domingo, 12 de janeiro de 2014

SESSÃO 17 (dupla): 3 DE FEVEREIRO DE 2014


LAURA (1944)

Otto Preminger nasceu em Viena de Áustria, filho de um importante advogado que idealizou para ele uma mais que óbvia carreira de magistrado. Mas, desde muito miúdo que o que Otto Preminger queria era trabalhar no teatro e desde os 16 anos começou a pisar as tábuas do palco. No ano seguinte, estava já sob as ordens do prestigiado Max Reinhardt. Aos vinte anos, formado em advocacia, dirige uma companhia de comédia, mantendo a ligação com Reinhardt.
Estreia-se na realização em 1931, com 25 anos, mas interrompe a sua carreira na Áustria, porque começou a não gostar da proximidade de Hitler e das suas ideias. Partiu para a América, onde, em 1936, dirige o seu primeiro filme norte-americano, mas o director da Fox era então Zanuck e, sendo ambos autoritários e muito senhores do seu nariz, cedo surgem conflitos que o levam a partir para Nova Iorque. Aqui, fica-se pelo teatro, encena e interpreta várias obras, e é convidado para professor de encenação na Universidade de Yale. Volta então a Hollywood, para interpretar alguns filmes, entre os quais “Stalag 17”, de Billy Wilder, e arranca para uma segunda fase da sua carreira de cineasta. Em 1944, dirige “Laura”, que para o autor é o seu verdadeiro primeiro filme. Diga-se de passagem que "se iniciou" assim com uma obra-prima, a que se seguiram depois muitas outras obras admiráveis, como “Forever Amber”, “River of No Return”, “Bunny Lake is Missing”.
Mas a sua vasta filmografia permite curiosas análises. Primeiro que tudo, trata-se obviamente de um autor, um homem com uma obra extremamente coerente, mesmo quando num caso ou noutro se pode falar de falhanço. Para conseguir manter essa coerência consigo mesmo, torna-se produtor dos seus próprios filmes, o que na altura não era muito vulgar.
Apaixonado pelos grandes temas, muitas vezes retirados de "best sellers", abordou o racismo em “Carmen Jones”, “Porgy and Bess” ou “Harry Sundwon”; advogado, não esqueceu as salas de tribunais, e em “Conselho de Guerra” ou “Anatomia de um Crime” passeia-se por elas com uma desenvoltura notável; em “Exodus” aborda a questão judaica e a formação do estado de Israel; em “O Cardeal”, percorre os corredores e as manobras de bastidores do Vaticano; a solidão e o conflito de gerações estão presentes em “Bom Dia, Tristeza”; a guerra é a base de “A Primeira Vitória”, e com “Tempestade sobre Washington” entra no Senado norte-americano para o discutir com uma frescura e largueza de pontos de vista que tornariam a obra suspeita aos olhos da direita mais radical.
Senhor de um estilo inconfundível, que alguns acusam de ser frio e distante, mas apenas é rigoroso e discreto, Otto Preminger gostava de passear a sua câmara aos longo de notáveis planos sequência, que, dir-se-ia, iam montando o filme à medida que este se ia rodando, sem grande necessidade de muito corte e recorte na moviola. Quando apareceu o Cinemascope, nos anos 50, foi dos que melhor aproveitou as possibilidades plásticas deste novo formato, em filmes como “Rio sem Regresso”, “Carmen Jones” ou “Bunny Lake is Missing”. Mas foram os seus filmes dos anos 40 que o tornaram um mestre, muito embora a sua obra mais recente não seja de todo em todo negligenciável, como muitos procuram fazer crer. Mesmo em filmes como “Exodus”, “O Cardeal” ou “A Primeira Vitória”, Preminger assina sequências dignas do seu melhor.
Regressando a “Laura”, que parte de um argumento de Jay Dratler, Samuel Hoffenstein e Elizabeth Reinhardt, baseado no romance de 1943 de Vera Caspary, posso assegurar que este é um dos meus filmes predilectos da década de 40 americana, a história de uma obsessão, a de um inspector da polícia que vive fascinado pelo retrato de uma mulher belíssima, que ele julga morta. Mas, em Otto Preminger, as aparências iludem e quase todos os seus filmes nos levam a desconfiar das primeiras impressões. O que parece certo e seguro, não o é quase nunca.


O argumento denota algumas fragilidades e incoerências se analisado à lupa numa perspectiva estritamente racional. Mas esta não é uma obra “racional”, mas sim uma viagem por espíritos transtornados por grandes paixões. Em Manhattan, Nova Iorque, um detective, Mark McPherson (Dana Andrews), inicia a investigação de um crime. Aparentemente o corpo da bela e sedutora publicitária Laura Hunt (Gene Tierney) aparece à entrada da porta do seu apartamento, vítima de dois tiros desfechados à queima-roupa. Laura tinha à sua volta vários pretendentes, e possíveis suspeitos, entre os quais o colunista Waldo Lydecker (Clifton Webb), um dandy petulante e enfatuado que se tinha tornado protector da jovem, mas também um empertigado pelintra playboy que se afirma pintor e se anuncia noivo de Laura, Shelby Carpenter (Vincent Price). Outras personagens surgem ainda, como uma amiga misteriosa que disputa o amor de Shelby, Ann Treadwell (Judith Anderson), e também a traumatizada empregada da publicitária, Bessie Clary (Dorothy Adams).
Mark McPherson percorre os últimos dias de Laura, a sua correspondência e diário íntimo, instala-se em sua casa, onde olha demoradamente um belíssimo retrato da mulher dada como morta, e lentamente deixa-se possuir por essa presença-ausência. Tal como Waldo ou Shelby, Mark sente-se dominado pelo fascínio daquela mulher que inspira sentimentos profundos e ciúmes incontroláveis. Adormecido uma noite frente ao retrato de Laura, acorda com a presença real da retratada, que regressa de uns dias de férias passados numa casa de campo. O mistério avoluma-se, adensa-se, agora com o objecto das paixões bem presente entre detective e suspeitos.
O trabalho de "mise-en-scène" de Otto Preminger procura sobretudo penetrar a realidade, interrogá-la, desafiá-la. A câmara vagueia pelos espaços fechados e carregados e sombras e luzes (é curioso verificar o jogo que se estabelece na criteriosa utilização de ambas ao longo de todo o filme), envolvendo o espectador num soberbo exercício de estilo. É o que poderemos ver neste filme admirável, fabulosamente interpretado por uma Gene Tierney de sonho, muito bem secundada por Dana Andrews, Clifton Webb e Vincent Price.
Aparentemente, “Laura” é um policial, mais precisamente um “film noire”. Mas o talento do cineasta e da sua equipa transformam-no em algo de inclassificável: uma história de amor que continuamente nos foge, um filme de um romantismo envolvente, que um certo cinismo do olhar não deixa nunca resvalar para a facilidade; uma absorvente história de mistério... A brumosa fotografia de Joseph La Shelle e a música de David Raksin servem de forma magistral os propósitos de Preminger.
Curiosamente, este filme foi iniciado por Preminger ao nível do tratamento do argumento, e Darryl F. Zanuck indicou-o somente para produtor, dado que havia anteriormente jurado que Preminger nunca realizaria mais filmes para ele. Mas, depois de alguns dias de rodagem entregues a Rouben Mamoulian, este foi afastado do projecto que, entretanto, veio parar às mãos de Preminger. Tinha sido Marlene Dietrich a actriz inicialmente prevista para protagonista, mas por impossibilidade desta, haveria de ser Gene Tierney a encarnar a personagem que para sempre se lhe colaria à pele e lhe traria a glória.
Em 1999, “Laura” foi seleccionado para ser preservado no “United States National Film Registry”, organizado pela “Library of Congress”, em função da sua importância “cultural, histórica e estética”. Considerado pela escolha do “American Film Institute” como um dos melhores 100 “thrillers” de sempre, encontra-se igualmente no número 1 dos 100 melhores filmes de mistério de sempre.

LAURA
Título original: Laura
Realização: Otto Preminger, Rouben Mamoulian (este não creditado) (EUA, 1944); Argumento: Jay Dratler, Samuel Hoffenstein, Elizabeth Reinhardt, Ring Lardner Jr., segundo romance de Vera Caspary; Produção: Otto Preminger; Música: David Raksin; Fotografia (p/b): Joseph LaShelle, Lucien Ballard; Montagem: Louis R. Loeffle; Direcção artística: Leland Fuller, Lyle R. Wheeler; Decoração: Thomas Little; Guarda-roupa: Bonnie Cashin; Maquilhagem: Guy Pearce; Assistentes de realização: Tom Dudley, Robert Saunders; Departamento de arte: Paul S. Fox; Som: Harry M. Leonard, E. Clayton Ward; Efeitos especiais: Fred Sersen, Edwin Hammeras, Edward Snyder; Companhias de produção: Twentieth Century Fox Film Corporation; Intérpretes: Gene Tierney (Laura Hunt), Dana Andrews (Detective Mark McPherson), Clifton Webb (Waldo Lydecker), Vincent Price (Shelby Carpenter), Judith Anderson (Ann Treadwell), Grant Mitchell, Dorothy Adams, Lane Chandler, John Dexter, Ralph Dunn, Clyde Fillmore, James Flavin, William Forrest, Kathleen Howard, Frank LaRue, Thomas Martin, Jane Nigh, Harold Schlickenmayer, Larry Steers, Harry Strang, Cara Williams, etc. Duração: 88 minutos; Distribuição em Portugal (DVD); Classificação etária: M/ 12 anos. Estreia em Portugal: 3 de Dezembro de 1945.

OTTO PREMINGER 
(1906 - 1986)
Nasceu em Wiznitz, Bukovina, então império Austro-húngaro, agora Wyschnyzja, na Ucrânia e viria a falecer em Nova Iorque, EUA, a 23 de Abril de 1986, com 80 anos, vítima de cancro, depois de passar algus anos difíceis, devido à doença de Alzheimer. As suas cinzas estão depositadas no Woodlawn Cemetery, no Bronx, Nova Iorque. Um filme seu, “Anatomia de um Crime” (1959), foi nomeado para melhor filme do ano e ele próprio recebeu duas nomeações para melhor realizador por “Laura” (1944) e por “O Cardeal” (1963), que também mereceu idêntica referência nos Globos de Ouro do mesmo ano. No Festival de Berlim, esteve com “Anatomia de um Crime” (1959) e com Carmen Jones (1954), que ganharia o Urso de Bronze. O seu nome está gravado no Passeio da Fama, numa das estrelas, em 6624 Hollywood Boulevard.
Originário de uma família judaica, os pais eram Josefa e Markus Preminger, este último um proeminente advogado, muito próximo do imperador Franz Josef. Otto teve uma infância feliz, mas com a morte do arquiduque Franz Ferdinand, em 1914, e com a proximidade da I Guerra Mundial, mudou-se com a família para Graz, capital da província austríaca da Stiria. Frequentou uma escola católica, passando depois a Viena, onde por vezes Otto Preminger dizia ter nascido. Foi aí que se iniciou no teatro, sob as ordens de Max Reinhardt, um dos grandes encenadores dessa época, e que teve uma influência forte na sua carreira e estilo pessoal. Entretanto, estudou Direito e concluiu o curso na Universidade de Viena. Estreou-se como actor e assistiu Reinhardt em várias produções. Pouco depois, passou a encenar as suas próprias produções, 27 entre 1931 e 1937. Em 1932, casa com a actriz Marion Mill, um ano depois de se ter estreado na realização, com “Die Grosse Liebe” (1931).
Em 1935, parte para Hollywood, a convite de Joseph Schenck, da Twentieth Century-Fox, onde também dominava nessa altura o produtor Darryl F. Zanuck. Em 1936, estreia-se no cinema americano com “Under Your Spell”. Convidado a dirigir “Kidnapped”, segundo romance de Robert Louis Stevenson, começaram as desavenças com Zanuck, que tinha escrito a adaptação. Pouco depois, estava sem emprego e nenhum outro estúdio o desejava. Trocou Hollywood pela Broadway, onde teve sucesso imediato com algumas encenações: “Outward Bound”, “My Dear Children” ou  “Margin for Error”, que o trouxe de novo para a Fox, na ausência de Zanuck, então a cumprir serviço militar. Entretanto, em virtude da sua experiência como actor, da sua figura e sotaque alemão, foi convidado para interpretar diversos papéis de nazi. Mas, em 1944, o êxito bate-lhe à porta com a realização de “Laura”, que se assumiria desde logo como um clássico do “film noire” e uma das grandes referências do cinema americano da década de 40. Mas a rodagem não foi isenta de percalços. Iniciava-se aqui uma carreira invulgar no cinema norte-americano, com obras de grande qualidade e risco, onde era evidente um estilo muito pessoal rigoroso, envolvente, jogando com subtis movimentos de câmara e uma admirável direcção de actores: “Fallen Angel” (1945), “Forever Amber” (1947), “Daisy Kenyon” (1947), “Whirlpool” (1949), “Angel Face” (1953), “The Moon Is Blue” (1953), que a Legião de Decência tentou boicotar, “Carmen Jones” (1954), uma versão negra da Carmen, “River of No Return” (1954), um western muito particular com Marilyn Monroe, “The Court-Martial of Billy Mitchell” (1955), um drama de tribunal, “The Man with the Golden Arm” (1956), onde se abordava um tema tabu, a droga, “Saint Joan” (1957), “Bonjour Tristesse” (1958), segundo o best seller de Françoise Sagan, “Porgy and Bess” (1959), “Anatomy of a Murder” (1959), outro drama de tribunal com base num caso de violação, outro tema tabu segundo o código Hays, que Preminger foi dinamitando ao longo da carreira, “Exodus” (1960), sobre a fundação do estado de Israel, “Advise and Consent” (1962), uma análise dos corredores da política americana, tocando noutro tema proibido, a homossexualidade, “The Cardinal” (1963), sobre o Vaticano, “In Harm's Way” (1965), “Bunny Lake Is Missing” (1965), outro thriller poderoso ambientado em Inglaterra, “Hurry Sundown” (1967), onde o racismo era tema forte, ou “Such Good Friends” (1971), uma demolidora comédia em ambiente hospital, entre outros.

Filmografia
Como realizador
1931: Die Grosse Liebe
1936: Under Your Spell
1937: Danger: Love at Work
1943: Margin for Error
1944: In the Meantime, Darling (Esposas Errantes)
1944: Laura (Laura)
1945: Royal Scandal (Os Amores de Catarina da Rússia)
1945: Fallen Angel (Anjo ou Demónio)
1946: Centennial Summer (Noites de Verão)
1947: Forever Amber (Amber Eterna)
1947: Daisy Kenyon (Entre o Amor e o Pecado)
1948: That Lady in Ermine (A Dama de Arminho)
1949: The Fan (O Leque de Lady Windermere)
1949: Whirlpool (Turbilhão)
1950: Where the Sidewalk Ends (O Castigo da Justiça)
1950: The Thirteenth Letter (A Décima Terceira Carta)
1952: Angel Face (Bonita e Audaciosa)
1953: The Moon is Blue (Ingénua... Até Certo Ponto)
1953: Die Jungfrau auf dem Dach
1954: River of no Return (Rio Sem Regresso)
1954: Carmen Jones (Carmen Jones)
1955: The Court Martial of Billy Mitchell (Conselho de Guerra)
1955: The Man with the Golden Arm (O Homem do Braço de Ouro)
1957: Saint Joan (Santa Joana)
1957: Bonjour Tristesse (Bom Dia, Tristeza)
1958: Porgy and Bess (Porgy e Bess)
1959: Anatomy of a Murder (Anatomia de um Crime)
1960: Exodus (Exodus)
1962: Advise and Consent (Tempestade sobre Washington)
1963: The Cardinal (O Cardeal)
1964: In Harm's Way (A Primeira Vitória)
1965: Bunny Lake is Missing (Desapareceu Bunny Lake)
1967: Hurry Sundown (O Incerto Amanhã)
1968: Skidoo
1970: Tell me that you Love me, Junie Moon (Diz-me que me Amas, Junie Moon)
1971: Such Good Friends (Amantes Desconhecidos)
1975: Rosebud (O Caso Rosebud)
1979: The Human Factor (O Factor Humano)

GENE TIERNEY 
(1920 – 1991)
Gene Eliza Tierney nasceu a 19 de Novembro de 1920, em Brooklyn, Nova Iorque, EUA, e morreu a 6 de Novembro de 1991, em Houston, Texas, EUA, de enfisema pulmonar, com 70 anos de idade. Darryl F. Zanuck, um dos fundadores da 20th Century Fox, considerava-a a mulher mais bonita do cinema mundial. Não se sabe se seria a mais, mas uma das mais belas foi-o de certeza. Nascida numa família abastada, estudou nas melhores escolas da Suíça e da América, antes de se estrear no teatro, em 1938, e, no cinema, em 1940, em “The Return of Frank James”, de Fritz Lang. Casada com o estilista francês Oleg Cassini (1941 - 1952), de quem teve duas filhas, e W. Howard Lee (1960 - 1981). Conhecem-se casos com John F. Kennedy e Tyrone Power. Teve uma carreira não muito preenchida, em virtude de doenças várias, crises de depressão, sobretudo na década de 50 (em 1957 chegou mesmo a ser hospitalizada), mas deixou obras onde se pode admirar o seu invulgar talento e beleza sofisticada, a elegância e a discreta mas intensa sensualidade, como “Tobacco Road” (1941), de John Ford, “Sundown” (1941), de Henry Hathaway, “The Shanghai Gesture” (1941), de Josef von Sternberg, “Heaven Can Wait” (1943), de Ernst Lubitsch, “Laura” (1944), de Otto Preminger, “Leave Her to Heaven” (1945), de John M. Stahl, “The Razor's Edge” (1946), “The Ghost and Mrs. Muir” (1947), de Joseph L. Mankiewicz, “Whirlpool” (1949), de Otto Preminger, “Night and the City” (1950), de Jules Dassin, “On the Riviera” (1951), de Walter Lang, “Plymouth Adventure” (1952), “Never Let Me Go” (1953), “The Left Hand of God” (1955), de Edward Dmytryk, “Advise & Consent” (1962), ou “Toys in the Attic” (1963), de George Roy Hill. Foi nomeada para melhor actriz pela sua participação em “Leave Her to Heaven” (1945), de John M. Stahl, em 1945. No Passeio da Fama, a sua estrela situa-se em 6125 Hollywood Blvd.

Filmografía:
1940: The Return of Frank James (O Regresso de Frank James), de Fritz Lang
1940: Hudson's Bay (A Baía de Hudson), de Irving Pichel
1941: Tobacco Road (A Estrada do Tabaco), de John Ford
1941: Belle Starr (A Lenda da Raposa Vermelha), de Irving Cummings        
1941: Sundown (Eram Cinco Heróis), de Henry Hathaway
1941: The Shanghai Gesture (Aconteceu em Xangai), de Josef von Sternberg         
1942: Son of Fury: The Story of Benjamin Blake (O Aventureiro dos Mares do Sul), de John Cromwell
1942: Rings on Her Fingers (Dedos sem Anéis), de Rouben Mamoulian       
1942: Thunder Birds (Aves de Fogo), de William A. Wellman
1942: China Girl (Uma Aventura na China), de Henry Hathaway     
1943: Heaven Can Wait (O Céu Pode Esperar), de Ernst Lubitsch
1944: Laura (Laura), de Otto Preminger    
1945: A Bell for Adano (O Sino da Liberdade), de Henry King
1945: Leave Her to Heaven (Amar Foi a Minha Perdição), de John M. Stahl
1946: Dragonwyck (O Castelo de Dragonwyck), de Joseph L. Mankiewicz
1946: The Razor's Edge (O Fio da Navalha), de Edmund Goulding
1947: The Ghost and Mrs. Muir (O Fantasma Apaixonado), de Joseph L. Mankiewicz
1948: The Iron Curtain (A Cortina de Ferro), de William A. Wellman         
1948: That Wonderful Urge (Escândalo na Primeira Página), de Robert B. Sinclair   
1949: Whirlpool (Turbilhão), de Otto Preminger  
1950: Night and the City (Foragidos da Noite), de Jules Dassin
1950: Where the Sidewalk Ends (O Castigo da Justiça), de Otto Preminger
1951: The Mating Season (Cocktail de Sogras), de Mitchell Leisen
1951: On the Riviera (Escândalo na Riviera), de Walter Lang
1951: The Secret of Convict Lake (O Segredo do Evadido), de Michael Gordon
1951: Close to My Heart (Lágrimas de Mulher)), de William Keighley
1952: Way of a Gaucho (O Gaúcho), de Jacques Tourneur
1952: Plymouth Adventure (O Veleiro da Aventura), de Clarence Brown
1953: Never Let Me Go (Nunca me Abandones), de Delmer Daves  
1953: Personal Affair (Questão Pessoal), de Anthony Pelissier
1954: 'Black Widow (A Viúva Negra), de Nunnally Johnson            
1954: The Egyptian (O Egípcio), de Michael Curtiz           
1955: The Left Hand of God (A Mão Esquerda de Deus), de Edward Dmytryk          
1962: Advise and Consent (Tempestade sobre Washington), de Otto Preminger
1963: Toys in the Attic (O Segredo), de George Roy Hill
1963: Las cuatro noches de la luna llena / Four Nights of the Full Moon, de Sobey Martin
1964: The Pleasure Seekers (Três Raparigas em Madrid), de Jean Negulesco

Televisão
1947: Sir Charles Mendl Show    
1953: Toast of the Town            
1954: The 26th Annual Academy Awards
1957: What's My Line?   
1960: General Electric Theater / "Journey to a Wedding" (mini série)
1969: The F.B.I / "Conspiracy of Silence" (mini série)
1969: Daughter of the Mind (telefilme)   
1974: The Merv Griffin Show
1979: The Merv Griffin Show
1980: The Tonight Show
1980: The Mike Douglas Show    
1980: Dinah!
1980: Scruples (mini série)

1999: Biography: "Gene Tierney: A Shattered Portrait" 

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