domingo, 27 de abril de 2014

SESSÃO 33: 23 DE JUNHO DE 2014


 FÚRIA DE VIVER (1955)
“Rebel Without a Cause”, como todos os grandes filmes, é uma obra eterna e, em simultâneo, datada. É um reflexo do seu tempo e lugar e, ao mesmo tempo, um olhar de sempre sobre a condição humana. Executado com uma exemplaridade formal notável e uma sensibilidade invulgar, com um rigor de estilo que ainda hoje surpreende e uma acutilância na crítica social que, apesar de, aqui e ali se poder dizer datada, ultrapassa essa condição pela singularidade da sua arte e postura. Depois teve a sorte e o engenho de estar habitada por alguns jovens que se tornaram ícones de um tempo e o conseguiram igualmente superar, mostrando que eram maiores do que essa época, que eram imagens de sempre e para sempre. James Dean, Natalie Wood, Sal Mineo, Dennis Hopper, entre outros, ganharam a imortalidade quando foram escolhidos para simbolizarem os jovens dos anos 50 na América, mas não só da América, do mundo, e não só dos anos 50, da eternidade que os aguardava.
Nicholas Ray sempre foi um cineasta particularmente virado para uma certa marginalidade que resulta de uma revolta contra a injustiça da sociedade em que se procura integrar, mas da qual é rechaçada, de uma forma ou de outra. Pela educação, pela família, pelas forças da ordem, pelas instituições, quaisquer que elas sejam. Em “Rebel Without a Cause”, que por cá se chamou “Fúria de Viver”, o que altera subtilmente o sentido do filme, tudo isso está presente, mas o que sobressai é o confronto de gerações, a crise de comunicação entre pais e filhos, a solidão que por vezes é de uns e outros, desenquadrados entre si, o que provoca fricções por vezes inultrapassáveis, irremediáveis, fatais.  
Os anos 50 no cinema americano foram férteis em títulos a merecerem atenção especial neste contexto, a começar por este e por “Sementes de Violência”, mas também por “A Leste do Paraíso”, com o mesmo James Dean, a que se poderiam acrescentar muitos outros. Alguns protagonizados por Marlon Brando, outros por Elvis Presley, por Marilyn Monroe, e por aí fora.
Estes “rebeldes sem causa” são exemplares na forma como acompanham o desacerto de jovens em formação, e pais que se desenquadram dessa educação, por uma ou outra razão. Não está em causa o amor dos pais para com os filhos, o problema é outro, e talvez mais grave, porque mais difícil de resolver. Por vezes é o amor dos pais a sufocarem os filhos, outras a falta de força que os jovens sentem nos progenitores, a incompreensão, muitas vezes o alheamento. A tragédia nasce dessa aparentemente inexplicável falha entre seres que procuram o amor. 
Jim Stark (James Dean), por exemplo, é um jovem desenquadrado que a família leva de cidade em cidade para o “salvar” dos problemas que provoca. Mas o problema de Jim está em casa, numa família que hoje se diria desestruturada, com uma mãe possessiva, uma avó recriminativa, um pai sem autoridade que se humilha perante tudo e todos, a quem o filho exige um pouco de dignidade, um assomo de energia, algum vigor que ele procura encontrar como suporte e não vislumbra nunca. A verdade é que cada um dos membros desta família quer o melhor para Jim, mas não o sabe, ou não o pode concretizar, mercê das suas próprias fragilidades. Judy (Nathalie Wood), por seu lado, não tem melhor sorte, com um certo puritanismo paternal que inviabiliza qualquer aproximação, uma mãe fraca, e uma liberalização de comportamentos que a deixam entregue a si própria e lhe provocam a angústia dessa solidão insanável, que a leva a procurar nos gangs do liceu a companhia e o amor, mesmo que apenas físico, que não encontra em casa. Platão (Sal Mineo) é um exemplo, ainda que diferente, filho de um casal ausente, entregue a uma ama que o procura amparar da melhor forma, mas que não consegue substituir o insubstituível. Esta geração rebelde e problemática, que tende à autodestruição, é o centro de “Rebel Without a Cause”. O que transformou esta obra num momento de raro acerto de olhar, invulgar quando se estreou, provocatória mesmo, premonitória certamente. Os tempos alteraram-se, mas alguns dos problemas mantêm-se, senão se agravaram mesmo.
Jim tem horror a que o chamem “medricas”, não quer ser comparado ao pai, desafia quem o provoca, e aceita o repto do chefe do gang do liceu para uma corrida suicida de carros, que se lançam num precipício. A demonstração de “coragem” está em ser o último a saltar do carro, antes deste se despenhar. Claro que a tragédia paira, e tudo se precipita desde aí. Jim, Judy e Platão são os seres frágeis desta história sem heróis, apenas com vítimas de uma época onde o rock-and-roll dava os primeiros passos e se erigia como símbolo musical de uma geração que ou explodia em violência desbragada, ou se consumia numa solidão sofrida. 
Com tons quentes e cores saturadas, onde o blusão vermelho de sangue de James Dean brilha de desespero de princípio a fim, Nicholas Ray oferece-nos um retrato (aqui e ali algo ingénuo na sua formulação psicanalítica, própria dos anos 50) vigoroso, complexo, sem demagogias, sem acusações fáceis, mas transmitindo uma desesperada fome de viver que a sociedade destroça. Os anos 50 trouxeram uma prosperidade à América que se expressou em facilitismos e consumismo. Os pais acreditavam que o melhor que poderiam dar aos filhos era oferecerem-lhes os carros, as motos, os blusões, os “gadgtes” de momento. Nicholas Ray mostra-nos como errados estavam numa poderosa e sombria lição de cinema, engrandecida por um elenco de mitos que tornaram o filme num momento inolvidável na História do Cinema. 
 
FÚRIA DE VIVER
Título original: Rebel Without a Cause
Realização: Nicholas Ray (EUA, 1955); Argumento: Stewart Stern, Irving Shulman, Nicholas Ray; Produção: David Weisbart; Música: Leonard Rosenman; Fotografia (cor): Ernest Haller; Montagem: William H. Ziegler, James Moore; Design de produção: Malcolm C. Bert; Direcção artística: Malcolm C. Bert; Decoração: William Wallace; Guarda-roupa: Moss Mabry; Maquilhagem: Gordon Bau, Tillie Starriett; Assistentes de realização: Don Alvarado, Robert Farfan, Gary Nelson; Som: Stanley Jones; Companhias de produção: A Warner Bros.-First National Picture; Intérpretes: James Dean (Jim Stark), Natalie Wood (Judy), Sal Mineo (John 'Plato' Crawford), Jim Backus (Frank Stark), Ann Doran (Mrs. Carol Stark), Corey Allen (Buzz Gunderson), William Hopper (pai de Judy), Rochelle Hudson (mãe de Judy), Dennis Hopper (Goon), Edward Platt, Steffi Sidney, Marietta Canty, Virginia Brissac, Beverly Long, Ian Wolfe, Frank Mazzola, Robert Foulk, Jack Simmons, Tom Bernard, Nick Adams, Jack Grinnage, Clifford Morris, etc. Duração: 111 minutos; Distribuição em Portugal: Warner Bros. (DVD); Classificação etária: M/ 12 anos; Estreia em Portugal: 6 de Novembro de 1956.

 Nicholas Ray entre Nathalie Wood e James Dean, em ensaios

JAMES DEAN (1931-1955)
James Byron Dean nasceu a 8 de Fevereiro de 1931, em Marion, Indiana, EUA, e faleceu a 30 de Setembro de 1955, em Cholame, Califórnia, EUA, vítima de acidente de viação. Depois de passar grande parte da sua juventude numa quinta dos tios, em Fairmount, Indiana, viajou até Nova Iorque com o sonho de vir a ser actor. Depois de alguns trabalhos sem grande significado, e de uma nomeação de melhor “revelação” em "The Immoralist”, na Broadway, mudou-se para Hollywood, onde de início não teve igualmente muita sorte, pois só conseguiu papéis sem qualquer relevo, em filmes como a obra de Samuel Fuller, “Baionetas Caladas” (1951), onde era um soldado na Guerra da Coreia; a comédia de Dean Martin e Jerry Lewis, “Marujo, o Conquistador” (1952); ou uma aparição irrelevante numa outra comédia com Piper Laurie e Rock Hudson, “Viram a Minha Noiva?” (1952).
Mas rapidamente passou a protagonista de três filmes que lhe conferiram o lugar de imortal e de ícone na galeria das mais lendárias estrelas de Hollywood. Na adaptação da obra de John Steinbeck, realizada por Elia Kazan, “A Leste do Paraíso” (1955), na personagem de Jim Stark o rebelde sem causa do mítico filme de Nicholas Ray, “Fúria de Viver” (1955), e finalmente na adaptação de um romance de Edna Ferber, O Gigante (1956), com a assinatura de outro mestre, George Stevens.
No dia 30 de Setembro de 1955, ao volante de um Porsche Spyder, colidiu com outro carro numa estrada perto de Cholame, na Califórnia, e teve morte quase instantânea. Duas horas antes tinha sido multado por excesso de velocidade. Tinha 24 anos, milhões de admiradores, e esta trágica ocorrência, acrescida do seu talento e carisma, transformaram-no num mito insubstituível. O funeral foi uma manifestação de pesar sem paralelo. Sepultado no Park Cemetery, Fairmount, Indiana, EUA. Recebeu duas nomeações (póstumas – até hoje únicas!) para Oscar de Melhor Actor, em “A Leste do Paraíso” e “O Gigante”.
A sua vida privada foi vasculhada ao pormenor, contando-se várias ligações, umas com actrizes como Pier Angeli (que antes de se suicidar confessou que James Dean tinha sido o seu verdadeiro amor) ou Liz Sheridan, outras com elementos masculinos, sublinhando a sua tendência homossexual. William Bast, seu companheiro, escreveu um livro sobre a sua relação com Dean, "Surviving James Dean". Era um admirador confesso de Marlon Brando, que o acusava de lhe copiar comportamento, etilo de vida, gestos, etc., e uma das suas aspirações era ser escritor (tal como Brando).
A sua interpretação de Jim Stark, em “Fúria de Viver” (1955), foi considerada a 43ª melhor de toda a história do cinema, no inquérito da “Premiere Magazine”, “100 Greatest Performances of All Time” (2006).
Antes de falecer, assinara um contrato com a Warner Bros., no valor de 900,000 dólares, contra a participação em nove filmes, entre os quais se alinhavam "The Corn is Green", “Marcado Pelo Ódio” (1956), “Vício de Matar” (1958), “Gun for a Coward” (1957), “This Angry Age” (1958) e “Gata em Telhado de Zinco Quente” (1958). Paul Newman substituiu-o por três vezes.

Filmografia:
Cinema e televisão
1951: The Stu Erwin Show (Série de TV)
1951: The Bigelow Theatre (Série de TV)
1951: Family Theatre (Série de TV)
1951: Fixed Bayonets! (Baionetas Caladas), de Samuel Fuller
1952: Has Anybody Seen My Gal? (Viram a Minha Noiva?), de Douglas Sirk
1952: Forgotten Children (TV movie)
1952: Deadline (A Última Ameaça), de Richard Brooks (participação não confirmada)
1952: CBS Television Workshop (Série de TV)
1952: Sailor Beware (Marujo, o Conquistador), de Hal Walker
1952:-1953 Studio One (Série de TV)
1952:-1953 Kraft Television Theatre (Série de TV)
1952:-1955 Lux Video Theatre (Série de TV)
1953: Tales of Tomorrow (Série de TV)
1953: Treasury Men in Action (Série de TV)
1953: Trouble Along The Way (Barreiras Vencidas), de
1953: You Are There (Série de TV)
1953: The Kate Smith Hour (Série de TV)
1953: Campbell Playhouse (Série de TV)
1953: Omnibus (Série de TV)
1953: The Big Story (Série de TV)
1953: Robert Montgomery Presents (Série de TV)
1953: Armstrong Circle Theatre (Série de TV)
1953-1954: Danger (Série de TV)
1954: General Electric Theater (Série de TV)
1954: The Philco Television Playhouse (Série de TV)
1955: Crossroads (Série de TV)
1955: East of Eden (A Leste do Paraíso), de Elia Kazan
1955: Rebel Without a Cause (Fúria de Viver), de Nicholas Ray
1955: Schlitz Playhouse of Stars (Série de TV)
1955: The United States Steel Hour (Série de TV)
1956: Giant (O Gigante), de George Stevens

Teatro
Na Broadway
“See the Jaguar” (1953) e “The Immoralist” (1954), segundo André Gide.
Off-Broadway
“The Metamorphosis” (1952), segundo Franz Kafka, “The Scarecrow” (1954) e “Women of Trachis” (1954), traduzido por Ezra Pound.

NATALIE WOOD (1938-1981)
Natasha Nikolaevna Zakharenko ou Natasha Nikolaevna Gurdin, nome de baptismo de Natalie Wood, nasceu a 20 de Julho de 1938, em San Francisco, Califórnia, EUA, e viria a falecer a 29 de Novembro de 1981, com 43 anos, na Ilha de Santa Catalina, Califórnia, EUA. Em 1943, com apenas quatro anos de idade, Natalie Wood estreia-se no cinema, nos filmes “The Moon Is Down” e “Happy Land”. Como actriz infantil, participa em muitas obras, inclusive no clássico natalício, “Miracle on 34th Street” (1947). A partir de 1955, com 17 anos, Natalie lança-se numa carreira adulta, no filme de Nicholas Ray, “Fúria de Viver”, ao lado de outros jovens como James Dean e Sal Mineo. Segundo Suzanne Finstad, autora de “Natasha: The Biography of Natalie Wood”, publicado em 2001, Natalie Wood terá tido uma relação com o realizador Nicholas Ray, para conseguir o papel de protagonista. Depois do sucesso de “Rebel Without a Cause”, protagoniza um conjunto de filmes onde impõe a sua beleza, elegância e talento, entre os quais é justo destacar “The Searchers”, “Splendor in the Grass”, “West Side Story”, “Love with the Proper Stranger”, “Sex and the Single Girl”, “The Great Race”, “Inside Daisy Clover”, ou “This Property Is Condemned”, ao mesmo tempo que mantinha uma continua actividade na televisão. Em 1981, enquanto decorriam as filmagens de “Brainstorm”, com Christopher Walken, faleceu num acidente estranho e nunca totalmente esclarecido. Em Novembro desse ano, enquanto navegava num iate, com o marido Robert Wagner e o colega de ambos Christopher Walken, morreu afogada. Tinha 43 anos de idade. Encontra-se sepultada no Westwood Memorial Park, Los Angeles, Califórnia.
Nomeada para o Oscar de Melhor Actriz por três vezes: 1955 - Rebel Without a Cause; 1961 - Splendor in the Grass; e 1963 - Love with the Proper Stranger; Golden Globe: Melhor Actriz de TV (Drama): 1980 - From Here To Eternity. Casada por duas vezes com Robert Wagner (1957 - 1962) e (1972 - 1981) e ainda com Richard Gregson (1969 - 1972).
Filmografia
Cinema
1943: The Moon Is Down (Noite sem Lua), de Irving Pichel
1943: Happy Land (Terra Sagrada), de Irving Pichel       
1946: The Bride Wore Boots, de Irving Pichel     
1946: Tomorrow Is Forever (Amanhã Viveremos), de Irving Pichel
1947: Driftwood, de Allan Dwan
1947: The Ghost and Mrs. Muir (O Fantasma Apaixonado), de Joseph L. Mankiewicz
1947: Miracle on 34th Street (De Ilusão Também Se Vive), de George Seaton       
1948: Scudda Hoo! Scudda Hay! (Encanto da Mocidade), de F. Hugh Herbert
1949: Father Was a Fullback, de John M. Stahl  
1949: The Green Promise (Terra de Promissão), de William D. Russell    
1949: Chicken Every Sunday, de George Seaton  
1950: Never a Dull Moment (Convite ao Amor), de George Marshall        
1950: The Jackpot (Cautela com os Fiscais), de Walter Lang       
1950: Our Very Own (Entre Duas Mães), de David Miller  
1950: No Sad Songs for Me (Destino Amargo), de Rudolph Maté
1951: The Blue Veil (O Véu Azul), de Curtis Bernhardt
1951: Dear Brat, de William A. Seiter    
1952: The Star (A Estrela), de Stuart Heisler      
1952: Just for You' (Só Para Ti), de Elliott Nugent
1952: The Rose Bowl Story, de William Beaudine
1954: The Silver Chalice (O Cálice de Prata), de Victor Saville
1955: Rebel Without a Cause (Fúria de Viver), de Nicholas Ray
1955: One Desire (Um Só Desejo), de Jerry Hopper
1956: The Girl He Left Behind (Quero-te, mas Deixa-me), de David Butler          
1956: The Burning Hills (O Monte do Desespero), de Stuart Heisler
1956: A Cry in the Night (Um Grito na Escuridão), de Frank Tuttle
1956: The Searchers (A Desaparecida), de John Ford
1957: Bombers B-52 (Bombardeiro B-52), de Gordon Douglas     
1958: Kings Go Forth (Só Ficou a Saudade), de Delmer Daves
1958: Marjorie Morningstar (Fúria de Amar), de Irving Rapper
1960: All the Fine Young Cannibals (Escândalo na Sociedade), de Michael Anderson         
1960: Cash McCall (O que são as Mulheres), de Joseph Pevney    
1961: West Side Story (Amor Sem Barreiras), de Jerome Robbins e Robert Wise
1961: Splendor in the Grass (Esplendor na Relva), de Elia Kazan
1962: Gypsy (Gypsy), de Mervyn LeRoy
1963: Love with the Proper Stranger (Amar Um Desconhecido), de Robert Mulligan
1964: Sex and the Single Girl (A Solteira e o Atrevido), de Richard Quine
1965: Inside Daisy Clover (O Estranho Mundo de Daisy Clover), de Robert Mulligan           
1965: The Great Race (A Grande Corrida à Volta do Mundo), de Blake Edwards   
1966: Penelope (Os Prazeres de Penélope), de Arthur Hiller       
1966: This Property Is Condemned (Flor à Beira do Pântano), de Sydney Pollack
1969: Bob & Carol & Ted & Alice (Bob & Carol & Ted & Alice), de Paul Mazursky
1972: The Candidate (O Candidato), de  Michael Ritchie (cameo)
1975: Peeper, de Peter Hyams  
1979: Meteor (Meteoro), de Ronald Neame
1980: The Last Married Couple in America (Os Bem Casados), de Gilbert Cates    
1980: Willie & Phil (O Trio do Amor), de Paul Mazursky (cameo)
1983: Brainstorm (Projecto Brainstorm), de Douglas Trumbull

Televisão
1952: The Schaefer Century Theatre
1952: Gruen Guild Playhouse
1953: Jukebox Jury
1953: The Pride of the Family
1954: The Public Defender
1954: Mayor of the Town
1969: Bracken's World
1973: The Affair
1976: Cat on a Hot Tin Roof
1978: Switch
1979: Hart to Hart          
1979: From Here to Eternity
1979: The Cracker Factory
1980: The Memory of Eva Ryker            
1980: Willie & Phil 


SESSÃO 32: 19 DE MAIO DE 2014


 SEMENTES DE VIOLÊNCIA (1955)
“Sementes de Violência” é um dos momentos altos da cinematografia norte-americana dos anos 50 do século XX. Não só por se tratar de um excelente filme, cinematograficamente exemplar, tecnicamente perfeito, impecavelmente interpretado, dirigido por um dos cineastas mais influentes deste período, Richard Brooks, um homem corajosamente independente e liberal, uma voz incómoda numa época difícil da política e da cultura nos EUA, como por ser igualmente um retrato invulgarmente eficaz e seguro desse tempo, da sua juventude à deriva, de uma rebeldia sem causa aparente (veja-se sobre este tema o filme de Nicholas Ray, “Fúria de Viver”, Rebeld Without a Cause, 1955, ou o de László Benedek, “O Selvagem”, The Wild One, 1953). Acrescente-se ainda o facto de este ser um dos primeiros exemplos de filmes que discutem problemas de educação e ensino através do cinema, partindo de um bom romance de Evan Hunter, “Blackboard Jungle”, muito bem adaptado ao cinema pelo próprio Richard Brooks (que era, para além de um excelente realizador, um dos grandes argumentistas desta década e das seguintes).
Richard Dadier (Glenn Ford) volta da II Guerra Mundial e procura um lugar de professor de inglês numa escola de um bairro pobre de Nova Iorque. O director, Sr. Warnecke (John Hoyt), durante a entrevista, assegura-lhe que na North Manual High não há problemas disciplinares. Mas, ao reunir com outros professores, alguns não veteranos da guerra como Dadier, mas veteranos naquele estabelecimento, mostram-se de parecer contrário. Um deles, Jim Murdock (Louis Calhern), declara mesmo que aquela escola é “o caixote de lixo do ensino”, e que é conveniente Dadier “nunca voltar as costas à turma”. 
Mas o jovem professor sente-se feliz por ter conseguido trabalho, e sobretudo porque gosta de ensinar. Casado com Anne (Anne Francis), que espera um filho, depois de uma primeira tentativa malograda, resolve mesmo comemorar a efeméride com champanhe, num jantar romântico num pequeno restaurante à medida das suas posses.
Iniciadas as aulas, os primeiros dias são reveladores. A sua turma é um verdadeiro gang de delinquentes juvenis, provenientes de classes baixas e de famílias destruturadas, com grandes diferenças rácicas, brancos pobres, negros, latino americanos, irlandeses, etc. Não respeitam ninguém, gritam e protestam por tudo ou nada, tratam o professor por “Daddy-O”, e, num fim de tarde, quando Lois Judby Hammond (Margaret Hayes), uma professora que confessa um fraquinho por Daddier, se apresta para sair da escola, é raptada e quase violada, o que é impedido pela aparição de Daddier, que salva a colega e esmurra o agressor. Esta manifestação de coragem não cai bem entre os seus alunos, que juram vingança.
Num dos dias seguintes, à saída da escola, Dadier e Joshua Edwards (Richard Kiley), um professor de matemática que colecciona vinis de jazz e swing, adora Stan Getz, e julga que a matemática tem muito a ver com a música, são brutalmente agredidos por um grupo de estudantes comandados por Artie West (Vic Morrow), o chefe do gang que impõe o terror na escola. Dadier fica desolado e muito ferido, tal como o colega. Será um antigo professor universitário que lhe mostra que as escolas urbanas precisam de bons professores que se esforcem por encontra uma forma de “tocar” o coração dos alunos mais problemáticos e sensibilizá-los para a necessidade do estudo e da aprendizagem. Nem que seja para escrever ou responder a um anúncio. 
Mas as vinganças sucedem-se. Dadier é injustamente acusado de intolerante e racista junto do director e a mulher começa a receber cartas anónimas denunciando um possível adultério do marido. Joshua Edwards vê destruída a sua colecção de discos, alguns dos quais insubstituíveis, e demite-se. Quando o desespero parece abater-se sobre Dadier este descobre que Gregory W. Miller (Sidney Poitier) tem um conjunto musical e a festa de Natal que se avizinha pode trazer alguma esperança à comunidade.
A conclusão tende a reconhecer que a educação é um trabalho árduo, onde por vezes há que afastar os elementos perniciosos (e dados como irrecuperáveis) do convívio do grupo, mas que existe sempre a possibilidade de encontrar uma forma de recuperar para a sociedade os jovens transviados. Más companhias, famílias com problemas estruturais que deixam as crianças ao abandono, deficientes perspectivas de vida, sociedade egoísta virada sobre si própria, demissão do pessoal docente que não sente vocação, mas apenas procura um emprego onde ganhar um ordenado, mesmo que “a 2 dólares a hora”, tudo isso, e muito mais, conduziu (e conduz ainda hoje, noutros contextos, mas com circunstâncias muito idênticas) a este estado de aparente beco sem saída para a educação, nos EUA, como um pouco por todo o mundo.
Em 1955, estávamos em plena explosão do “rock-and-roll”, e a banda sonora de “Blackboard Jungle” conta com uma inesquecível criação, "Rock Around The Clock", interpretada por “Bill Haley and his Comets”, que ficaria para sempre ligada a esta obra. Mas o filme ostenta ainda uma magnífica fotografia de Russell Harlan, e uma montagem de Ferris Webster igualmente a valorizar, bem como a direcção artística de Cedric Gibbons e Randall Duell. Todos eles nomeados para os Oscars de forma merecida. Igualmente o argumento recebeu nomeação para o Oscar do ano. 
Glenn Ford tem aqui um dos seus trabalhos de referência, ao lado de um bom corpo docente: Louis Calhern, Margaret Hayes, John Hoyt ou Richard Kiley. Entre os “alunos”, Vic Morrow é brilhante, e Sidney Poitier, desde logo uma boa promessa. Curioso que, alguns anos depois (1967), tenha interpretado o papel de um professor, num filme não tão brilhante como o de Richard Brook, mas igualmente interessante, tratando de uma problemática semelhante, “O Ódio Que Gerou o Amor” (To Sir, with Love), de James Clavell. Mas há outras curiosidades a reter: Paul Mazursky iniciava aqui uma carreira longa de actor e depois de realizador, dando-nos obras extremamente curiosas, como  “Bob & Carol & Ted & Alice” (1969), “Alex no País das Maravilhas” (1970), “Harry e Tonto” (1974), “Paragem no Bairro Boémio” (1976), “Uma Mulher Só” (1978), entre algumas mais; John Erman tornou-se igualmente um conhecido e respeitado realizador, sobretudo de televisão; Vic Morrow enveredaria por uma carreira de actor (e também de realizador) de filmes de acção e violência.
“Sementes de Violência” é, pois, um daqueles filmes que se recordam como um marco na história do cinema e uma data charneira para muitos que nele colaboraram.



SEMENTES DE VIOLÊNCIA
Título original: Blackboard Jungle
Realização: Richard Brooks (EUA, 1955); Argumento: Richard Brooks, segundo romance de Evan Hunter ("The Blackboard Jungle"); Produção: Pandro S. Berman; Música: Scott Bradley, Charles Wolcott; Fotografia (p/b): Russell Harlan; Montagem: Ferris Webster; Direcção artística: Randall Duell, Cedric Gibbons; Decoração: Henry Grace, Edwin B. Willis; Maquilhagem: William Tuttle, Dave Grayson; Assistentes de realização: Joel Freeman, Hank Moonjean; Som: Wesley C. Miller; Companhias de produção: Metro-Goldwyn-Mayer; Intérpretes: Glenn Ford (Richard Dadier), Anne Francis (Anne Dadier), Louis Calhern (Jim Murdock), Margaret Hayes (Lois Judby Hammond), John Hoyt (Mr. Warneke), Richard Kiley (Joshua Y. Edwards), Emile Meyer (Mr. Halloran), Warner Anderson (Dr. Bradley), Basil Ruysdael (Prof. A.R. Kraal), Sidney Poitier (Gregory W. Miller), Vic Morrow (Artie West), Dan Terranova, Rafael Campos, Paul Mazursky, Horace McMahon, Jamie Farr, Danny Dennis, John Erman, etc. Duração: 101 minutos; Distribuição em Portugal: Warner Bros. (DVD); Classificação etária: M/ 12 anos; Estreia em Portugal: 29 de Novembro de 1955.


RICHARD BROOKS (1912-1992)
Richard Brooks (Ruben Sax por baptismo) nasceu a 18 de Maio de 1912, Filadélfia, Pensilvânia, EUA, e viria a falecer a 11 de Março de 1992, em Beverly Hills, Los Angeles, Califórnia, de ataque de coração. Os pais eram judeus russos emigrantes. Estudou na West Philadephia HS, depois na Philadelphia's Temple University, e, durante os anos 30, começou a actividade como jornalista desportivo e repórter de rádio. Começou no cinema como argumentista, passou dois anos nas forças armadas durante a II Guerra Mundial e estreou-se na realização, na MGM, em 1950, com “Crisis”
Escreveu e dirigiu excelentes adaptações de “Os Irmãos Karamazov” (1958) e “Gata em Telhado de Zinco Quente” (1958) e, em 1960, ganha o Oscar de Melhor Argumento com “O Falso Profeta”. Foi nomeado por seis vezes para melhor realizador e produtor e os seus filmes receberam 25 outras nomeações. Liberal e progressista, desde cedo se mostra independente da política de Hollywood, mesmo antes de cortar, em 1965, com os grandes estúdios. A sua carreira não é muito volumosa em número de obras, mas deixa um legado importante. Para lá das já citadas, há que referir “A Última Ameaça”, “O Circo Infernal”, “A Última Vez que Vi Paris”, “Sementes de Violência”, “A Última Caçada”, “O Carnaval dos Deuses”, “Corações na Penumbra”, “Lord Jim”, “Os Profissionais”, “A Sangue Frio”, “Amar sem Amor”, “Desafio à Coragem”, “À Procura de Um Homem” ou “O Homem das Lentes Mortais”.
Casado com Jean Brooks (1941 - 1944) e Jean Simmons (1960 - 1977). Richard Brooks morre em 1992, e encontra-se sepultado no Hillside Memorial Park Cemetery, em Culver City, Califórnia. A sua estrela no “Passeio da Fama” encontra-se junto a 6422 Hollywood Blvd.
Em 2007, ele era um dos seis realizadores que tinham dirigido a mulher num filme onde elas tinham sido nomeadas para o Oscar de Melhor Actriz (Jean Simmons, em “Amar Sem Amor” (1969)). Os outros foram Joel Coen (Frances McDormand, em “Fargo”, 1996), John Cassavetes (Gena Rowlands, em “Uma Mulher Sob Influência”, 1974; e “Glória”, 1980), Blake Edwards (Julie Andrews, em “Victor/Victoria”, 1982), Paul Czinner (Elisabeth Bergner, em “Unidos Eternamente”, 1935) e Paul Newman (Joanne Woodward, em “Raquel, Raquel”, 1968). Jules Dassin também dirigiu a futura mulher, Melina Mercouri, em “Nunca Aos Domingos”, (1960), mas não estavam casados aquando da nomeação.
Para explicar o seu interesse na rodagem de “Looking for Mr. Goodbar”, disse algo ainda hoje, muito esclarecedor: “Interessou-me a possibilidade de dizer qualquer coisa acerca da falta de empenho que os jovens parecem ter hoje. A sua valorização do que é meramente sensacional. O desejo pela satisfação e recompense imediatas. A sua ausência de alegria sexual. E a sua decepção por concluírem que nem tudo correu como prometido nos anúscios da TV”.

Filmografia
como realizador
1950: Crisis
1951: The Light Touch (O Milagre do Quadro)
1952: Deadline,U.S.A. (A Última Ameaça)
1953: Battle Circus (O Circo Infernal)
1953: Take the High Groung! (Como se Fazem Heróis)
1954: Flame and the Flesh (Conflito de Paixões)
1954: The Last Time I Saw Paris (A Última Vez que Vi Paris)
1955: Blackboard Jungle (Sementes de Violência)
1956: The Last Hunt (A Última Caçada)
1956: MGM Parade (série de TV) – 1 episódio
1956: The Catered Affair
1957: Something of Value (O Carnaval dos Deuses)
1958: The Brothers Karamazov (Os Irmãos Karamazov)
1958: Cat on a Hot Tin Roof (Gata em Telhado de Zinco Quente)
1960: Elmer Gantry (O Falso Profeta)
1961: Sweet Bird of Youth (Corações na Penumbra)
1964: Lord Jim (Lord Jim)
1966: The Professionals (Os Profissionais)
1967: In Cold Blood (A Sangue Frio)
1969: The Happy Ending (Amar sem Amor)
1971: Dollars (O Assalto)
1975: Bite The Bullet (Desafio à Coragem)
1977: Looking For Mr.Goodbar (À Procura de Um Homem)
1982: Wrong Is Right (O Homem das Lentes Mortais)
1985: Fever Pitch (A Febre do Jogo)

GLENN FORD (1916-2006)
Glenn Ford, de nome de baptismo Gwyllyn Samuel Newton Ford, nasceu a 1 de Maio de 1916, no Quebeque, Canadá, e faleceu a 30 de Agosto de 2006, com 90 anos, em Beverly Hills, Califórnia, EUA. Filho de um executivo ferroviário, com oito anos de idade muda-se para Santa Mónica, na Califórnia, e torna-se cidadão americano em 1939. Estudou na High School de Santa Mónica, e estreia-se como actor aos 19 anos, integra várias companhias, até chegar à Broadway. Contratado pela 20th Century Fox, passa para a Columbia, onde roda cerca de 50 filmes em 18 anos, sobretudo westerns de pequeno orçamento e de realizadores medianos. Passa pelos US Marines Corps, durante a II Guerra Mundial e, de regresso, integra-se no elenco da Columbia, onde assegura um lugar destacado. A partir de “Gilda”, a sua áurea aumenta e durante alguns anos tentam reeditar o êxito da dupla Hayworth-Ford, sem nunca atingir a intensidade do original. Mas interpretou muitos e bons papéis, dirigido por grandes cineastas, como Fritz Lang, Richard Brooks, Vincente Minnelli, e manteve uma clientela fiel, tanto no cinema, como posteriormente na televisão. Envelheceu mal, dado ao álcool e a irascibilidade. Casado com Eleanor Powell (1943-1959), Kathryn Hays (1966-1969), Cynthia Hayward (1974-1977) e Jeanne Baus (1993-1994). Teve ainda conhecidas ligações com Zsa Zsa Gabor, Hope Lange, Rita Hayworth, Connie Stevens, Joan Crawford, Dinah Shore, Brigitte Bardot, Debbie Reynolds, María Schell, Linda Christian, Judy Garland, entre outras, que não acabaram em casamento. Glenn Ford sofreu de problemas cardíacos durante a fase final da sua vida. Ganhou um Globo de Ouro, em 1962, pelo seu desempenho em “Pocketful of Miracles”. Tem uma estrela no “Passeio da Fama”, em 6933 Hollywood Blvd.

Filmografía:
1937: Night in Manhattan, de Herbert Moulton (curta-metragem)
1939: Heaven with a Barbed Wire Fence, de Ricardo Cortez
1939: My Son Is Guilty (O Filho de um Gangster), de Charles Barton
1940: Convicted Woman (Prisão com Grades), de Nick Grinde
1940: Men Without Souls (Homens sem Coração), de Nick Grinde
1940: Babies for Sale (Crianças à Venda), de Charles Barton
1940: The Lady in Question (Acusada, Levante-se!), de Charles Vidor
1940: Blondie Plays Cupid, de Frank R. Strayer
1941: So Ends Our Night (Regresso a Berlim), de John Cromwell
1941: Texas (Texas), de George Marshall
1941: Go West, Young Lady (Uma Mulher de Armas), de Frank R. Strayer
1942: Flight Lieutenant (O Tenente Aviador), de Sydney Salkow
1942: The Adventures of Martin Eden (Aventuras de Martin Eden), de Sydney Salkow
1943: Destroyer (Destroyer), de William Seiter
1943: The Desperadoes (Bandidos), de Charles Vidor
1943: A Stolen Life (Uma Vida Roubada), de Curtis Bernhardt
1946: Gilda (Gilda), de Charles Vidor
1946: Gallant Journey (Jornada Gloriosa), de William Wellman
1947: Framed (Paula), de Richard Wallace
1948: The Loves of Carmen (Amores de Carmen), de Charles Vidor
1948: The Return of October (Encontro com o Destino), de Joseph H. Lewis
1948: The Man From Colorado (Pena de Talião), de Henry Levin
1948: The Mating of Millie (O Homem dos Meus Sonhos), de Henry Levin
1949: The Undercover Man (Todos Os Que Falaram Morreram), de Joseph H. Lewis.
1949: Lust for Gold (Oiro Maldito), de S. S. Simon
1949: Mr. Soft Touch (A Vida é um Jogo), de Gordon Douglas e Henry Levin
1949: The Doctor and the Girl (A Grande Profissão), de Curtis Bernhardt
1950: The Flying Missile, de Henry Levin
1950: The White Tower (A Torre Branca), de Ted Tetzlaff
1950: Convicted (Código Penal), de Henry Levin
1951: The Redhead and the Cowboy (Mensagem de Renegados), de L. Fenton
1951: Follow the Sun, de Sidney Lanfield
1951: The Secret of Convict Lake (O Segredo do Evadido), de Michael Gordon
1952: Young Man with Ideas (Um Jovem com Ideias), de M. Leisen
1952: The Green Glove (A Luva de Ferro), de Rudolph Maté
1952: Affair in Trinidad (Calypso, a Feiticeira da Ilha), de Vincent Sherman
1953: The Man from Alamo (Invasores), de Budd Boetticher
1953: The Big Heat (Corrupção), de Fritz Lang
1953: Appointment in Honduras (Encontro nas Honduras), de Jacques Tourneur
1953: Time Bomb (A Bomba de Relógio), de Ted Tetzlaff
1953: Plunder of the Sun (O Tesouro do Templo), de John Farrow
1954: City Story, de William Beaudine (curta-metragem) (narrador)
1954: Human Desire (Desejo Humano), de Fritz Lang
1955: The Americano (O Americano), de William Castle
1955: The Violent Men (Homens Violentos), de Rudolph Maté
1955: The Blackboard Jungle (Sementes de Violência), de Richard Brooks
1955: Interrupted Melody (Melodia Interrompida), de Curtis Bernhardt
1955: Trial (A Fúria dos Justos), de Mark Robson
1956: Ransom! (O Resgate), de Alex Segal
1956: Jubal (Jubal), de Delmer Daves
1956: The Teahouse of the August Moon (A Casa de Chá do Luar de Agosto), de Delbert Mann
1956: The Fastest Gun Alive (A Vida ou a Morte), de Russell Rouse
1957: 3:10 to Yuma (O Comboio das 3 e 10), de Delmer Daves
1957: Don't Go Near the Water (Marujos de Água Doce), de Charles Walters
1958: Cowboy (Cowboy, Como Nasce um Bravo), de Delmer Daves
1958: The Sheepman (O Irresistível Forasteiro), de George Marshall
1958: Torpedo Run (Rumo a Tóquio), de Joseph Pevney
1958: Imitation General (O Falso General), de George Marshall
1959: It Started With a Kiss (Começou com um Beijo), de George Marshall
1960: Cimarrón (Cimarron), de Anthony Mann.
1960: The Gazebo (Sem Talento para Matar"), de George Marshall.
1961: Cry for Happy (O Amor é Belo), de George Marshall
1961: Pocketful of Miracles (Milagre por um Dia), de Frank Capra.
1962: The Four Horsemen of the Apocalypse (Os Quatro Cavaleiros do Apocalipso), de Vincente Minnelli.
1962: Experiment in Terror (Uma Voz na Escuridão), de Blake Edwards.
1963: Love Is a Ball (Negócio de Casamentos), de David Swift.
1963: The Courtship of Eddie's Father (As Noivas do Papá), de Vincente Minnelli.
1964: Dear Heart (Uma Vida por Viver), de Delbert Mann
1964: Advance to the Rear (Avançar para a Rectaguarda ), de George Marshall.
1964: Fate Is the Hunter (O Mistério do Voo 22), de Ralph Nelson.
1965: The Rounders (2 Incorrigíveis Teimosos), de Burt Kennedy.
1966: The Money Trap (A Tentação do Dinheiro), de Burt Kennedy.
1966: The Rage (48 Horas de Angústia), de Gilberto Gazcon.
1966: Paris Brûle-t-il? (Paris Já Está a Arder?), de René Clément.
1967: The Last Challenge (O Último Desafio), de Richard Thorpe.
1967: A Time for Killing (Batalha sem Regresso), de Phil Karlson.
1968: Day of the Evil Gun (A Pistola do Mal), de Jerry Thorpe
1969: Smith!, de M. O’Herlihy
1969: Heaven with a Gun (À Mão Armada), de Lee H. Katzin.
1970: Howdy (TV)
1970: The Brotherhood of the Bell (TV)
1971-72: Cade's County (série TV)
1971: Santee, de Gary Nelson
1973: Jarrett (TV)
1974: The Disappearance of Flight 412 (TV)
1974: The Greatest Gift (TV)
1974: Target Eva Jones, de Luciano B. Carlos
1974: Punch and Jody (TV)
1975: The Family Holvak (série TV)
1976: Midway (Batalha de Midway), de Jack Smight.
1976: Once an Eagle (série de TV)
1977: The 3,000 Mile Chase) (TV)
1978: Superman (Super-Homem), de Richard Donner.
1978: Police Story (série de TV) – episódio No Margin for Error
1978: Evening in Byzantium (TV)
1979: The Sacketts (TV)
1979: Beggarman, Thief (TV)
1979: The Gift (TV)
1979: Day of the Assassin, de Brian Trenchard-Smith
1979: The Visitor, de Giulio Paradisi.
1980: Virus (Ameaça Planetária), de Kinji Fukasaku.
1981: Happy Birthday To Me (Aniversário Macabro), de J. Lee Thompson.
1986: My Town (TV)
1989: Randado, ville sans loi (Law at Randado) (TV)
1989: Casablanca Express (O Expresso de Casablanca), de Sergio Martino
1990: Border Shootout, de Chris McIntyre
1991: Raw Nerve, de David A. Prior
1991: Final Verdict (TV)