KING KONG (1933)
É muito
difícil olhar para “King Kong” apenas como um filme de mera ficção científica,
de terror ou de fantasia. “King Kong”, na sua versão de 1933, aquela que mais
longe nos projecta nos terrenos do simbólico e da introspecção psicanalítica,
é, na verdade, um terreno extremamente fértil para análises dos mais variados
tipos. Realmente esta história de um gorila gigante que é feito prisioneiro
numa misteriosa e perdida ilha selvagem e trazido para as luzes da anunciada
civilização, sendo exibido como monstro de feira para gáudio de especuladores
sem escrúpulos, não pode deixar de merecer reflexões mais profundas, tanto mais
que se lhe devem acrescentar outras ramificações.
Temos aqui uma
história de amor impossível, “louco”, de um gorila gigante por uma loura
espampanante que grita desalmadamente sempre que se encontra nas situações mais
perigosas e angustiantes. A perseguição, pode mesmo dizer-se o assédio, que
King Kong empreende a Ann Darrow (Fay Wray) e que o leva a escalar arranha-céus
e combater aviões nos céus de Nova Iorque, é algo de profundamente comovente no
plano emocional e libidinal. Esta parábola da bela e o monstro não deixa
ninguém indiferente e serviu de base a muitos estudos. King Kong é hoje um
símbolo da força bruta e de uma certa ingenuidade primitiva, mas igualmente uma
referência de uma inocência agredida, violada na sua integridade, e assassinada
em nome do lucro fácil e da ganância de especuladores. O que é tanto mais de
sublinhar quanto se sabe que este filme é um reflexo da grande depressão que se
abateu nos EUA durante a década de 30 do século passado e de que o próprio
filme dá testemunho através de algumas sequências.
Este é um
daqueles filmes que só foi possível por ter sido produzido antes da adopção do
código Hays, tal é a sua carga erótica e a sua simbologia libidinal. Produzido
e realizado por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, que só aparecem
creditados no genérico como produtores, parte de um argumento escrito por Ruth
Rose e James Ashmore Creelman, segundo uma história do próprio Meriam C. Cooper
(que confessou tê-la sonhado) e Edgar Wallace.
A obra começa
no porto de Nova Iorque, com um cargueiro pronto a partir para uma aventura
misteriosa. Uma equipa de cinema prepara-se para viajar até um destino
desconhecido de todos, excepto do produtor Carl Denham (Robert Armstrong), que
todavia se vê a braços com um contratempo de última hora. A actriz que estava
escalada para seguir com eles desistiu à última hora e falta portanto uma
mulher para seguir viagem e desempenhar o papel de “bela” nessa inquietante
história que se anuncia. Mas Carl Denham tem resposta para tudo e não se dá por
vencido. Basta descer às ruas de Nova Iorque e deambular um pouco pelas filas
de desempregados e esfomeados que se sucedem à porta das instituições de
assistência e das sopas de pobres. Estamos no início dos anos 30 e a crise
aperta. Num desses locais de desespero, à beira de desfalecer, encontra-se Ann
Darrow (Fay Wray), que aceita partir nessa mesma noite para destino desconhecido.
A bordo do Venture, dirigem-se para o Oceano Indico, a oeste de Sumatra,
procurando uma ilha desconhecida e de difícil acesso. Entretanto, durante a
viagem e entremeando com sessões de ensaios e testes fotográficos, Ann
apaixona-se por Jack Driscoll (Bruce Cabot), uma espécie de imediato do barco.
À chegada à
ilha, descobrem que os nativos preparam uma cerimónia sacrificial em honra de
Kong, um gorila monumental que vive do outro lado de uma forte muralha que
protege as tribos hindus da sua ameaça. As peripécias aventurosas
multiplicam-se mas o resultado é o esperado: Kong acaba por raptar Ann,
escapando para o interior de uma selva pré-histórica onde defronta dinossauros
de vária espécie (Stegossaurus, Brontossauros, etc.) e outros gigantescos animais.
Cuidando de Ann com esmerado desvelo, Kong apaixona-se por essa bela “mulher de
ouro” (assim a chamam os indígenas, deslumbrados pelo seu louro cabelo), a quem
não hesita a retirar algumas roupas, como quem desfolha uma flor.
Entretanto,
Driscoll, Denham, e a tripulação, que se vai perdendo pelo caminho, vítima de
sucessivos ataques, perseguem a besta. Driscoll consegue recuperar Ann, mas
Kong não cede e persegue-os, regressando à aldeia nativa, que destrói, sendo
finalmente capturado por Denham que o leva para Nova Iorque, onde o exibe na
Broadway como “A oitava maravilha do mundo”, num espectáculo que acaba em
tragédia. Esta transposição de Kong para a dita
civilização irá culminar no Empire State Building, de novo com Ann nas
manápulas amorosas do gorila. Quando este se desmorona do cimo do maior
arranha-céus do mundo e cai com fragor no chão, os polícias e jornalistas
concluem que os aviões o mataram. Mas Carl Denham tem outra teoria, que
transforma numa das réplicas mais famosas da história do cinema: "Oh, no,
it wasn't the airplanes...it was Beauty who killed the Beast." (Oh, não,
não foram os aviões… foi a Bela que matou a Besta).
Assim se criou
um dos maiores mitos cinematográficos de sempre. Em 1991, este filme foi
considerado pela “Library of Congress” como “uma obra de alto significado
cultural, histórico e estético”, merecendo por isso ser preservada e figurar no
“National Film Registry”. Conheceu várias sequelas medíocres e duas novas
versões, em estilo de super-produção, que todavia nunca atingiram o esplendor
do original: uma em 1976, dirigida por John Guillermin, outra em 2005,
realizada por Peter Jackson.
Para lá de
todas as referências que se possam fazer à excelente realização e sedutora
interpretação, à belíssima fotografia a preto e branco e à direcção artística
que cria admiráveis cenários poéticos numa selva toda ela artificial, este
“King Kong”, de 1933, ficará para sempre ligado a dois nomes que tornaram
possível esta obra-prima fantástica. Willis O'Brien, que criou King Kong e demais
fauna pré-histórica, através de um aperfeiçoado mas rudimentar processo de
animação que ficou conhecido por “stop-motion”, e a partitura musical de Max
Steiner.
Todo o filme é
uma sucessão de sequências que permanecem inesquecíveis para quem o viu, nem
que seja uma única vez. Muito se progrediu em efeitos especiais desde então,
mas raras vezes o impacto onírico e fantástico foi o mesmo. As cenas nas ruas
de Nova Iorque, no interior do Ventura, na aldeia dos indígenas, as lutas de
King Kong com os seus companheiros de selva, a estreia de Kong na Broadway, as
perseguições que se lhe seguem, a escalada de Kong pelos arranha céus e a sequência
final no alto do Empire State Building são momentos únicos. Mas absolutamente
inesquecível é a forma amorosa como a Besta segura na sua mão a Bela figurinha
da “mulher de ouro” que acaba por ser a sua perdição. O tema da “Bela e o
Monstro” acabava de ter uma das suas versões mais marcantes. O amor nunca mais
voltaria a ser o mesmo. E Fay Wray nunca mais voltaria a gritar da mesma forma.
KING KONG
Título
original: King Kong
Realização: Merian C.
Cooper, Ernest B. Schoedsack (EUA, 1933); Argumento: James Ashmore Creelman,
Ruth Rose, Leon Gordon, a partir de ideia de Merian C. Cooper e Edgar Wallace,
segundo história de Merian C. Cooper e Edgar Wallace; Produção: David O.
Selznick, Merian C. Cooper, Ernest B. Schoedsack; Música: Max Steiner;
Fotografia (p/b): Edward Linden, J.O. Taylor, Vernon L. Walker, Kenneth Peach;
Montagem: Ted Cheesman; Design de produção: Carroll Clark; Direcção artística:
Carroll Clark, Alfred Herman; Decoração: Carroll Clark, Alfred Herman, Thomas
Little, Ray Moyer; Guarda-roupa: Walter Plunkett; Maquilhagem: Mel Berns, Dot Carlson, Dotha Hippe, Sam
Kaufman; Assistentes de realização: Doran Cox, Walter Daniels, Ivan Thomas;
Departamento de arte: Van Nest Polglase; Som: Murray Spivack; Efeitos
especiais: Harry Redmond Jr., Harry Redmond Sr., Frank D. Williams; Efeitos
visuais: C. Dodge Dunning, Willis H. O'Brien; Companhias de produção: RKO Radio
Pictures, A Merian C. Cooper and Ernest B. Schoedsack Production; Intérpretes: Fay Wray (Ann Darrow),
Robert Armstrong (Carl Denham), Bruce Cabot (John Driscoll), Frank Reicher
(Capitão Englehorn), Sam Hardy (Charles Weston), Noble Johnson (chefe nativo), Steve
Clemente, James Flavin, King Kong, Walter Ackerman, James Adamson, Van Alder,
Frank Angel, Roscoe Ates, Ralph Bard, Reginald Barlow, Eddie Boland, Harry
Bowen, Jack Chapin, Merian C. Cooper (piloto do avião que mata King Kong),
Ernest B. Schoedsack (operador de metralhadora no avião que mata King Kong),
etc. Duração: 100 minutos;
Distribuição em Portugal: Costa do Castelo (DVD); Classificação Etária: M/12
anos; Estreia em Portugal: 2 de Janeiro de 1934.
MERIAN C. COOPER
(1893–1973)
Merian
Coldwell Cooper nasceu a 24 de Outubro de 1893, em Jacksonville, Flórida, EUA,
e faleceu a 21 de Abril de 1973, com 79 anos de idade, em San Diego,
Califórnia, EUA. Estudou na Lawrenceville School, integrando depois a United
States Naval Academy, em Annapolis, Maryland, entre 1911 e 1915. Mais tarde,
frequentou o Georgia Institute of Technology, em Atlanta, donde saiu formado,
em 1917. Intensa carreira militar, servindo na infantaria dos EUA, em 1916,
depois na aviação. Integrou o Kosciusko Flying Squadron, como tenente-coronel.
Foi correspondente de guerra e serviu como coronel durante a II Guera Mundial.
Integrou o staff do General Claire Chennault na China, reformando-se como
general brigadeiro. Conheceu na década de 20 Ernest B. Schoedsack, com quem
passou a colaborar em muitos filmes, sobretudo como produtor. Foi o produtor
favorito de John Ford, com quem trabalhou em diversas obras, como “O Fugitivo”
(1947), “Forte Apache” (1948), “3 Godfathers” (1948), “Os Dominadores” (1949),
“Rio Grande” (1950), ou “O Homem Tranquilo” (1952).
Foi um dos
responsáveis da RKO, sucedeu a David O. Selznick como vice presidente
encarregado da produção. Em 1947, fundou com John Ford a Argosy Pictures.
Co-produtor do primeiro filme em Cinerama. Oscar especial da Academia em 1952.
Filmografia
(como
realizador)
1925: Grass: A
Nation's Battle for Life (documentário) (realização não creditada)
1927: Chang
(documentário)
1929: The Four
Feathers (As Quatro Penas)
1933: King
Kong (King Kong) (realização não creditada)
1935: The Last
Days of Pompeii (Os Últimos Dias de Pompeia) (realização não creditada)
1952: This Is Cinerama (documentário)
ERNEST B. SCHOEDSACK
(1893-1979)
Ernest
Beaumont Schoedsack nasceu a 8 de Junho de 1893, em Council Bluffs, Iowa, EUA,
e faleceu a 23 de Dezembro de 1979, em Los Angeles County, Califórnia, EUA, com
86 anos de idade. Foi director de fotografia, produtor e realizador. Fez o
serviço militar como fotógrafo, esteve em França, em 1916, como capitão da Cruz
Vermelha. Operador de imagem para Mack Sennett, fotógrafo freelancer,
colaborador de Merian C. Cooper, que conheceu na Polónia, durante a guerra.
Especialista em documentarismo, por aí começou, em 1925, com “Grass”. Ferido
num olho durante a II Guerra Mundial. Casado com a actriz e argumentista Ruth
Rose.
Filmografia:
(como
realizador)
1952: This Is
Cinerama (documentário) (não creditado como realizador)
1949: Mighty Joe Young (O Gigante Africano)
1940: Dr. Cyclops (O Dr. Cyclope)
1937: Outlaws of the Orient (Leis do Oriente)
1937: Trouble in Morocco
1935: The Last Days of Pompeii (Os Últimos Dias de
Pompeia)
1934: Long Lost Father
1933: The Son of Kong (O Filho de King Kong)
1933: Blind
Adventure
1933: King
Kong (King Kong) (não creditado como realizador)
1933: The Monkey's Paw
1932: The Most Dangerous Game (O Malvado Zaroff)
1931: Rango
1929: The Four Feathers (As Quatro Penas)
1927: Chang
(documentário)
1925: Grass: A
Nation's Battle for Life (documentário) (não creditado como realizador)
FAY WRAY (1907-2004)
Vina Fay Wray
nasceu Cardston, Alberta, Canadá, a 15 de Setembro de 1907 e faleceu a 8 de
Agosto de 2004, com 96 anos, em Nova Iorque, EUA. Estreou-se como actriz em
1919 e teve actividade até 1980, tendo sido casada com John Monk Saunders
(1928-1939), Robert Riskin (1942-1955) e Sanford Rothenberg (1971-1991). Ficou
conhecida sobretudo por ser a protagonista de “King Kong” e pelos seus gritos
em diversos filmes de terror (era chamada a "scream queen").
A maioria dos
seus filmes é de baixa qualidade e de reduzido interesse. Durante o seu inicial
período da Paramount fez dúzias de filmes de adolescentes. Depois passou aos filmes de terror e de aventuras,
como “The Most Dangerous Game” (1932), “Doctor X” (1932), “Mystery of the Wax
Museum” (1933), “The Vampire Bat” (1933),
“The Wedding March” (1928), “The Bowery” (1933) e “Viva Villa” (1934). Foi, pois, na
RKO Radio Pictures, Inc., que ela ganhou o estrelato, com “King Kong” (1933),
obra que a projectou para uma carreira com alguns bons papéis em filmes mais
interessantes, ao lado de estrelas como Gary Cooper ou Spencer Tracy. Mas cedo
resvala para a televisão e outras obras anódinas.
Filmografia:
(principais filmes depois de 1930)
1931: The Unholy
Garden (Jardim Profano),
de George Fitzmaurice
1932: The Most Dangerous Game (O Malvado Zaroff), de
Ernest B. Schoedsack e Irving Pichel
1932: Doctor X (O Monstro), de Michael Curtiz
1933: The Woman I Stole, de Irving Cummings
1933: Ann
Carver's Profession (A Profissão de Ann Carver), de Edward Buzzell
1933: Below
the Sea (Segredos do Mar), de Albert S. Rogell
1933: King Kong (King Kong), de Merian C. Cooper e
Ernest B. Schoedsack
1933: Mystery of the Wax Museum (Máscaras de Cera), de
Michael Curtiz
1933: The Vampire Bat (O Vampiro Invisível), de Frank
R. Strayer
1934: Mills of the Gods, de Roy William Neill
1934: Viva Villa! (Viva Villa!), de Jack Conway,
Howard Hawks, William A. Wellman
1934: Woman in the Dark, de Phil Rosen
1934: The Richest Girl in the World (A Vénus Loira),
de William A. Seiter
1934: The
Affairs of Cellini (O Aventureiro de Florença), de Gregory La Cava
1934: Madame
Spy (À Sombra da Guilhotina), de Karl Freund
1936: They Met in a Taxi (Encontraram-se Num Táxi), de
Alfred E. Green
1937: Murder in Greenwich Village ,
de Albert S. Rogell
1937: It Happened in Hollywood
(Aconteceu em Hollywood ),
de
1941: Melody
for Three (Melodia para Três), de Erle C. Kenton
1941: Adam Had
Four Sons (Os Quatro Filhos de Adão), de Gregory Ratoff
1953: Small
Town Girl (Uma Rapariga da Província), de László Kardos
1953: Treasure
of the Golden Condor (O Tesouro do Condor), de Delmer Daves
1955: Hell on
Frisco Bay (Inferno em São Francisco), de Frank Tuttle
1955: Queen
Bee (A Abelha Mestra), de Ranald MacDougall
1955: The
Cobweb (Paixões Sem Freio), de Vincente Minnelli
1957: Tammy and the Bachelor, de Joseph Pevney
1957: Crime of
Passion (Da Ambição ao Crime), de Gerd Oswald
A partir dos anos 50, aparece sobretudo em séries de
televisão, como Cavalcade of America (1953), The Pride of the Family (1953-55),
Damon Runyon Theater, 20th Century-Fox Hour, Screen Directors Playhouse, The
20th Century-Fox Hour (1955), Jane Wyman Presents The Fireside Theatre
(1955-19579, Alfred Hitchcock Presents (1958-1959), The David Niven Show
(1959), Playhouse 90 (1959), General Electric Theater (1957-1961), Perry Mason
(1958-1965) ou Gideon's Trumpet (1980,
último trabalho).
WILLIS H. O'BRIEN
(1886-1962)
Willis Harold
O'Brien nasceu a 2 de Março de 1886, em Oakland, Califórnia, EUA, e faleceu a 8
de Novembro de 1962, em Los Angeles, Califórnia, EUA, com 76 anos de idade.
Oriundo de uma
família de origem irlandesa, tornou-se célebre como um dos mais inventivos e
perfeccionistas animadores em “stop-motion”, sendo um especialista em efeitos
especiais que influenciou todos os técnicos e artistas desta arte, a começar
por Ray Harryhausen. São dele os efeitos especiais de filmes como “The Lost
World” (1925), “King Kong” (1933) e “Mighty Joe Young” (1949). Em 1950 a Academia de Hollywood
concede-lhe o Oscar para Melhores Efeitos Especiais.
Antes de se
iniciar em efeitos especiais, Willis O'Brien passou pior inúmeras actividades,
rancheiro, operário, cowboy, barman, competiu em rodeos e foi guia de
paleontologia, na região de Crater Lake, onde desenvolveu o seu interesse por
dinossauros. Começou a desenhar e esculpir, foi ajudante de arquitectos e cartoonista
desportista no “San Francisco Daily News”. Foi boxeur profissional Herman
Wobber convidou-o para realizar o seu primeiro filme, “The Dinosaur and the
Missing Link: A Prehistoric Tragedy”, em 1915. Thomas A. Edison ficou
impressionado com o filme e contratou-o para animar várias curtas-metragens sobre
temas pré-históricos. “The Lost World”, segundo obra de Arthur Conan Doyle,
lança-o definitivamente no cinema. “King Kong” consagra-o. Seguem-se “Son of Kong” (1933), “The Last Days of
Pompeii” (1935), “The Dancing Pirate” (1936), “Tulips Shall Grow” (1940),
“Mighty Joe Young” (1949, Oscar), “This Is Cinerama” (1952), “The Animal World”
(1956) (de colaboração com Ray Harryhausen), “The Beast of Hollow Mountain”
(1956), “The Black Scorpion” (1957), “The Cosmic Monster” (1958), “Behemoth,
the Sea Monster” (1959), “The Animal World” (1957), “The Lost World” (1960,
como consultor técnico) e “It's a Mad, Mad, Mad, Mad World” (1963).