A
JANELA INDISCRETA (1954)
“Janela Indiscreta”, rodado quase integralmente
nos estúdios da Paramount, em Los Angeles, entre Novembro de 1953 e Janeiro de
1954, é indiscutivelmente uma das obras-primas de Alfred Hitchcock e igualmente
um dos filmes mais fascinantes e interessantes sobre o que é o cinema. Muitos
atacaram esta obra, por altura da sua estreia, acusando-a de voyeurismo. Nunca
vi obra que o fosse mais, apesar de haver outras que o são tanto, mas calculo
igualmente que muito raros são os filmes que não sejam voyeuristas, ou então
não são cinema. O cinema, quase por definição, é observar os outros, através de
uma objectiva. Olhá-los e registá-los em movimento. Se os olharmos e
registarmos em plano fixo, a câmara é fotográfica e quem está por detrás dela é
um fotógrafo. Em “Janela Indiscreta”, temos um pouco de tudo isso. Um fotógrafo
que observa através da objectiva de uma máquina fotográfica, um cineasta que
observa através de uma objectiva de câmara de filmar, e nós, espectadores de
ambos, que assistimos a um registo através de uma janela que se abre no início
da sessão e nos coloca na perspectiva de um ou dos dois anteriores voyeuristas.
Este é um universo de voyeuristas, como nunca houve outro.
Porque se acusa alguém de
ser voyeurista? Esta é uma questão essencial, que se deve colocar de início. Em
termos de psicanálise, o termo é de entendimento complexo consoante as escolas
que dele se abeiram desde Freud. Mas está sempre relacionado com uma prática de
um indivíduo que gosta de ver outros, de forma mais ou menos escondida,
retirando prazer, quase sempre de raiz sexual, libidinal, desse acto. Há quem
aceite que o voyeurista necessita de um qualquer gesto de aquiescência do
outro, do observado, há quem sustente o contrário, que é precisamente a ausência
desse pacto que cria excitação no voyeur.
Parece-me uma definição
muito redutora, levando sempre para um campo de patologia sexual, algo que pode
ter outros significados. Olhar os outros, mesmo com alguma fixidez, pertence ao
domínio do humano. O homem interessa-se normalmente pelo seu semelhante. Não é
necessário existir um par nu num parque, ou no interior de um quarto, para
justificar esse interesse. Neste caso, o voyeurista (se não está na presença de
um exibicionista, o que faria que um ao outro se completassem harmoniosamente)
incorreria num falta grave, imiscuindo-se na intimidade de outro, sem sua
autorização. Seja ou não para satisfação sexual. O voyeurismo não é saudável,
nem legalmente consentido, quando praticado por patologias sexuais, mas também
não o é por paparazzis intrometidos, polícias que extravasam das suas
competências, vigias abusadores, e tantas outras práticas culposas. Olhar o
voyeurismo unicamente como desvio sexual parece-me, como já disse, redutor.
O filme de Hitchcock, e
outros, de alguns realizadores que depois dele abordaram a mesma questão, como
Brian De Palma, em “Testemunha de Um Crime” (Body Double, 1984), ou Michael
Haneke, em “Nada a Esconder” (Cache, 2005), para não citar senão os mais
flagrantes, creio que aponta numa perspectiva mais ampla do que pode ser o
voyeurismo.
Vejamos:
L. B. Jeffries, ou
simplesmente Jeff (James Stewart), vive em Nova Iorque, mais precisamente num
prédio de Greenwich Village, é fotógrafo profissional, teve um acidente em trabalho,
partiu uma perna e encontra-se preso dentro do seu apartamento, com uma perna
estendida e engessada. Recebe a visita da sua elegante noiva Lisa Carol Fremont
(Grace Kelly) e, por vezes, a da sua empertigada e prestável empregada, Stella
(Thelma Ritter). De resto, dorme, durante os dias e as noites quentes de verão,
e, quando está acordado, vira a cadeira de rodas para a janela que dá para um
pátio interno, rodeado de traseiras de outros edifícios residenciais. O que lhe
permite olhar a vizinhança e entrar na privacidade compartilhada de alguns
apartamentos com janelas abertas. Com a sua lente de grande alcance, vai
acompanhando a bailarina que se exercita e toma o pequeno-almoço logo pela
manhã, o casal de meia-idade que dorme de pijama nas escadas de serviço, a
senhora que trata de uma gaiola com um passarinho, o pianista que se exercita
em busca de inspiração, as festas dadas com algum burburinho, os recém-casados
que deixam adivinhar uma actividade constante por detrás das cortinas corridas,
e um outro casal de comportamento estranho, ela doente e agarrada a uma cama,
ele entrando e saindo em suspeitas incursões. Jeff começa a desconfiar do
senhor Lars Thorwald (Raymond Burr), depois do súbito desaparecimento da
mulher, e resolve investigar, mesmo sem sair da sua janela. Com a colaboração
de Lisa, de Stella e do tenente Thomas J. Doyle (Wendell Corey) tenta chegar à
verdade.
L. B. Jeffries é
bisbilhoteiro, sim é. A janela da sua casa é o seu espectáculo, por força das
circunstâncias. Mas não há em Jeff qualquer comportamento menos digno.
Limita-se a olhar e a comentar com um sorriso ou um esgar. Aquele é um
espectáculo idêntico ao de quem pára no meio da rua ou se senta num banco de
jardim e se limita a ver passar quem se lhe atravessa à frente. Para Jeff, esse
é o objecto do seu olhar. Para Hitch a sua câmara acompanha o espectáculo de
Jeff olhando os outros. Para nós, espectadores, a cortina sobe logo no
genérico, dando-se início à representação preparada para nós pelo mestre do
suspense. Um olhar sobre um olhar sobre um olhar. A essência do cinema, que só
existe enquanto tal, quando permanecem olhares de espectadores na sala escura.
O olhar, enquanto tal, com o seu defeito que permite sobrepor imagens e
imaginar o movimento (a persistência retiniana), é o objecto central desta
“Janela Indiscreta”.
A tradução portuguesa de
“Rear Window” ajuda a tornar mais ambígua a intenção da obra. “Rear” quer dizer
traseira, “Rear Window” é simplesmente a “Janela Traseira”, sem qualquer carga
de indiscrição.
Mas olhar pode ser
relancear a vista sobre algo ou “ver”, isto é, tentar interpretar o que se
olha, aprofundar o significado do que se vê. Quando se vê um filme, um quadro,
uma obra de arte, não se deve olhar só, mas “ver”, interrogar a realidade,
interpretá-la, criticar as aparências, ir mais além. A um fotógrafo
profissional, habituado a esse exercício diário, não se pode exigir
indiferença. É o que faz quando suspeita de que o que vê não será apenas isso.
Portanto, voyeurismo sim,
mas algo que nada tem de patológico, antes uma lição para o espectador
distraído que deve ser mais exigente perante tudo o que lhe passa pela frente,
quer seja um filme, um jornal de actualidades, um discurso oficial, uma
promessa eleitoral. É essencial não ficar pela camada exterior, pelas
aparências, e ir ao fundo das questões. Saber o porquê do que se vê.
Neste aspecto, “Rear
Window” é mais um exercício brilhante de um dos grandes mestres do cinema, e
uma lição sobre o próprio cinema. A forma como está construído é brilhante,
profundamente cinematográfica, visual, expondo o essencial através da imagem e
solicitando ao olhar do espectador uma constante atenção a cada pormenor para
melhor entender a globalidade da obra. James Stewart é magistral, preso a uma cadeira,
durante quase duas horas, e nuanceando a expressão à medida das necessidades,
criando a inquietação através dos reflexos da realidade no seu olhar. Grace
Kelly torna-se a diva inspiradora de Hitch apenas com este filme. Hitchcock
teria encontrado a sua actriz para o resto da sua carreira, se Grace não
tivesse encontrado o seu príncipe encantando. A sua beleza, elegância e talento
explodem nesta obra de uma sensualidade contida, refreada, tal como o mestre do
suspense gostava dela. O cenário é magnífico, a fotografia notável, a música
envolvente, o resultado final uma obra-prima.
A JANELA INDISCRETA
Título original: Rear Window
Realização: Alfred Hitchcock (EUA, 1954); Argumento: John Michael Hayes,
segundo conto de Cornell Woolrich ("It Had to Be Murder"); Produção:
James C. Katz, Alfred Hitchcock; Música: Franz Waxman; Fotografia (cor):Robert
Burks; Montagem: George Tomasini; Direcção artística: J. McMillan Johnson, Hal
Pereira; Decoração: Sam Comer, Ray Moyer; Maquilhagem:Wally Westmore; Direcção
de produção: C.O. Erickson; Assistentes de realização: Herbert Coleman;
Departamento de arte: Dorothea Holt, Gene Lauritzen; Som: John Cope, Harry
Lindgren, Harry E. Snodgrass; Efeitos visuais: John P. Fulton, Irmin Roberts;
Companhias de produção: Paramount Pictures, Patron Inc.; Intérpretes: James Stewart (L.B. 'Jeff' Jeffries), Grace Kelly
(Lisa Carol Fremont), Wendell Corey (Det. Lt. Thomas J. Doyle), Thelma Ritter
(Stella), Raymond Burr (Lars Thorwald), Judith Evelyn (Miss Lonelyhearts), Ross
Bagdasarian, Georgine Darcy, Sara Berner, Frank Cady, Jesslyn Fax, Rand Harper,
Irene Winston, Havis Davenport, Alfred Hitchcock (homem com relógio no
apartamento do escritor de canções), etc.
Duração: 112 minutos; Distribuição em Portugal: Universal (DVD); Classificação
etária: M/ 12 anos; Estreia em Portugal: 23 March 1955.
ALFRED
HITCHCOCK
(1899-1980)
Alfred Joseph Hitchcock
nasceu a 13 de Agosto de 1899, em Leytonstone, Essex, Londres, segundo filho
dos três que o casal William Hitchcock (1862–1914) e Emma Jane Hitchcock
(Whelan de nome de nascimento: 1863–1942) deram à luz. O pai tinha um lugar de
venda de frutas e hortaliças e uma forte convicção religiosa, católica e
puritana, que o levou a enviar o filho para uma escola londrina, o St. Ignatius
College, em Stamford Hill, de forte inspiração jesuíta, baseado nos
ensinamentos de Inácio de Loyola.
Aos 14 anos, Hitchcock
ficou órfão de pai, teve de abandonar a escola que frequentava e passou a
cursar a London County Council School of Engineering and Navigation, em Poplar.
Principia a trabalhar, o que faz na W. T. Henley Telegraph and Cable Company,
como fabricante de cabos eléctricos, onde desenvolveu igualmente trabalhos em
design gráfico de publicidade. Pouco depois começa a interessar-se por
fotografia e cinema, e o seu primeiro trabalho nesta área é desenhar genéricos
e intertítulos para filmes mudos. Em 1920 vamos encontrá-lo nos Islington
Studios, uma sucursal de estúdios norte-americanos, da Famous Players-Lasky, e
da sua sucessora inglesa, Gainsborough Pictures. Colabora numa série de obras
de que, na actualidade, se desconhecem cópias. Sabem-se
os títulos: “The Call of Youth”, “The Great Day”, “Appearances”, “The Mystery
Road”, “The Princess of New York”, “Dangerous Lies” ou “The Bonnie Brier Bush”, todos de 1921. De designer gráfico, passou
rapidamente a director de arte, a assistente de realização, argumentista, e
realizador. São deste período filmes como “The White Shadow”, “The Prude's
Fall”, “The Passionate Adventure” ou “Die Prinzessin und der Geiger”, rodado na
Alemanha, no Studio Babelsberg, em Potsdam, perto de Berlim, e dirigido por
Graham Cutts. Na Alemanha, Hitchcock observa o labor de Fritz Lang, Pabst e
Murnau, cineastas que o irão influenciar a partir daí. “Com Murnau, aprendi a
contar uma história sem palavras.”
Entretanto, tem os seus
escritores preferidos, desde a juventude, Dickens, Poe, Chesterton, Conan
Doyle, Wilkie Collins, entre outros. Perde-se a frequentar museus. Detesta o
escuro: “A escuridão representa o desconhecido e sempre preferi o que me era
familiar. Uma pessoa nunca sabe o que pode estar à espreita na escuridão.”
O início da sua carreira
como realizador parece ter sido difícil. Em 1921, por doença do director Hugh
Croise, termina, de colaboração com Seymour Hicks, “Always Tell Your Wife”, uma
curta-metragem, onde o seu nome não aparece creditado. Em 1922, inicia “Number 13”, que nunca terminou e de
que, tudo indica, se terá perdido todo o material. Segue-se “The Pleasure
Garden” (O Jardim do Prazer) cuja realização Michael Balcon, da Gainsborough
Pictures, entrega a Hitchcock que o roda nos estúdios da UFA, na Alemanha, mas
que se transforma num verdadeiro desastre comercial. Em 1926, o drama “The
Mountain Eagle” (na América distribuído sob o título “Fear of God”, ao que tudo
indica), filmado nos Alpes do Tirol, desapareceu de circulação. O primeiro
grande sucesso de Hitchcock como director surge em 1926, com um filme de
“suspense”, bem à sua maneira, com um falso culpado e tudo. É mais uma variação
sobre o caso de Jack, o Estripador, adaptando um romance de Marie Belloc
Lowndes. “The Lodger: A Story of the London Fog” foi o maior sucesso do cinema
britânico em 1927 e assinala influências muito seguras do expressionismo
alemão, que, aliás, irão perseguir o autor ao longo de toda a sua carreira.
Esta será, igualmente, a primeira obra que conta com a sua rápida aparição
física (num “cameo”), como figurante, efeito que se irá tornar obsessivamente
uma das suas marcas. Para Hitch, este terá sido o seu primeiro filme
verdadeiramente “hitchcockeano”.
No
seu período inglês cimenta uma reputação que o faz chegar triunfalmente à
América. O êxito de obras como “O Homem que Sabia Demasiado”, “Os 39 Degraus”
ou “Desaparecida” chamaram a atenção dos grandes estúdios de Hollywood e Alfred
Hitchcock, a convite do produtor David O. Selznick, parte para os EUA, em 1939.
O primeiro filme rodado em território americano foi “Rebecca”, com o qual foi
de imediato nomeado como melhor realizador e a obra melhor filme do ano,
estatueta esta que viria a vencer. Os seus trabalhos seguintes confirmam-no
como um dos maiores cineastas de sempre.
Casado com Alma Reville,
sua companheira e colaboradora ao longo de toda a vida, em Setembro de 1940, a família compra um
rancho perto de Scotts Valley nas Santa Cruz Mountains. Trata-se do Cornwall
Ranch, que passará, a partir daí, a ser a residência oficial, quando não
permanecem na sua casa de Bel Air. Hitchcock morre no dia 29 de Abril de 1980,
de insuficiência renal, na sua casa de Bel Air, Los Angeles. Tinha 80 anos. O
corpo foi cremado e as cinzas lançadas sobre o Oceano Pacífico. Quatro meses
antes, recebera das mãos da Rainha Isabel II a comenda de Cavaleiro da Ordem do
Império Britânico. Entretanto, em 1979, a AFI entregara-lhe o “Life Achievement
Award” desse ano.
Afirmar Alfred Hitchcock
como “o mestre do suspense” é dizer muito pouco. Ele foi-o incontestavelmente,
mas ao analisar globalmente a sua obra não se deve ficar com a ideia de que
Hitch era um mero realizador de divertimentos macabros que empolgaram as
plateias de todo o mundo. Alfred Hitchcock foi um dos grandes autores da
história do cinema, por muito que ele procurasse aligeirar a concepção e
repetisse amiudadas vezes que “Não passa de um filme!”.
A sua filmografia é das que
maior coerência ostenta em toda a história do cinema. Hitch era homem de
convicções fortes, de obsessões firmes, de temática constante, de um rigor
formal e estilístico que assombram. Ainda hoje, a maioria dos seus filmes não
se deixou corromper por uma ruga, não envelheceu um minuto e mantém uma
modernidade de olhar e de construção que espantam. Alfred Hitchcock abordou os
assuntos do seu tema, mas interessou-se sobretudo pela condição humana. O que é
eterno. Fê-lo, simultaneamente, com um entusiasmo e um distanciamento, um humor
e uma profundidade, um realismo e uma intuição que o tornam impar. Foi
contemporâneo do seu tempo sem se deixar aprisionar pelo imediatismo das questões.
Parece lenda, mas a família
corrobora, inclusive a sua filha Patricia Hitchcock: quando era muito jovem,
Alfred Hitchcock foi apanhado pelo pai numa qualquer traquinice que a
severidade da educação católica não permitia. Como castigo, William Hitchcock
escreveu um rápido recado num bilhete, meteu-o na mão do filho, e mandou-o
levar a um polícia amigo, numa esquadra próxima. O recado dizia que o jovem
devia ser enclausurado numa cela. Assim se fez e Alfred Hitchcock conheceu o
terror, não mais de alguns minutos, é certo, mas o bastante para o marcar para
a vida toda.
Em virtude da sua obra
futura, quase poderíamos saudar o acontecimento, tanto mais que a sua vida
privada não parece ter sido particularmente aterrorizada pela ocorrência. Mas
todas as peripécias da sua juventude ter-se-ão vincado bem na obra que viria a construir.
Também a mãe parece não ter sido branda nos castigos que impunha. Obrigava
muitas vezes o jovem Hitch a ficar horas, de pé, ao lado da sua cama, como
punição para qualquer pequena travessura. Obeso desde criança, Hitch sentia-se
só e mal amado. O seu modelo de homem era Gary Grant, confessa anos mais tarde,
mas o seu humor fazia-o ultrapassar os possíveis traumas. “O meu maior sonho
era entrar numa loja de roupa de homem e comprar um fato já feito.” Terá
transportado para os seus filmes todas estas experiências, numa espécie de
exorcismo, ou de sublimação.
Filmografia:
Como realizador:
Período inglês
1922: Number 13 (não terminado, possivelmente perdido);
1923: Always Tell Your
Wife
1925: The Pleasure Garden
(O Jardim do Prazer)
1926: The Mountain Eagle (A Águia da Montanha)
1927: The Lodger, a Story
of the London
Fog (O Hóspede)
1927: Downhill (O
Declive)
1927: The Ring (O Anel)
1928: Easy Virtue (Virtude
Fácil)
1928: The Farmer's Wife (A
Mulher do Lavrador)
1928: Champagne
(Champagne)
1929: The Manxman (Pobre
Pete)
1929: Harmony Heaven (Céu
Harmonioso)
1929: Blackmail (Chantagem)
1930: Elstree Calling
(Elstree Chama)
1930: An Elastic Affair
1930: Juno and the Paycock
(Juno e Paycock)
1930: Murder! (Assassínio)
1931: The Skin Game (Jogo
Fraudulento)
1931: Mary (Maria)
1932: Rich and Strange
(Ricos e Estranhos)
1932: Number Seventeen
(Número Dezassete)
1932: Lord Camber’s Ladies
1934: The Man Who Knew Too
Much (O Homem Que Sabia Demasiado)
1933: Waltzes from Vienna (Valsas de Viena)
1935: The 39 Steps (Os 39 Degraus)
1936: Secret Agent (Os 4 Espiões)
1936: Sabotage (À 1 e 45)
1937: Young and Innocent (Jovem e Inocente)
1938: The Lady Vanishes (Desaparecida!)
1939: Jamaica Inn (A Pousada da Jamaica)
Período americano
1940: Rebecca (Rebecca)
1940: Foreign Correspondent (Correspondente de Guerra)
1941: Mr. & Mrs. Smith (O Sr. e Sra. Smith)
1941: Suspicion (Suspeita)
1942: Saboteur (Sabotagem)
1943: Shadow of a Doubt (Mentira)
1944: Aventure Malgache
(Aventura Malgache)
1944: Bon Voyage (Boa
Viagem)
1944: Lifeboat (Um Barco e Nove Destinos)
1944: The Fighting
Generation
1945: Watchtower Over
Tomorrow
1945: Spellbound (A Casa Encantada)
1946: Notorious (Difamação)
1947: The Paradine Case (O
Caso Paradine)
1948: Rope (A Corda)
1949: Under Capricorn (Sob o Signo de Capricórnio)
1950: Stage Fright (Pânico nos Bastidores)
1951: Strangers on a Train (O Desconhecido do Norte-Expresso)
1953: I Confess (Confesso!)
1954: Dial M for Murder (Chamada para a Morte)
1954: Rear Window (A Janela Indiscreta)
1955: To Catch a Thief (Ladrão de Casaca)
1955: The Trouble with
Harry (O Terceiro Tiro)
1956: The Man Who Knew Too
Much (O Homem Que Sabia Demais)
1956: The Wrong Man (O
Falso Culpado)
1958: Vertigo (A Mulher Que Viveu Duas Vezes)
1959: North by Northwest
(Intriga Internacional)
1960: Psycho (Psico)
1963: The Birds (Os Pássaros)
1964: Marnie (Marnie)
1966: Torn Curtain (Cortina Rasgada)
1969: Topaz (Topázio)
1972: Frenzy (Perigo na Noite)
1976: Family Plot (Intriga em Família)
Realizador e produtor de TV
1955-1962: Alfred Hitchcock Presents: 268 episódios, dos quais
alguns dirigidos por si:
1955: "Revenge",
"Breakdown", "The Case of Mr. Pelham".
1956: "Back for
Christmas", "Wet Saturday", "Mr. Blanchard's Secret".
1957: "One More Mile
to Go", “Four O’Clock”, "The Perfect Crime".
1958: "Lamb to the
Slaughter", "Dip in the Pool", "Poison".
1959: "Banquo's
Chair", "Arthur", "The Crystal Trench".
1960: “Incident at Corner”,
"Mrs. Bixby and the Colonel's Coat".
1961: "The Horseplayer",
"Bang! You're Dead", “I Saw The Whole Thing”.
1962-1965: The Alfred
Hitchcock Hour: 92 episódios, tendo dirigido apenas 1 deles, "I Saw the
Whole Thing" (1962).
1957: dirigiu o episódio "Four O'Clock" da série
“Suspicion”.
1960: dirigiu o episódio "Incident at a Corner" da
série “Startime”.
GRACE
KELLY (1929 – 1982)
Grace Patricia Kelly nasceu a 12 de Novembro de 1929, em
Filadélfia, Pensilvânia, EUA, e faleceu a 14 de Setembro de 1982, no Mónaco,
vítima de um acidente de automóvel.
De ascendência irlandesa e alemã, era a segunda filha de Jack
Kelly e Margaret Katherine Maier, o pai campeão olímpico de remo e a mãe
treinadora desportiva. Grace Kelly desde muito nova demonstrou interesse pelo
teatro, tendo actuado, ainda quando criança, em várias peças escolares. Estudou
na Ravenhill Academy e na Stevens School, onde se graduou, ambas em Germantown,
Pensilvânia. Mudou então para Nova Iorque para estudar teatro na Academia
Americana de Artes Dramáticas. Tendo na família vários parentes que gostavam e
praticavam artes cénicas, Grace foi por eles encorajada. Passou a viver no
“Barbizon Hotel for Women”, um hotel de prestígio para mulheres endinheiradas,
onde era impedida a entrada de homens depois das 22 horas, e começou a
trabalhar como modelo para sustentar os estudos. A sua estreia nos palcos da
Broadway foi em “The Father”, de August Strindberg. O produtor e realizador
Delbert Mann, após ver Grace Kelly num dos vários episódios por si
interpretados na TV, convida-a a integrar o elenco da produção televisiva
“Bethel Merriday”, uma adaptação da obra de Sinclair Lewis, e depois para
integrar o elenco do filme “Fourteen Hours”, de Henry Hathaway. Foi durante a
rodagem desta obra que Gary Cooper a notou, afirmando que ela era
"diferente de todas as actrizes que ele via com frequência”. Pouco depois
recebia um convite de Stanley Kramer, que lhe ofereceu o papel principal do
filme “High Noon”, de Fred Zinnemann. O filme trouxe-lhe um contrato de oito
anos com a MGM. Em 1953, foi convidada por John Ford para integrar o elenco de
“Mogambo”, dado que Gene Tierney desistira do papel. Grace Kelly recebeu um
Globo de Ouro na categoria Melhor Actriz Secundária, e uma nomeação ao Oscar na
mesma categoria. Em 1954, Alfred Hitchcock chama-a para “Dial M for Murder”, a
que se seguem “Rear Window” e “To Catch a Thief”. Grace ficou conhecida como a
“Musa de Hitchcock”. Com “The Country Girl”, de George Seaton, ganha o Oscar, e
até 1956, data em que abandona o cinema, ainda interpreta “Green Fire”, de
Andrew Marton, “The Bridges at Toko-Ri”, de Mark Robson, “The Swan”, de Charles
Vidor e “High Society”, de Charles Walters. Pouco
depois, casa com o Príncipe Rainier do Monaco, tornando-se assim princesa,
muito badalada em revistas de jet set. Teve três filhos, Carolina, Alberto II e
Estefânia. Morreu em 1982, num acidente de automóvel, com 52 anos de idade.
Está sepultada na Catedral de São Nicolau, na cidade do Mónaco.
Filmografia:
1948-1954 Kraft Television
Theatre (série de TV) – episódios “Old Lady Robbins”, “The Small House”, “The
Cricket on the Hearth”, “Boy of Mine” e “The Thankful Heart”
1950: Somerset Maugham TV Theatre (série de TV) – um episódio
1950: The Clock (série de TV) – episódio “Vengeance”
1950: Big Town (série de
TV) – episódio “The Pay-Off”
1950: Actor's Studio (série
de TV) - episódios “The Swan”, “The Token”, “The Apple Tree”
1950: Believe It or Not
(série de TV) – episódio “The Voice of Obsession”
1950-1952 Studio One (série
de TV) – episódios “The Kill”, “The Rockingham Tea Set”
1950-1952: Lights Out
(série de TV) – episódios – “The Borgia Lamp” (1952)
“The Devil to Pay” (1950)
1950-1952: Danger (série de TV) – episódios – “Prelude to
Death2 (1952)
“The Sergeant and the Doll”
(1950)
1950-1953 The Philco
Television Playhouse (série de TV) – episódios “The Way of the Eagle”, “Rich
Boy”, “The Sisters”, “Leaf out of a Book”, “Ann Rutledge”, “Bethel Merriday”
1951: Fourteen Hours (14
Horas), de Henry Hathaway
1951: Nash Airflyte Theatre
(série de TV) – episódio “A Kiss for Mr. Lincoln”
1951: The Prudential Family
Playhouse (série de TV) - episódio “Berkeley
Square” (1951)
1951-1952 Armstrong Circle
Theatre (série de TV) – episódios “Recapture”, “City Editor”, “Brand from the
Burning”, “Lover's Leap”
1952: High Noon (O Comboio Apitou Três Vezes), de Fred
Zinnemann
1952: Goodyear Television
Playhouse (série de TV) – episódio “Leaf Out of a Book”
1952: The Big Build Up
(teledramático) – episódio “Don Quixote”
1952: Suspense (série de TV) – episódio “Fifty Beautiful Girls”
1952: Robert Montgomery Presents (série de TV) – episódio
“Candles for Theresa”
1952-1953 Lux Video Theatre (série de TV) – episódios “The
Betrayer”, “A Message for Janice”, “Life, Liberty and Orrin Dudley”
1953: Mogambo (Mogambo), de John Ford
1954: Dial M for Murder (Chamada para a Morte), de Alfred
Hitchcock
1954: Rear Window (Janela
Indiscreta), de Alfred Hitchcock
1954: The Country Girl (Para Sempre), de George Seaton
1954: Green Fire (Tentação verde) de Andrew Marton
1954: The Bridges at
Toko-Ri (As Pontes de Toko-Ri), de Mark Robson
1955: To Catch a Thief
(1955 Ladrão de Casaca), de Alfred Hitchcock
1956: The Swan (O Cisne), de Charles Vidor
1956: High
Society (Alta Sociedade), de Charles Walters
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