalmente, que “As Vinhas da Ira” são um daqueles comoventes e apaixonantes filmes que nos marcam a vida e nos ensinam a ser melhores. Mais humanos no convívio com os nossos iguais; mas também mais divinos, na possibilidade que nos oferece de atingir o sublime que homens como John Ford souberam criar.

O filme valeu a John Ford um dos seus seis Oscars como melhor realizador, e Jane Darwell, a mãe Joad, ficaria com a estatueta que consagrou "a melhor actriz secundária" do ano. Mas este título seria ainda nomeado para o melhor filme do ano, o melhor argumento, da autoria de Nunnally Johnson, como já dissemos, o melhor actor, Henry Fonda, a melhor montagem e o melhor som.

AS VINHAS DA IRA

Título original: The Grapes of Wrath;

Realização: John Ford (EUA, 1940); Argumento: Nunnally Johnson, seg. romance de John Steinbeck; Produção: Nunnally Johnson, Darryl F. Zanuck; Música: Alfred Newman; Fotografia (p/b): Gregg Toland; Montagem:Robert L. Simpson; Direcção artística: Richad Day, Mark Lee Kirk; Decorações: Thomas Little; Guarda-roupa: Gwen Wakeling; Maquilhagem: Myrtle Ford, Gustaf Norin; Direcção de produção: Ralph Dietrich, Bernard McEveety; Assistentes de realização: Otto Brower, Edward O'Fearna, Wingate Smith; Departamento de arte: Eddie Jones; Som: Roger Heman Sr., George Leverett, Edmund H. Hansen; Companhias de produção: Twentieth Century Fox Film Corporation; Intérpretes: Henry Fonda (Tom Joad), Jane Darwell (Ma Joad), John Carradine (Casy), Charley Grapewin (Avó); Dorris Bowdon (Rosasharn(, Russell Simpson (Pa Joad), O.Z. Whitehead (Al), John Qualen (Muley), Eddie Quillan (Connie), Zeffie Tilbury, Frank Sully, Frank Darien, Darryl Hickman, Shirley Mills, Roger Imhof, Grant Mitchell, Charles D. Brown, John Arledge, Ward Bond, Harry Tyler, William Pawley, Charles Tannen, Selmer Jackson, Charles Middleton, Eddy Waller, Paul Guilfoyle, David Hughes, Cliff Clark, Joe Sawyer, Frank Faylen, Adrian Morris, Hollis Jewell, Robert Homans, Irving Bacon, Kitty McHugh, etc. Duração: 129 minutos; Distribuição em Portugal: Twentieth Century Fox (DVD); Classificação etária: M/12 anos.

JOHN FORD (1894-1973)

Sean Aloysius O'Fearna, também conhecido por John Martin Feeney ou Jack Ford, mas imortalizado como John Ford, nasceu a 1 de Fevereiro de 1894, em Cape Elizabeth, Maine, EUA, e faleceu a 31 de Agosto de 1973, com 79 anos, em Palm Desert, Califórnia, EUA. Descendente de irlandeses, filho de John Augustine Feeney e Barbara "Abbey" Curran, tornou essa influência particularmente visível em muitos dos seus filmes, alguns mesmo ambientados na Irlanda, mas igualmente no seu nome. Nasceu John Martin Feeney, durante grande parte da juventude foi conhecido por John Augustine Feeney, no passaporte constava Sean Aloysius O’Feeney, dado que optara pelo nome Aloysius quando fez o Crisma, assinou no início da sua contribuição no cinema, nomeadamente como actor, como Jack Ford, e finalmente John Ford.

Viveu durante a juventude em Portland, conduziu uma carroça de peixe, fez distribuição de calçado, andou pelos rudimentos da publicidade, e à noite apaixonou-se pelo teatro, em pequenas tarefas no Teatro Jefferson. Estudou na Portland High School, e transferiu-se para a Califórnia onde começou a trabalhar para o irmão mais velho, Francis Ford, actor e realizador, na produção de filmes e como actor. Em 1915, aparece como figurante, um homem da KKK, no filme de D.W. Griffith “The Birth of a Nation”. Mas interpretou dezenas de outros títulos e dirigiu cerca de três dezenas de filmes. Sempre como Jack Ford. Só em 1923, na obra “Camo Kirby”, passou a dirigir e assinar como John Ford. “The Iron Horse”, de 1924, é o seu primeiro grande triunfo como realizador. Quando lhe perguntaram qual a sua profissão, dizia simplesmente “I make western” e foi realmente com os westerns que se tornou popular, ele e o seu actor preferido, John Wayne. São dezenas as suas obras-primas concebidas neste género, que Andre Bazin considerava “o cinema americano por excelência”, como “Stagecoach”, “Fort Apache”, “My Darling Clementine”, “The Searchers”, “The Man Who Shot Liberty Valance” ou “Cheyenne Autumn”. Mas assinou outras tantas obras-primas noutros géneros: “ The Grapes of Wrath”, “How Green Was My Valley”, “The Quiet Man” ou “The Last Hurrah”, para só citar algumas.

Ingmar Bergman disse que ele “o maior realizador do mundo”, Frank Capra chamou-o “o rei dos realizadores”, Jean Renoir afirmou, depois de ver um filme dele, “que aprendera muito, que aprendera sobretudo como não colocar a minha câmara”, e, entre dezenas de outros elogios, Orson Welles concluiu: “Eu admiro muito os velhos realizadores, e refiro-me a John Ford, John Ford e John Ford”.

Ganhou o Oscar de Melhor Realizador, em 1935, com “The Informer”, em 1940 com “The Grapes of Wrath”, em 1941, com “How Green Was My Valley”, em 1952, com “The Quiet Man”. Conquistou o Oscar de Melhor Filme, em 1941, com “How Green Was My Valley”. Logrou ainda Oscars como Melhor Director de documentários em 1942 (“The Battle of Midway”) e 1943 (“December 7th”). Teve algumas outras nomeações.

Senhor de um estilo pessoalíssimo, fez dos grandes espaços o seu cenário de eleição, da amizade e da camaradagem valores seguros, da coragem e da verticalidade exemplos de comportamento. Estóico e abnegado nos seus heróis, transmitiu o melhor da sociedade norte-americana, não hesitando em criticar vícios e defeitos. Compunha as suas imagens de forma perfeita, foi um padrão de um classicismo sempre

Casou com Mary McBryde Smith, em 1920, casamento que se prolongou até à sua morte, apesar de constarem muitas relações extraconjugais ao longo da sua vida. Encontra-se sepultado no Cemitério Santa Cruz, Culver City, Los Angeles, Califórnia.

Filmografia:

1914: Lucille Love, Girl of Mystery, de Francis Ford (actor)

1914: The Mysterious Rose, de Francis Ford (curta-metragem) (actor)

1915: The Broken Coin (actor)

1915: The Doorway of Destruction, de Francis Ford (curta-metragem) (actor - assistente de realização)

1915: The Birth of a Nation (O Nascimento de uma Nação), de David W. Griffith (figurante)

1915: The Hidden City, de Francis Ford (curta-metragem) (actor)

1915: Three Bad Men and a Girl, de Francis Ford (actor)

1916: The Bandit's Wager (curta-metragem) (actor)

1916: Chicken-Hearted Jim, de Francis Ford (curta-metragem) (actor)

1916: The Lumber Yard Gang, de Francis Ford (curta-metragem) (actor)

1916: Peg O'the Ring, de Francis Ford (actor)

1917: Bucking Broadway (realizador)

1917: Cheyenne's Pal (realizador - história) 

1917: A Marked Man (realizador)

1917: The Scrapper (realizador – actor - argumentista)

1917: The Secret Man (realizador)    

1917: The Soul Herder (realizador)  

1917: Under Sentence, de Edward Feeney (actor)

1917: Straight Shooting (realizador)  

1917: The Tornado (realizador - actor - argumentista)         

1917: The Trail of Hate, de Francis Ford (co-realizador- actor - argumentista)

1918: Delirium (realizador- argumentista - história) 

1918: Hell Bent (realizador- argumentista- história)

1918: The Phantom Riders (Realizador)

1918: The Scarlet Drop (realizador- História)           

1918: Thieves' Gold (realizador)       

1918: Three Mounted Men (realizador- Produtor)    

1918: Wild Women (realizador)         

1918: A Woman's Fool (realizador)    

1919: Bare Fists (realizador)

1919: By Indian Posts (curta-metragem) (realizador)

1919: A Fight For Love (Barranco do Diabo) (realizador)      

1919: The Fighting Brothers (curta-metragem) (realizador)

1919: A Gun Fightin' Gentleman (realizador-história)

1919: Gun Law (curta-metragem) (realizador)          

1919: The Gun Pusher (realizador-história)

1919: The Last Outlaw (curta-metragem) (realizador)          

1919: The Outcasts of Poker Flat (realizador)

1919: The Rider of the Law (realizador)       

1919: Riders of Vengeance (realizador-história)

1919: Roped  (Esposa por Anúncio) (realizador)       

1919: The Rustlers (realizador)        

1920: The Big Punch (realizador-argumentista)       

1920: The Girl in Number 29 (realizador)     

1920: Hitchin' Posts (realizador)

1920: Just Pals (realizador)   

1920: Marked Men (realizador)

1920: The Prince of Avenue A (realizador)   

1920: Under Sentence (realizador-história) 

1921: Action (realizador)       

1921: Desperate Trails (realizador)  

1921: The Freeze Out (realizador)   

1921: Jackie (realizador)      

1921: Sure Fire (realizador-produtor)

1921: The Wallop (produtor) 

1922: Little Miss Smiles (realizador) 

1922: Nero (realizador)

1922: Silver Wings, de Edward Carewe (co-realizador)        

1922: The Village Blacksmith (O Ferreiro da Aldeia) (realizador)

1923: Three Jumps Ahead (realizador-argumentista)

1923: The Face on the Barroom Floor (realizador)

A partir de “Cameo Kirby”, e até ao fim da sua carreira, passa a utilizar o nome de John Ford e é sempre realizador, excepto quando acumula outras funções)

1923: Cameo Kirby (Dama, Valete e Rei)

1923: Hoodman Blind (O Pecador Errante)

1923: North of Hudson Bay (Ouro Sangrento)

1924: Hearts of Oak

1924: The Iron Horse (O Cavalo de Ferro)

1925: The Fighting Heart      

1925: Kentucky Pride

1925: Lightnin

1925: Thank You 

1926: The Blue Eagle (A Águia Azul)  

1926: The Shamrock Handicap 

1926: Three Bad Men (Três Homens Maus)

1926: What Price Glory?        

1927: Seventh Heaven          

1927: Upstream         

1928: Four Sons (Os Quatro Filhos)

1928: Hangman's House ( ? A Casa do Carrasco)        

1928: Mother Machree (Minha Mãe)

1928: Napoleon's Barber       

1928: Riley the Cop

1929: Big Time (actor)

1929: The Black Watch          

1929: Salute   

1929: Strong Boy        

1930: Born Reckless 

1930: Men Without Women (Submarino S-13) (história)       

1930: Up the River    

1931: Arrowsmith      

1931: The Brat           

1931: Seas Beneath   

1932: Air Mail (Correio Aéreo)           

1932: Flesh (Carne) (produtor)         

1933: Dr. Bull            

1933: Pilgrimage (Peregrinação)       

1934: Judge Priest  

1934. The Lost Patrol (A Patrulha Perdida)  

1934: The World Moves On (O Mundo Em Marcha)    

1935: The Informer (O Denunciante)            

1935: Steamboat 'Round the Bend     

1935: The Whole Town's Talking (Não se Fala noutra Coisa)

1936: The Last Outlaw, de Christy Cabanne (co-realizador- história)          

1936: Mary of Scotland (Maria Stuart, Rainha da Escócia) 

1936: The Plough and the Stars (A Primeira Batalha)           

1936: The Prisoner of Shark Island (O Prisioneiro da Ilha dos Tubarões)     

1937: The Hurricane (O Furacão)      

1937: Wee Willie Winkie (Shirley, Soldado da Índia)            

1938: The Adventures of Marco Polo, de Archie Mayo (co-realizador não creditado no genérico)  

1938: Four Men and a Prayer (O Juramento dos Quatro)  

1938: Submarine Patrol (Esquadra Heróica) 

1939: Drums Along the Mohawk (Ouvem-se Tambores ao Longe)

1939: Stagecoach (Cavalgada Heróica)          

1939: Young Mr. Lincoln (A Grande Esperança)        

1940: The Grapes of Wrath (As Vinhas da Ira) 

1940: The Long Voyage Home (Tormenta a Bordo)    

1941: How Green Was My Valley (O Vale era Verde)            

1941: Sex Hygiene (curta-metragem)           

1941: Tobacco Road (A Estrada do Tabaco)   

1942: The Battle of Midway (documentário) (autor do comentário, realizador, director de fotografia e montador)

1942: Torpedo Squadron  (curta-metragem)             

1943: December 7th  (curta-metragem)       

1943: We Sail at Midnight (curta-metragem)            

1945: They Were Expendable (Homens para Queimar) (produtor) 

1946: My Darling Clementine (A Paixão dos Fortes) 

1947: The Fugitive (O Fugitivo) (produtor)   

1948: 3 Godfathers (Os Três Padrinhos)       

1948: Fort Apache (Forte Apache) (produtor)          

1949: Everybody Does It (actor)

1949: Mighty Joe Young, de Ernst B. Schoedsack (produtor)

1949: Pinky, de Elia Kazan (co-realizador, não creditado no genérico)

1949: She Wore a Yellow Ribbon (Os Dominadores) (produtor)  

1950: Rio Grande (Rio Grande) (produtor)    

1950: Wagon Master (A Caravana Perdida) (produtor)          

1950: When Willie comes Marching Home 

1951: Bullfighter and the Lady, de Budd Boeticcher (montador não creditado)

1951: This Is Korea    

1952: The Quiet Man (O Homem Tranquilo) (produtor)         

1952: What Price Glory?        

1953: Hondo (Hondo), de John Farrow (realizador de 2ª unidade)

1953: Mogambo (Mogambo)    

1953: The Sun Shines Bright (O Sol Nasce para Todos) (produtor)   

1955: The Long Gray Line (Uma Vida Inteira) 

1955: The Bamboo Cross (TV) 

1955: Rookie of the Year (TV)           

1955: Mister Roberts (Mister Roberts)          

1955: The Red, White and Blue Line (curta-metragem)  

1956: The Searchers (A Desaparecida)         

1957: The Growler Story (curta-metragem) 

1957: The Rising of The Moon 

1957: The Wings of Eagles (A Águia Voa ao Sol)         

1958: Gideon of Scotland Yard/Gideon's Day (Um Crime por Dia) (produtor)

1958: The Lady Takes a Flyer           

1958: The Last Hurrah (O Último Hurrah) (produtor) 

1958: So Alone (curta-metragem)      

1959: The Horse Soldiers (Os Cavaleiros)      

1959: Korea (curta-metragem) (documentário) (produtor)   

1960: Sergeant Rutledge (O Sargento Negro) 

1960: The Alamo (Alamo), de John Wayne (co-realiador, não creditado no genérico)

1960: The Colter Craven Story (TV)   

1961: Two Rode Together (Terra Bruta) 

1962: How The West Was Won (A Conquista do Oeste) (co-realizador) (episódio “The Civil War”; George Marshall e Henry Hathaway foram os outros realizadores          

1962: The Man Who Shot Liberty Valance (O Homem que Matou Liberty Valance) 

1962: Flashing Spikes (TV)  

1963: Donovan's Reef (A Taberna do Irlandês) (produtor)

1964: Cheyenne Autumn (O Grande Combate)          

1965: Young Cassidy (realizador de algumas sequências; Jack Cardiff assina)

1966: 7 Women (Sete Mulheres)       

1970: Chesty: A Tribute to a Legend (documentário) (TV)

1971: Directed by John Ford, de Peter Bogdnanovich (documentário) (actor)

1971: The American West of John Ford, de Dennis Sanders (documentário) (produtor-actor)

1971: Vietnam! Vietnam! (documentário) (produtor executivo)

1973: The American Film Institute Firs Annual Life Achievement Award (documentário) (Produção de George Stevens, Jr.)

1974: John Ford: Memorial Day 1970, de Mark Haggart (documentário)

1990: Hollywood Mavericks (documentário)  

HENRY FONDA (1905-1982)

Henry Jaynes Fonda nasceu a 16 de Maio de 1905, em Grand Island, Nebraska, EUA, e faleceu a 12 de Agosto de 1982, com 77 anos, em Los Angeles, Califórnia, EUA. Foi filho de Elma Herberta Jaynes e William Brace Fonda, de origem holandesa. Estudou Jornalismo na Universidade de Minnesota, e abandonou o curso no segundo ano. Em 1925, quando trabalhava numa empresa em Omaha foi convidado para protagonista de uma produção amadora da Omaha Community Playhouse. O seu primeiro papel profissional em palco foi na peça “You and Me”, de Philip Barry. Em 1929, agora num teatro de Manhattan, Nova Iorque, o University Players Guild, apareceu em “Devil and the Cheese”, ao lado de Margaret Sullavan, com quem casou dois anos depois. Rapidamente partiu para Hollywood, dando-se a estreia no cinema no filme “The Farmer Takes a Wife”. Em 1936, volta a casar, desta feita com Frances Seymour Brokwaw, americana rica e divorciada com quem teve dois filhos, que viriam igualmente a ser actores, Jane Fonda e Peter Fonda. O casamento terminou tragicamente em 1950, com o suicídio de Frances após um colapso nervoso. Antes da II Guerra Mundial, onde participou, já tinha no activo vários grandes sucessos, como “Jezebel”, “Jesse James”, “Drums Along the Mohawk” e “The Grapes of Wrath”, com o qual foi nomeado para o Oscar de Melhor Actor.

Volta ao cinema e ao teatro depois de concluído o conflito armado, e sucedem-se um número infinito de triunfos. Toda a sua extensa filmografia está repleta de grandes obras e extraordinários desempenhos seus. Viria a ganhar o Oscar em 1981, com “On Golden Pond”, que ganharia igualmente o Golden Globe. Em 1980 foi-lhe atribuído o Prémio Cecil B. DeMille pelo conjunto de sua obra, pela Associação dos Críticos Estrangeiros de Hollywood. Com “12 Angry Men” conquistaria o “Urso de Ouro”, em 1957, no festival de Berlim.

Casou ainda mais três vezes: com Susan Levine Blanchard, em 1950, em 1957, com Adera Franchetti e, em 1965, com Shirlee Mae Adams, casamento que se manteve até á morte do actor em Agosto de 1982, vitima de doença de coração. Uma das suas netas, Bridget Fonda, manteve a tradição da família, sendo actriz.

Filmografia

1935: The Farmer Takes a Wife (A Noiva do Camponês), de Victor Fleming

1935: Way Down East, de Henry King

1935: I Dream Too Much (A Voz do Amor), de John Cromwell

1936: Spendthrift, de Raoul Walsh               

1936: The Trail of the Lonesome Pine (A Filha do Bosque Maldito), de Henry Hathaway     

1936: The Moon's Our Home (Vivendo na Lua), de William A. Seiter

1937: You Only Live Once (Só Vivemos Uma Vez), de Fritz Lang

1937: Wings of the Morning (Nobreza Cigana), de Henry Schuster  

1937: Slim, de Ray Enright

1937: That Certain Woman (Cinzas do Passado), de Edmund Goulding

1938: I Met My Love Again (Não Há Amor como o Primeiro), de A. Ripley e Joshua Logan

1938: Jezebel (Jezebel, a Insubmissa), de William Wyler

1938: Blockade (Bloqueio), de William Dieterle                   

1938: Spawn of the North (Lobos do Norte), de Henry Hathaway     

1938: The Mad Miss Manton (Oito Raparigas e Um Crime), de L. Jason

1939: Jesse James (A Justiça de Jesse James), de Henry King

1939: Let Us Live! (Deixem-me Viver!), de John Brahan

1939: The Story of Alexander Graham Bell (O Grande Milagre), de Inving Cummings

1939: Young Mr. Lincoln (A Grande Esperança), de John Ford

1939: Drums Along the Mohawk (Ouvem-se Tambores ao Longe), de John Ford

1940: The Grapes of Wrath (As Vinhas da Ira), de John Ford

1940: The Return of Frank James (O Regresso de Frank James), de Fritz lang

1940: Lillian Russell (A Rainha da Canção), de Inving Cummings

1941: The Lady Eve (As Três Noites de Eva), de Preston Sturges     

1941: Chad Hanna (A Tentação do Circo), de Henry King

1941: You Belong to Me (Pertences-me), de Wesley Ruggles

1941: Wild Geese Calling (Livre como o Vento), de John Brahan

1942: Rings on Her Fingers (Dedos sem Anéis), de Roboun Mamoulian

1942: The Male Animal (Assim é que Elas Gostam), de Elliott Nugent

1942: The Magnificent Dope (O Magnífico Preguiçoso), de Walter Lang

1942: Tales of Manhattan (Seis Destinos), de Julien Duvivier          

1942: The Big Street (Um Caso de Amor), de Irving Reis

1943: Immortal Sergeant (Sargento Imortal), de John M. Stahl

1943: The Ox-Bow Incident (Consciências Mortas), de William A. Wellman  

1946: My Darling Clementine (A Paixão dos Fortes), de John Ford   

1947: The Long Night (Sob o Manto da Noite), de Anatole Litvak

1947: The Fugitive (O Fugitivo), de John Ford         

1947: Daisy Kenyon (Entre o Amor e o Pecado), de Otto Preminger

1948: On Our Merry Way (Tudo Pode Acontecer), de King Vidor e Leslie Fenton, com cenas adicionais de George Stevens e John Huston

1948: Fort Apache (Forte Apache), de John Ford

1949: Jigsaw (Uma Loira com Dois Corações), de F. Markle

1951: Benjy (curta-metragem) (narrador)

1955: Mister Roberts (Mister Roberts), de John Ford e Mervin Le Roy

1955: Producers' Showcase (série de TV)

1955: General Electric Theater (série de TV)

1953: Medallion Theatre (série de TV)

1956: War and Peace (Guerra e Paz), de King Vidor

1956: The Wrong Man (O Falso Culpado), de Alfred Hitchcock         

1957: 12 Angry Men (Doze Homens em Fúria), de Sidney Lumet

1957: The Tin Star (Sangue no Deserto), de Anthony Mann              

1958: Rangers of Yellowstone (curta-metragem) (narrador)

1958: Stage Struck (Lágrimas da Ribalta), de Sidney Lumet 

1959: Warlock (O Homem das Pistolas de Ouro), de Edward Dmytryck         

1959: The Man Who Understood Women (O Homem que compreendia as Mulheres), de Nunally Johnson  

1959-1961: The Deputy (série de TV)

1962: The Good Years, de Franklin J. Schaffner

1962: San Francisco Fire (curta-metragem) (narrador)

1962: Advise & Consent (Tempestade Sobre Washington), de Otto Preminger

1962: The Longest Day (O Dia Mais Longo), de Ken Annakin, Andrew Marton, Bernhard Wicki e Darryl F. Zanuck

1962: How the West Was Won (A Conquista do Oeste), de Sergio Leoni                   

1963: The Dick Powell Show (série de TV)

1963: Spencer's Mountain (Os Nove Irmãos), de Delmer Daves                    

1964: The Best Man (Os Candidatos), de Franklin J. Schaffner        

1964: Sex and the Single Girl (A Solteira e o Atrevido), de Richard Quine              

1964: Fail Safe (Missão Suicida), de Sidney Lumet

1965: The Rounders (2 Incorrigíveis Teimosos), de Burt Kennedy   

1962: In Harm's Way (A Primeira Vitória), de Otto Preminger          

1962: The Dirty Game (Guerra Secreta), de Terence Young, Carlo Lizzani e Christian Jacques

1962: Battle of the Bulge (A Batalha das Ardenas), de Ken Annakin            

1966: A Big Hand for the Little Lady (Todos contra um), de Fielder Cook    

1966: NBC White Paper (série de TV)

1967: All About People (curta-metragem) (narrador)

1967: Welcome to Hard Times (O Homem Com a Morte nos Olhos), de Burt Kennedy          

1967: Stranger on the Run, de Donald Siegel (TV)    

1967: Firecreek (A Hora da Fúria), de Vincent McEveety

1968: Madigan (Madigan), de Donald Siegel  

1968: Yours, Mine and Ours (Os Teus, os Meus e os Nossos), de Melville Shavelson

1968: The Boston Strangler (O Estrangulador de Boston), de Richard Fleischer

1968: Once Upon a Time in the West (Aconteceu no Oeste), de Sergio Leone        

1968: Pat Paulsen for President (TV) (narrador)

1969: An Impression of John Steinbeck: Writer (narrador)  

1970: The Bill Cosby Show (série de TV)

1970: Howdy, de Seymour Berns (TV)

1970: Too Late the Hero (Assim Nasce um Herói), de Robert Aldrich                      

1970: The Cheyenne Social Club (Um Clube só para Cavalheiros), de Gene Kelly

1970: There Was a Crooked Man... (O Réptil), de Joseph L. Mankiewicz                 

1971: Sometimes a Great Notion (Os Indomáveis), de Paul Newman

1971-1972: The Smith Family (série de TV)

1973: The Red Pony, de Robert Totten (TV)

1973: Le Serpent ou Night Flight from Moscow (A Serpente de Ouro), de Henry Verneuil

1973: The Alpha Caper, de Robert Michael Lewis (TV)

1973: Ash Wednesday, de Larry Peerce                   

1973: My Name Is Nobody (O Meu Nome é Ninguém), de Tonino Valeri

1974: Mussolini: Ultimo atto (Mussolini, Último Acto), de Carlo Lizzani        

1974: Clarence Darrow, de John Rich (TV)   

1976: Collision Course: Truman vs. MacArthur, de Anthony Page (TV)                    

1976: Almos' a Man, de Stan Lathan  

1976: Midway (Batalha de Midway), de Jack Smight

1976: Captains and the Kings (série de TV)

1977: Soldier's Home, de Robert Young (TV)

1977: Tentacles (Tentáculos), de Ovidio G. Assonitis

1977: Rollercoaster (A Montanha Russa), de James Goldstone

1977: The Last of the Cowboys, de John Leone                                

1978: Battle Force (O Grande Ataque), de Umberto Lenzi               

1978: Home to Stay, de Delbert Mann (TV)               

1978: Fedora (O Segredo de Fedora), de Billy Wilder

1978: The Swarm (O Enxame), de Irwin Allen                                  

1978: A Special Sesame Street Christmas, de 

1980: The Jilting of Granny Weatherall (TV) (narrador)

1979: Family (série de TV)

1979: City on Fire (Cidade em Chamas), de Alvin Rakoff      

1979: Wanda Nevada, de Peter Fonda          

1979: Meteor (Meteoro), de Ronald Neame   

1980: The Jilting of Granny Weatherall, de Randa Haines (narrador)                     

1980: The Oldest Living Graduate, de Jack Hofsiss (TV)       

1980: Gideon's Trumpet, de Robert L. Collins (TV)                          

1981: On Golden Pond (A Casa do Lago), de Mark Rydell

1981: Summer Solstice, de Ralph Rosenblum (TV)