domingo, 12 de janeiro de 2014

SESSÃO 16: 27 DE JANEIRO DE 2014


CASABLANCA (1942)

“Com o início da II Guerra Mundial, muitos olhos, numa Europa aflita, voltaram-se esperançadamente ou desesperadamente para a liberdade da América. Lisboa tornou-se o grande porto de embarque. Mas nem todos podiam chegar lá directamente. Por isso criou-se um tortuoso caminho para refugiados. De Paris até Marselha, atravessando o Mediterrâneo até Oran, depois a pé, de carro ou de comboio, até Casablanca, no Marrocos francês. Aí, os afortunados, com dinheiro, influência ou sorte talvez conseguissem vistos para Lisboa. E de lá até ao Mundo Novo. Os outros, esperavam em Casablanca. Esperavam, esperavam…”
Assim começa “Casablanca”, filme de Michael Curtiz, de 1942, que rapidamente se tornou numa das obras míticas da sétima arte, um dos filmes mais amados de sempre, por muitos considerado um dos três melhores títulos de toda a história do cinema. Para este triunfo sem paralelo conjugaram-se vários factores, desde a definição das personagens, as situações descritas e os conflitos esboçados, o ambiente romântico, os valores defendidos, a altura em que o filme aparece, mas também a qualidade dos actores, a eficácia e justeza da realização, e toda a equipa técnica reunida. Um acto de magia que possibilitou que a soma dos ingredientes fosse algo mais do que isso mesmo.
O filme parte de uma peça teatral da autoria de Murray Burnett e Joan Alison, “Everybody Comes To Rick's” ("Toda a gente vem ao Rick’s", na sua tradução literal, sendo que o Rick’s aludido é um café). Parece que nenhum teatro da Broadway aceitou então encenar a obra, e pouco depois o casal de dramaturgos vendiam todos os direitos sobre a obra à Warner Bros., para servir de base a um filme. Julius J. Epstein, Philip G. Epstein e Howard Koch adaptaram-na para cinema com mestria, introduzindo diversas alterações, mas mantendo grande parte do contexto da peça e das personagens. Murray Burnett e Joan Alison explicaram que o tema lhes foi inspirado aquando de uma viagem pela Europa, em 1938, quando visitaram Viena para ajudarem alguns familiares judeus a exilarem-se, e posteriormente a Riviera francesa, precisamente Juan-les-Pins, onde encontram, num café a deitar sobre o Mediterrâneo, um pianista negro. Num outro local de Viena, tinham visitado um bar chamado "Le Kat Ferrat" que serviu de modelo ao “Rick’s Café Americain”, e a canção “As Time Goes By” era a preferida de Murray Burnett desde a sua adolescência. Do manuseamento destes tópicos nasceria a peça que nunca foi publicada e representada só depois de 1991, precisamente no Whitehall Theatre, de Londres. Mas as personagens da peça estavam um pouco longe das criadas por Humphrey Bogart (Richard Blane) e Ingrid Bergman (Ilsa Lund Laszlo, na peça era americana e chamava-se Lois Meredith). Rick (que na peça era advogado) tratava a sua ex-paixão por "bitch" e referia-se ao seu pianista negro como "bastard", sendo que este era conhecido na peça por “the Rabit”. Por uma razão ou por outra (talvez o código Hays tenha tido algum influência nestas alterações!), o perfil das personagens foi transformado e o realismo cru da peça (cuja qualidade desconhecemos por completo) cedeu a um romantismo de boas causas e bons sentimentos, que ainda hoje comove os corações.


Mesmo assim, “Casablanca” teve problemas com a censura. Joseph Breen, membro do comité de auto-censura da indústria cinematográfica de Hollywood, não gostou nada da personagem do capitão Renault, que trocava favores sexuais de jovens louras por salvo-condutos, e também se opunha ao relacionamento de Rick e Ilsa por terem dormido juntos em Paris, sendo ela casada. A argúcia dos argumentistas permitiu tornear os problemas, sem deixar de sugerir o que não ficava explícito. Mas essa era uma das habilidades impostas pelo código Hays, que impulsionou a criatividade e a sugestão como arma para contrariar o não permitido.
Humphrey Bogart no papel de Rick Blaine e Ingrid Bergman como Ilsa Lund arcam com grande parte da responsabilidade do clima mágico que o filme destila a cada imagem. Curiosamente, Bogart parece não ter sido a primeira escolha para este papel e Ronald Reagan, Dennis Morgan e George Raft chegaram a estar escalados, sendo substituídos finalmente por Bogey, que assume o centro nevrálgico desta obra: o dono de um café-bar na cidade de Casablanca, em Marrocos, durante a II Guerra Mundial, quando aquele território africano se encontrava sob administração francesa, ainda que controlado de perto pelas autoridades nazis. Igualmente o papel de Ilsa chegou a ser pensado para Ann Sheridan ou Michele Morgan.
Um dos pontos altos desta obra é a densidade dramática das personagens, de cujos passados se sabe muito pouco, mas que pesa de maneira decisiva sobre as suas acções no presente. De Rick pouco se sabe. Americano por nascimento, terá passado por conflitos como as guerras da Etiópia e a de Espanha, certamente do lado republicano, sabe-se perseguido, com a cabeça a prémio, e encontra-se em Casablanca refugiado, procurando evitar possíveis transtornos mais ou menos fatais. Dono do Rick’s Café Americain, procura não provocar ondas, nem dar nas vistas, assume a atitude cínica de quem não acredita já em ideais, e aceita a vida tal como ela se apresenta, sem vontade de mudar o mundo. Colabora com a corrupção instituída na cidade, suborna discretamente a autoridade francesa, na pessoa do capitão Louis Renault (Claude Rains), a quem atribui uma mesada no jogo forjado do seu casino clandestino, não tem escrúpulos em deixar cair Ugarte (Peter Lorre), um traficante viscoso que se prepara para sair da cidade com dois livre-trânsitos que lhe permitiriam chegar à América, conhece e domina todos os negócios escuros deste entreposto de espiões e refugiados, mas também deixa cair por vezes a máscara de indiferença, quando aceita ajudar um casal de jovens búlgaros apaixonados, que procuram a liberdade. Pressente-se assim que, por debaixo do rosto fechado e do olhar distante, existe um romântico sentimental como alguns colaboradores seus lhe chamam. É uma figura mítica deste o plano introdutório, quando aparece primeiro a sua mão a assinar um cheque, subindo só depois a câmara até descobrir o seu rosto.
Curiosamente, este é um filme de espionagem, de guerra, e de sentimentos, onde a todo o momento todos controlam todos, todos vigiam e se sentem vigiados. São os holofotes que percorrem as ruas da cidade, mas são também os olhares que se cruzam, as silhuetas que se esbatem contra os muros, os polícias que espreitam carteiristas e resistentes, as actividades clandestinas que permanecem para lá das buscas e das prisões, e dos assassinatos cometidos e depois explicados como “suicídios ou fugas à autoridade”. A cidade é uma teia com aranhas a cada canto, e vítimas indefesas a belo prazer dos contendores. O Rick’s Café assume-se como centro nevrálgico deste jogo mortal de caçada de gatos e ratos, mas onde explodem igualmente as paixões. Tão misteriosas como os jogos políticos e militares.
É neste contexto que surge um casal que irá transtornar toda a precária ordem estabelecida: Victor Lazlo (Paul Henreid), um dos líderes da resistência checoslovaca, perseguido por toda a Europa, depois de ter fugido de um campo de concentração nazi, entra no Rick’s Café acompanhado de sua mulher, Ilsa Lund (Ingrid Bergman). Ambos tentam também chegar à América, procurando meios de o conseguir em Casablanca. Julgam vir encontrar os dois salvo-condutos que Ugarte tinha em seu poder e entregara a Rick para os guardar, sendo depois preso e abatido pelas autoridades nazis. Mas Rick e Ilsa tinham-se conhecido em Paris, alguns dias antes da capital francesa ser invadida pelas tropas alemãs. Conheceram-se e amaram-se, e ambos recordam bem esses dias de felicidade e de tragédia. Quando se reencontram, relembram os últimos momentos na cidade luz, no mesmo dia que esta se transformava numa cidade trevas, quando os alemães caminhavam pelos “boulevards” parisienses. “Lembro-me de tudo, diz Rick, os alemães estavam de cinzento e tu de azul”. Descobre-se, através de um fabuloso flash-back, um dos motivos da desilusão de Rick e da sua amargura. Depois de dias de paixão intensa e juras de amor eterno, passados no “La Belle Aurore”, Ilsa abandonara-o nesse dia, deixando-o partir sozinho para Marselha, sem qualquer explicação.
O clima atinge o seu momento de dilacerante angústia. Várias personagens jogam as suas vidas a troco de dois salvo-condutos. O filme encontra o seu momento chave para fazer eclodir a tensão: no Rick’s Café um grupo de oficiais nazis, impulsionados pelo Major Strasser (Conrad Veidt), canta "Die Wacht am Rhein"(o guarda no rio Reno), um dos hinos patrióticos da Alemanha nazista. Sentado numa mesa, Victor Laszlo não se contém, dirige-se à orquestra do bar e manda avançar a “Marseillaise”, hino francês, que é executado com a aprovação tácita de Rick e cantado por todos os franceses presentes, em clara resposta ao desafio alemão. Raras vezes um filme conseguiu um tal efeito galvanizador das plateias. Era um repto à resistência, mas, mais do que isso, um repto à própria América. Não muitos minutos antes, Bogart relembrara a sua terra natal e pensara: “Devem estar todos a dormir na América!” A alusão parece clara, num filme todo feito de mistério e secretas insinuações. “Casablanca”, que começara a ser rodado a 25 de Maio de 1942, meses depois da entrada dos EUA na II Guerra Mundial, após o ataque japonês a Pearl Harbour (em Dezembro de 1941), exortava abertamente os americanos a acordarem para o que acontecia no mundo e a intervirem militarmente do lado dos Aliados.

Terminada a rodagem em Agosto de 1942, com um custo de produção de 1.039.000 milhões de dólares (75 mil acima do previsto no orçamento inicial), seria estreado rapidamente em Nova Iorque, a 26 de Novembro de 1942. Percebe-se que se tenha integrado no esforço de mobilização dos americanos para a compreensão do conflito e para o recrutamento de voluntários. Será curioso e sintomático verificar que só foi estreado em Portugal a 17 de Maio de 1945, quando já estava assegurada a derrota das forças do Eixo. Obviamente que só em 1946 se estreou no Japão, em Itália ou em Espanha, só em 1947 o seria em França e no ano seguinte na Áustria. Na Alemanha só surgiria nas salas de cinema em 1952. Tanto na Áustria como na RFA, a cópia fora remontada, certamente atenuando algumas passagens.
Voltando à obra, toda ela cruzada por sequências de extrema beleza, filmadas num glorioso preto e branco que a câmara de Arthur Edeson moldou de forma plástica, num claro escuro de um dramatismo envolvente, há que referir o seu final, pela exemplaridade narrativa e pela maneira hábil como encerra um intrincado conflito político e emocional, com a exemplar ordem do capitão Renault (“Prendam-se os suspeitos do costume”) e a cumplicidade de quem aceita ficar em Casablanca, depois de lançar no lixo uma garrafa de água de Vichy: “Este será o início de uma bela amizade”.
Rodado quase inteiramente em estúdio, mesmo os exteriores (a única cena em exteriores reais foi a chegada do Major Strasser ao aeroporto, rodada no Aeroporto Van Nuys), “Casablanca” utilizou parcialmente algumas ruas construídas para um outro filme, “The Desert Song”, onde por exemplo Ugarte é preso contra o cartaz do General Petain que afirma: “Mantenho as minhas promessas, mesmo as dos outros”. Quanto ao Café de Rick, este foi rodado em três cenários desligados entre si, e, na sequência final, o pequeno avião que se vê no aeroporto, por entre uma muito necessária neblina para encobrir imperfeições, trata-se de um réplica em papelão do L-12 Electra Júnior, da Lockheed.
O filme ganharia os Oscars de Melhor Filme do Ano (Warner Bros.), Melhor Realização (Michael Curtiz) e Melhor Argumento (Julius J. Epstein, Philip G. Epstein e Howard Koch) e foi ainda nomeado para outras categorias onde não vingou: Melhor Actor (Humphrey Bogart), Melhor Actor Secundário (Claude Rains), Melhor Fotografia (Arthur Edeson), Melhor Montagem (Owen Marks) e Melhor Partitura (Max Steiner). Curiosamente, Ingrid Bergman, com um trabalho admirável, nem sequer chegou à nomeação. Mas rapidamente a obra atingiu a consagração dos mitos inesquecíveis.

CASABLANCA
Título original: Casablanca
Realização: Michael Curtiz (EUA, 1942); Argumento: Julius J. Epstein, Philip G. Epstein, Howard Koch, Casey Robinson, segundo peça de Murray Burnett e Joan Alison ("Everybody Comes to Rick's"); Produção: Hal B. Wallis, Jack L. Warner; Música: Max Steiner; Fotografia (p/b): Arthur Edeson; Montagem: Owen Marks; Direcção artística: Carl Jules Weyl; Decoração: George James Hopkins; Guarda-roupa: Orry-Kelly; Maquilhagem: Perc Westmore; Direcção de produção: Al Alleborn; Assistentes de realização: Lee Katz; Departamento de arte: Harper Goff; Som: Francis J. Scheid, Edward Ullman; Efeitos especiais: Lawrence W. Butler, Willard Van Enger; Efeitos visuais: Chris Crowell; Companhias de produção: Warner Bros.-First National Picture; Intérpretes: Humphrey Bogart (Rick Blaine), Ingrid Bergman (Ilsa Lund), Paul Henreid (Victor Laszlo), Claude Rains (Capitão Louis Renault), Conrad Veidt (Major Heinrich Strasser), Sydney Greenstreet (Signor Ferrari), Peter Lorre (Ugarte), S.Z. Sakall (Carl), Madeleine Lebeau (Yvonne), Dooley Wilson (Sam), Joy Page, John Qualen, Leonid Kinskey, Curt Bois, Enrique Acosta, Marcel Dalio, etc. Duração: 102 minutos; Distribuição em Portugal: Warner Bros. (DVD); Classificação etária: M/12 anos; Estreia em Portugal: 17 de Maio de 1945.

Sobre Michael Curtiz ver folha dedicada a “As Aventuras de Robin dos Bosques”
Sobre Humphrey Bogart ver folha dedicada a “A Relíquia Macabra”

INGRID BERGMAN (1915-1982)
Ingrid Bergman Nieuwenhoff nasceu a 29 de Agosto de 1915, em Estocolmo, Suécia, e viria a falecer em Londres, Inglaterra, precisamente no dia 29 de Agosto de 1982, com 67 anos de idade.
A mãe, alemã, morreu quando ela tinha dois anos. O pai, Justus Bergman, sueco, era fotógrafo e boémio, tendo transmitido à filha a paixão pelo teatro transmitiu à filha. Esta iniciou-se cedo em pequenas companhias amadoras e, em 1933, entra para a Real Escola de Arte Dramática de Estocolmo mas, antes de terminar o curso, estreia-se no cinema, com sucesso. Em dois anos participa em nove filmes, na Suécia. Em 1939, parte para Hollywood para protagonizar a versão americana de um dos seus maiores sucessos suecos, "Intermezzo". A partir daí, a sua carreira foi fulgurante, criando uma galeria de personagens de invulgar densidade e sedução, a que a sua beleza muito especial adicionava um “glamour” muito próprio. Interpretou obras-primas indiscutíveis, que vão de “Casablanca” a “Sonota de Outono”.
Ganhou Oscars para Melhor Actriz, em 1945, por “Gaslight” e, em 1957, por “Anastasia” e para Melhor Actriz Secundária, em 1975, para “Murder on the Orient Express”. Dois Emmys para Melhor Actriz em mini série de televisão, em 1982, por “A Woman Called Golda” e para Actriz Principal, em 1960, para “The Turn of the Screw”. Quatro Golden Globe, para Melhor Actriz em filme dramático, em 1945, para “Gaslight”, em 1946, para “The Bells of St. Mary's” e em 1957, para “Anastasia”, e ainda como Melhor actriz em mini série ou filme para televisão, em 1983, para “A Woman Called Golda”. Um César Honorário, em 1976, pela carreira. Um BAFTA, para Melhor Actriz Secundária, em 1975, para “Murder on the Orient Express”.
Casada com Petter Lindström (1937 - 1950), de quem teve uma filha, Pia; com  Roberto Rossellini (1950 - 1957), de quem teve três filhos, Roberto e as gémeas Isotta Ingrid e Isabella Rossellini, também actriz; finalmente com Lars Schmidt (1958 - 1975). A ligação com Roberto Rossellini foi tumultuosa, pois ambos eram casados quando se apaixonaram e abandonaram as respectivas famílias para viverem juntos. Ingrid foi acusada de adúltera e de dar mau exemplo às mulheres americanas, o que a impediu de filmar nos Estados Unidos durante alguns anos.
Morreu no dia em que completava 67 anos, depois de seis anos a lutar contra o cancro e depois de duas mastectomias. Um ano antes de falecer, Ingrid disse que se recusava a render-se à doença e que continuava a fumar e a beber vinho e champanhe. Encontra-se sepultada em Norra begravningsplatsen (Northern Cemetery), Estocolmo, Suécia.

Filmografia:
1932: Landskamp, de Gunnar Skoglund (não creditada)
1935: Munkbrogreven, de Edvin Adolphson e Sigurd Wallén (este não creditado)
1935: Bränningar, de Ivar Johansson
1935: Swedenhielms, de Gustaf Molander
1935: Valborgsmässoafton (Noite de Primavera), de Gustaf Edgren
1936: På solsidan (Para o Destino), de Gustaf Molander
1936: Intermezzo, de Gustaf Molander                                                                                                
1938: Dollar (O Dólar), de Gustaf Molander                                                                                        
1938: En kvinnas ansikte, de Gustaf Molander                                                                                     
1938: Die Vier Gesellen, de Carl Froelich
1939: En enda natt (Sedução), de Gustaf Molander                                                                              
1939: Intermezzo: A Love Story (Intermezzo), de Gregory Ratoff                                                            
1940: Juninatten (Noite de Tentação), de Per Lindberg                                                                       
1941: Adam Had Four Sons (Os Quatro Filhos de Adão), de Gregory Ratoff                                              
1941: Rage in Heaven (Tempestade), de W.S. Van Dyke e Robert B. Sinclair e Richard Thorpe (não creditados)
1941: Dr. Jekyll and Mr. Hyde (O Médico e o Monstro), de Victor Fleming
1942: Casablanca (Casablanca), de Michael Curtiz
1943: For Whom the Bell Tolls (Por Quem os Sinos Dobram), de Sam Wood                                           
1943: Swedes in America, de Irving Lerner (curta-metragem)
1944: Gaslight (Meia-Luz), de George Cukor
1945: Saratoga Trunk (Saratoga), de Sam Wood
1945: Spellbound (A Casa Encantada), de Alfred Hitchcock
1945: The Bells of St. Mary's (Os Sinos de Santa Maria), de Leo McCarey                                                 
1946: American Creed, de Robert Stevenson (curta-metragem)                                                            
1946: Notorious (Difamação), de Alfred Hitchcock
1948: Arch of Triumph (O Arco do Triunfo), de Lewis Milestone
1948: Joan of Arc (Joana d'Arc), de Victor Fleming
1949: Under Capricorn (Sob o Signo de Capricórnio), de Alfred Hitchcock
1950: Stromboli (Stromboli), de Roberto Rossellini
1952: Europa '51 (Europa 51), de Roberto Rossellini
1953: Siamo Donne (Nós, as Mulheres), de Gianni Franciolini ("Alida Valli"), Alfredo Guarini ("Concorso 4 Attrici 1 Speranza"), Roberto Rossellini ("Ingrid Bergman"), Luchino Visconti ("Anna Magnani") e Luigi Zampa ("Isa Miranda")
1954: Giovanna d'Arco al Rogo, de Roberto Rossellini
1954: Viaggio in Italia (Viagem em Itália), de Roberto Rossellini
1954: La Paura (O Medo), de Roberto Rossellini
1956: Anastasia (Anastásia), de Anatole Litvak
1956: Elena et les Hommes (Helena e os Homens), de Jean Renoir
1958: Indiscreet (Indiscreto), de Stanley Donen
1958: The Inn of the Sixth Happiness (A Pousada da Sexta Felicidade), de Mark Robson
1959: The Turn of the Screw, de John Frankenheimer, em Startime (série de TV)
1961: Aimez-Vous Brahms?, de Anatole Litvak
1961: Auguste, de Pierre Chevalier (cameo)
1961: Twenty-Four Hours in a Woman's Life, de Silvio Narizzano (TV)
1963: Hedda Gabler, de Alex Segal (TV)
1964: The Visit (A Visita), de Bernhard Wicki
1964: The Yellow Rolls-Royce (O Rolls-Royce Amarelo), de Anthony Asquith
1966: The Human Voice, de Ted Kotcheff (TV)
1967: Stimulantia, de Hans Abramson ("Upptäckten"), Hans Alfredson ("Dygdens belöning"), Arne Arnbom ("Birgit Nilsson"), Ingmar Bergman ("Daniel"), Tage Danielsson ("Dygdens belöning"), Jörn Donner ("Det var en gång två älskande..."), Lars Görling ("Konfrontationer"), Gustaf Molander ("Smycket") e Vilgot Sjöman ("Negressen i skåpet") (Episódio: "Smycket")   
1969: Cactus Flower (A Flor de Cacto), de Gene Saks
1970: Henri Langlois 
1970: A Walk in the Spring Rain (Chuva na Primavera), de Guy Green                                                    
1973: From the Mixed-Up Files of Mrs. Basil E. Frankweiler, de Fielder Cook                                           
1974: Murder on the Orient Express (Um Crime no Expresso do Oriente), de Sidney Lumet
1976: A Matter of Time, de Vincente Minnelli
1977: Great Performances: Childhood Host
1978: Höstsonaten (Sonata de Outono), de Ingmar Bergman
1979: The American Film Institute Salute to Alfred Hitchcock

1982: A Woman Called Golda, de Alan Gibson (TV)

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